Aniversário de José Sarney é nesta segunda
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Aniversário de Sarney
Quem vai mudar de idade na próxima segunda-feira é o grande estadista e renomado escritor José Sarney.
Avesso a comemorações alusivas ao seu aniversário, Sarney há muitos anos deixou de vir a São Luís na data em que nasceu.
Costuma ficar em Brasília, onde, em sua residência, sem pompa, mas com fraternidade, recebe os familiares e amigos.
Este ano, mais uma vez, Sarney vai permanecer na Capital Federal, embora já houvesse um forte movimento com o objetivo de convencê-lo a marcar presença em São Luis no dia 24 para ser homenageado com as honras que merece, por aqueles que o admiram e são seus amigos de fato.
Posse na Presidência
Este sábado (22 de abril), é um dia muito especial para o senador José Sarney.
Há 38 anos, ele assumia definitivamente o cargo de presidente da República, depois do país viver um terrível drama, cujo desfecho deu-se com a morte de Tancredo Neves.
No seu discurso de posse, Sarney, após uma noite sem dormir, disse uma frase poética que ficou gravada na memória dos brasileiros: “Chego com os olhos de ontem para cumprir esta missão que o destino me reservou: assumir a presidência da República”.
No seu governo, cumpriu uma meta que só um político conciliador poderia concretizar: a transição da ditadura para a democracia, sem traumas.
Maurice Druon 105 anos depois
Neste domingo, 23, completa 105 anos do nascimento do escritor francês Maurice Druon, de origem russa e maranhense. Ele morreu no dia 14 de abril de 2009, aos 91 anos. Ligado ao General De Gaulle, Maurice Druon nasceu em Paris, tendo entre seus antepassados um bisavô brasileiro, o escritor, jornalista e político maranhense Odorico Mendes (1799-1864), que se tornou célebre pelas traduções de Homero e Virgilio.
Durante a Segunda Guerra Mundial combateu no interior da França, ingressando, depois nas forças da Resistência. Deixou a França em 1942, atravessando clandestinamente a Espanha e Portugal para trabalhar nos serviços de informações da chamada “França Livre”, em Londres, junto com De Gaulle.
Maurice Druon recebeu a Grande-Cruz da Legião de Honra, sendo Comendador das Artes e das Letras e titular de muitas outras condecorações. Seus livros, entre eles “Os Reis Malditos”, foram traduzidos para vários idiomas.
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Druon recebeu o Prêmio Goncourt (1948) por seu romance “As Grandes Famílias” e diversas outras homenagens pelo conjunto da obra. E é conhecido mundialmente por sua única obra infanto-juvenil, “Tistou les pouces verts”, publicado no Brasil em 1957 com o título “O menino do dedo verde”, com tradução de Dom Marcos Barbosa.
No dia 8 de dezembro de 1966, foi eleito para a cadeira número 30 da Academia Francesa, sucedendo a Georges Duhamel. Foi Secretário Perpétuo dessa instituição, a partir de 1985, mas, em 1999, renunciou à função, cedendo o lugar a Hélène Carrère d'Encausse.
Em abril de 1973 foi nomeado Ministro da Cultura francês, no gabinete Pierre Messmer. Conta-se que, ao assumir o cargo, declarou não ter intenções de ajudar com o dinheiro do governo “subversivos, pornógrafos e intelectuais terroristas”, motivando uma onda de protestos de milhares de artistas. Por causa disso, chegou a ser chamado de “ditador intelectual”.
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Maurice Druon era sobrinho do escritor Joseph Kessel, com quem escreveu o “Canto dos Partidários”, que, sobre uma música composta por Anna Marly, servira de hino aos movimentos da Resistência durante a Segunda Guerra Mundial.
Nas vezes que visitou o Maranhão, tive o prazer e a honra de ser um dos seus cicerones, juntamente com o saudoso escritor Jomar Moraes. E o homenageei com jantar em nossa casa no Calhau, quando ele conheceu traços da cultura popular maranhense apresentados por alguns dos nossos artistas mais talentosos.
O Tiradentes 231 anos depois
Logo após ter sido enforcado, em 21 de abril de 1792, o alferes José Joaquim da Silva Xavier, o Tiradentes, foi esquartejado e a cabeça exposta numa gaiola pendurada numa estaca na praça principal de Vila Rica de Ouro Preto, conforme a ordem, ‘até que o tempo a consuma’.
