SÃO LUÍS – Nesta terça-feira (8), o pai de um dos passageiros que estava dentro do Uber, no qual o motorista Edmilson Pimenta Azevedo foi morto, na noite de domingo (6), falou sobre o caso, em entrevista à rádio Mirante AM.
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Segundo Barros Figueiredo, o que houve não foi tentativa de assalto nem latrocínio, como alguns veículos de comunicação têm noticiado. O homem afirma que o filho dele, junto com a namorada e mais dois amigos, pegaram o Uber para irem a uma festa de pré-carnaval na Madre Deus.
“Minha filha pediu o Uber que era conduzido pelo Edmilson, o qual pegou os meninos aqui na porta de casa. Eu não sei o que houve com o motorista, que ele subiu a Alemanha, virou à esquerda e desceu pela avenida Kennedy. Quando chegou perto do sinal que cruza com o Anel Viário, um motoqueiro trancou ele. Aí começaram a discutir, trocando xingamentos. O motoqueiro ficou andando do lado dele e, quando chegou perto da Liberdade, o motoqueiro começa a disparar tiros. Meu filho e os colegas se jogaram no banco do carro. Meu filho foi atingido no braço, e os outros colegas dele também foram atingidos. A única que não ficou ferida foi a menina, graças a Deus. O motorista morreu, porque o motoqueiro atirou no lado dele”, alegou Barros Figueiredo.
Ainda segundo o pai do passageiro, o filho dele falou que o motoqueiro estava sozinho.
“O motorista do Uber foi muito irresponsável, Deus me perdoe, mas ele não deveria estar discutindo com ninguém com passageiro dentro do Uber. Ninguém sabe se o cara está armado. Esses caras que andam de moto ninguém sabe se é vagabundo, se é gente boa. Aí colocou todo mundo em uma situação difícil, e a dele foi pior, porque ele faleceu”, afirmou Figueiredo.
O pai do passageiro disse, ainda, que o filho e os amigos não são responsáveis pelo crime, como noticiaram alguns veículos de comunicação. Segundo Barros, eles sofreram tentativa de homicídio e já se apresentaram na delegacia para prestarem depoimento.
“Não tem nada a ver com assalto, latrocínio, nada disso, ele (Edmilson Pimenta) morreu por causa de uma discussão de trânsito. E o motoqueiro ia matar todo mundo dentro do carro. Se eles não se abaixassem, estariam mortos”, declarou Barros.
O delegado George Marques, que preside as investigações do caso na Superintendência de Homicídios e Proteção à Pessoa (SHPP), falou com a Mirante AM e afirmou que três dos quatro passageiros do Uber já se apresentaram para depor.
“A gente já descobriu quem são as pessoas que estavam dentro do Uber como passageiros. Identificamos a solicitante, que é a filha do seu Barros e ela afirmou que solicitou o Uber para o irmão, que vinha com os amigos para a Madre Deus e, no trajeto, eles apontam que houve uma briga de trânsito que resultou na morte do motorista do Uber. Essa é a história que os passageiros relataram para a polícia, claro que ainda é muito cedo para cogitar qualquer tipo de coisa. É necessário que se comprove, com outros elementos, o que de fato aconteceu. Os filhos do seu Barros e dois amigos já foram ouvidos, falta apenas um se apresentar para depor”, declarou o delegado.
Ainda de acordo com George Marques, os passageiros alegaram que fugiram do local do crime com medo de que o motoqueiro voltasse e os executassem também. O delegado afirma que todas essas alegações estão sendo ouvidas e o caso continua sendo investigado, por isso, a polícia não poder emitir nenhum juízo de valor.
“Estamos esperando o laudo da perícia para esclarecer o caso, isso será determinante. O que podemos dizer, de antemão, é que os tiros vieram de fora para dentro do veículo, o que corrobora com a versão dos passageiros. A gente não descarta nada, temos que apurar tudo”, ressalta George Marques.
Ouça, na reportagem de Alessandra Rodrigues da Mirante AM, as declarações de Barros Figueiredo e do delegado George Marques sobre o caso:
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