SÃO LUÍS - O grupo do governador do Maranhão, Flávio Dino (PSB) deve confirmar em pouco mais de uma semana - numa reunião marcada para o dia 31 de janeiro - o apoio à pré-candidatura do vice-governador, Carlos Brandão (PSDB), ao Governo do Estado.
A decisão deveria ter sido tomada em novembro do ano passado, ms acabou adiada a pedido de partidos aliados do senador Weverton Rocha (PDT), que viam na manobra ainda alguma possibilidade de mudança de panorama.
Pedetistas e aliados tentavam convencer Dino com pesquisas eleitorais, mas nada mudou e, durante esta semana, o socialista voltou a reforçar seu apoio ao tucano.
“Como eu manifestei na última oportunidade, eu tenho uma posição muito clara, muito nítida de apoio a pré-candidatura do vice-governador Carlos Brandão”, disse o governador, durante passagem pela cidade de Imperatriz, na quarta-feira (19).
Lula e o PSB -Ultrapassada a fase interna de debates, a próxima decisão tem mais a ver com a conjuntura nacional, e envolve o rumo do PT no Maranhão.
Weverton segue bem articulado nacionalmente com os petistas e, também durante a semana, comemorou uma declaração do ex-presidente Lula, que, em entrevista a sites e blogs independentes, citou nominalmente o senador, e ressaltou que é difícil o apoio da sua sigla a um candidato do PSDB - numa referência a Brandão.
“Nós defendemos a candidatura do Flávio Dino. Agora, o companheiro Flávio Dino tem um candidato, dele, que é o vice, que é do PSDB. Ele sabe que é difícil a gente apoiar o PSDB. Nós temos a candidatura do Weverton, então eles vão ter que se acertar lá para facilitar nossa vida”, afirmou.
Aliados do vice-governador, contudo, não vêem problemas na declaração. Eles apostam numa filiação de Brandão ao PSB como forma de vencer a barreira partidária imposta pelo ex-presidente. E, nisso, parecem contar com o apoio do presidente nacional da legenda socialista, Carlos Siqueira.
Depois de dizer que o partido pode ter candidato a governador no estado - o que pareceu uma senha sobre a filiação de Brandão -, ele afirmou, após reunião entre as direções nacionais de PT e PSB, que os socialistas têm "palanque a oferecer [aos petistas] no MA”.
“O PSB vai apoiar candidatos petistas na BA, SE, PI e RN. Temos palanque a oferecer no MA e AL. Há que se ter reciprocidade na construção da unidade política. Vamos iniciar com o PT uma rodada de reuniões nos Estados para aprofundar o debate sobre os nomes aos governos estaduais”, afirmou.
Weverton rompe? - A principal dúvida sobre o resultado da reunião do próximo dia 31 reside no posicionamento de Weverton Rocha a partir de então: se ele oficializará um rompimento com o governador Flávio Dino e seu grupo, ou se tentará manter uma postura de aliado, preservando, assim, cargos importantes de que dispõe o PDT na gestão estadual - com Márcio Honaiser na Secretaria de Estado do Desenvolvimento Social (Sedes) e Francisco Nagib no Departamento Estadual e Trânsito (Detran).
A postura recente do senador aponta para um certa independência. Em entrevista ao quadro Bastidores, do Bom Dia Mirante, na terça-feira (18) ele declarou que sua pré-candidatura não depende do governador e até fez críticas à gestão Dino.
Depois disso, deu um declaração que incomodou dinistas, ao não cravar apoio ao projeto de candidatura ao Senado do chefe do Executivo estadual.
"Mesmo Flávio não estando conosco, eu tenho toda a predisposição de estar com ele. Um político da sua qualidade, tamanho e vontade de trabalhar sem dúvida é importante para os debates e ajuda na política nacional. Tenho certeza que o Flávio pode e deve ser um grande senador e provavelmente nós poderemos estar juntos”, afirmou.
As dúvidas sobre o assunto, no entanto, já devem estar todas dirimidas em dez dias.
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