Na primeira noite ela sumiu, tipo ninguém sabe, ninguém viu. E no lugar uma placa: “Sr. Visconde. Por que temes em sepultar a cabeça do Tiradentes? Acaso pensas que dela podem brotar sementes?”.
Só muito tempo depois se soube que quem roubou a cabeça foi Francisco Antonio Lisboa, O Aleijadinho, escultor, mestre da arte barroca em Ouro Preto, ainda hoje ídolo em Minas.
E o fato revela um detalhe: desde as primeiras horas grande parte dos brasileiros não aceitaram passivamente a morte do alferes.
Descendentes do alferes
Se o nosso herói da independência, cujo aniversário de morte ontem foi feriado nacional, já era querido desde os tenros tempos em que lutar pela independência do Brasil era crime contra a coroa portuguesa, depois da independência, então, virou grife.
Assim o é que muita gente ao longo do tempo já requereu o parentesco e alguns até ganharam direito a pensões.
Sumiço de prefeitos
Desde que os recursos federais, especialmente os oriundos do Fundo de Participação, entraram em dose menor nos cofres das prefeituras municipais, numerosos prefeitos desapareceram das comunas para as quais foram eleitos, para administrá-las com fartas ou escassas verbas públicas.
Desprovidos de tais recursos, que, na verdade, sustentam as despesas das prefeituras, os gestores municipais, para não sofrerem constrangimentos junto aos fornecedores, usaram a estratégia do sumiço.
Em face das medidas tomadas pelo Governo federal, destinadas a mitigar o pesado ônus das prefeituras, destacando-se a criação de um piso mínimo para o Fundo de Participação, sempre que os municípios receberem menos que o valor que lhes era devido, os prefeitos do interior voltaram a botar a cabeça de fora, prometendo saldar as dívidas com os fornecedores e por em dia o pagamento do funcionalismo.
Festas juninas
No Maranhão, depois do Carnaval, são as festas juninas as mais comemoradas e apoiadas pelas prefeituras municipais.
Em decorrência da crise financeira, que assola a grande maioria das comunas interioranas, não são poucos os prefeitos que fazem corpo mole e já afastaram a hipótese de bancar os festejos juninos deste ano.
Se o Governo do Estado não contar com dinheiro em caixa para suprir os recursos das prefeituras na promoção das festas de São João, as brincadeiras folclóricas e populares, tão ricas e abrangentes nos municípios maranhenses, estão ameaçadas de não se apresentar.
A casa caiu
Depois de três meses de esforços desesperados do governo federal e de seus aliados para esconder a verdade, a casa caiu.
Imagens publicadas pela CNN mostram o general Gonçalves Dias, homem da confiança de Lula, em atitude de colaboração com os invasores que vandalizaram o Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro.
A “tentativa de golpe” e os “atos terroristas” tiveram a participação, incentivo ou cumplicidade de agentes do governo.
Deve ter sido por isso que Lula e o PT lutaram com tanta ferocidade para impedir a CPMI sobre o que realmente aconteceu.
Presidente do BASA
Tome nota: o nome mais cotado para assumir a presidência do Banco da Amazônia é o ex-presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, Rolf Hackbart,
Hackbart é gaúcho e muito ligado ao atual presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, de quem foi assessor técnico.
O anúncio oficial ainda não tem data marcada. Já a nomeação do ex-senador Paulo Rocha para titular da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM) é aguardada para a semana que vem.
DE RELANCE
Medo nas escolas
Várias escolas de São Luís tem vivido dias de salas de aula vazias.
Apesar dos esforços das autoridades para tranquilizar pais, mães e responsáveis, muita gente tem preferido deixar as crianças e adolescentes em casa por causa da série de boatos sobre possíveis ataques às unidades de ensino, divulgada por meio das redes sociais.
Quinta-feira completou 24 anos do massacre de Columbine, que deixou 15 mortos nos Estados Unidos.
A data de 20 de abril é celebrada também por grupos extremistas por ser aniversário do líder nazista Adolf Hitler.
Medo mas escolas…2
Na avaliação de especialistas, a onda de atentados e de ameaças sobre as escolas se consolidou devido à tolerância em relação à proliferação do discurso de ódio pela internet nos últimos anos, que permitiu a grupos vinculados à extrema direita migrarem de fóruns obscuros para redes sociais de uso comum e influenciar um número cada vez maior de jovens, inclusive no Maranhão.
O ciberespaço se tornou um ponto central de cooptação de adolescentes e articulação de ataques nos últimos anos.
Na quarta-feira (19), por exemplo, policiais cumpriram mandados em cinco Estados e apreenderam 10 suspeitos de utilizar uma plataforma online para combinar agressões.
Medo mas escolas…3
Dados da Safernet, organização de defesa dos direitos humanos no mundo virtual, confirmam o avanço do radicalismo digital: no ano passado, foi registrado um número recorde de 74 mil relatos de crimes envolvendo discurso de ódio em espaços como fóruns ou redes sociais, em uma disparada de 67,7% em relação a 2021.
Essa escalada indica que o poder público e as empresas de tecnologia não fizeram o necessário para monitorar e barrar as manifestações contra segmentos da sociedade como mulheres, negros ou a população LGBT+,
Segundo especialistas, houve permissividade em relação ao discurso de ódio, o que gera uma situação favorável para a ocorrência desses ataques em escolas.
É óbvio que nenhuma autoridade pública apoia ou concordaria com esses atentados, mas, nos últimos anos, houve permissão por parte de algumas dessas autoridades a manifestações misóginas, racistas e sexistas.
Medo mas escolas…4
Os registros disponíveis demonstram que esse cenário coincidiu com um salto jamais visto da violência escolar no Brasil.
Um levantamento realizado com base em uma pesquisa da Universidade de Campinas (Unicamp) e em casos noticiados pela imprensa indica que, desde 2002, houve pelo menos 24 atentados que deixaram feridos ou mortos.
Pouco mais da metade (13) ocorreram desde o ano passado.
Medo mas escolas…5
O professor e pesquisador no Departamento de Estudos de Mídia na Universidade da Virgínia (EUA) David Nemer afirma que a permissividade com o clima de agressividade no universo virtual envolve diferentes poderes e as chamadas big techs.
Diz ele: viu-se uma tolerância muito grande, sim, que podemos ver pelo grande número de denúncias e de ações judiciais envolvendo questões como racismo ou homofobia em plataformas online. É uma falha sistêmica, porque o sistema judicial não consegue absorver todas as denúncias, é muito demorado, não há cobrança de fato por parte das autoridades perante as plataformas, e as plataformas ficam muito aquém no combate a esse tipo de discurso porque só funcionam na base da punição. Como não há punição, são mais do que tolerantes.
Medo mas escolas…6
Tragédias registradas em escolas brasileiras, nos últimos anos, com frequência têm origem em mensagens aparentemente inocentes distribuídas pela internet.
Memes, piadas e jogos virtuais estão entre as ferramentas mais utilizadas por grupos de extrema direita para cooptar jovens e estimulá-los a agir como “lobos solitários” para cometer atentados.
O perfil mais visado é o que transparece nos registros policiais depois dos massacres: adolescentes brancos do sexo masculino e heterossexuais, geralmente com algum tipo de frustração.
Sentimentos de rejeição, inadequação e reação contra bullying e outras formas de violência agravam a vulnerabilidade frente ao discurso de ódio.
Medo mas escolas…7
Para a jornalista Rosane de Oliveira, a intolerância que divide famílias, extingue amizades, separa casais e nos catapulta para um mundo que substituiu o diálogo pelo grito (mesmo que seja um grito virtual, em letras maiúsculas) é a mãe dessa onda de ódio que só produz violência e atraso.
Quando foi que o Brasil de uma população majoritariamente cordial começou a se transformar nesse país primitivo em matéria de relações sociais?
É verdade que o “brasileiro cordial” de Sérgio Buarque de Hollanda comporta uma série de interpretações e não deixa de ser um mito. Afinal, nossa história nestes 523 anos desde a chegada dos portugueses é feita de revoluções em que se toleravam degolas e toda sorte de violências.
Medo mas escolas…8
Seria muito reducionista atribuir à polarização política essa sensação de retorno ao tempo das cavernas – se é que na idade da pedra lascada não havia espaço para a gentileza.
Um passeio pelos comentários em redes sociais ou em sites de notícias, mesmo aqueles que só tratam de banalidades, fornece uma pista para entender a violência que está nas pontas dos dedos.
Para escrever na pedra:
“A violência destrói o que ela pretende defender: a dignidade da vida, a liberdade do ser humano”. Do Santo Papa João Paulo II.
TRIVIAL VARIADO
Rede social: o Twitter começou a remover o selo azul e gratuito de verificação que antes era distribuído a pessoas notáveis de várias áreas.
Negacionistas são criticados: o Ministério da Saúde condenou, ontem, a falta de atitude do Conselho Federal de Medicina em relação aos médicos antivacinas.
Saiba Mais
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