MOSCOU - Quase 20 mil pessoas protestaram ontem, 29, em Moscou, a pedido da oposição, para denunciar os processos contra vários participantes do movimento de contestação que sacudiu a capital russa neste verão.
Segundo a polícia, os manifestantes se reuniram por volta das 16h (10h de Brasília) na Avenida Sakharov, perto do centro de Moscou, enfrentando a chuva de outono. A ONG White Counter estimou o número de participantes em mais de 23 mil.
Organizada pelo Partido Libertário e apoiada pelo opositor Alexei Navalny, a manifestação foi autorizada pelas autoridades. Dezenas de policiais garantiam a segurança do protesto, que foi cercado por barreiras metálicas.
- Estou aqui não apenas por mim, mas por aqueles que não puderam estar aqui ou com seus entes queridos, aqueles que estão na prisão ou já foram condenados à prisão - disse Liubov Sobol, aliado de Alexei Navalny, de um palco instalado em frente aos manifestantes.
De meados de julho até o final de agosto, ocorreram manifestações quase semanais em Moscou, depois que muitos candidatos da oposição foram proibidos de participar das eleições locais em setembro, marcadas pela derrota dos candidatos pró-Kremlin em Moscou. Este foi o movimento de protesto mais importante desde o retorno de Vladimir Putin ao poder em 2012.
Como a maioria das manifestações não foi permitida, resultaram em cerca de 2.700 prisões e casos de violência policial.
Embora a maioria dos manifestantes tenha sido libertada rapidamente, cerca de 15 foram mantidos presos por várias semanas. Seis já foram condenados de dois a quatro anos de prisão por "violência" ou "violação das regras da manifestação".
Oposição
Em meados de setembro, a oposição e várias personalidades russas se mobilizaram pela libertação de Pavel Ustinov, ator condenado a três anos e meio de prisão por ter resistido à prisão em um protesto no final de julho.
No início de agosto, a Justiça também abriu uma investigação por "lavagem de dinheiro" contra a organização de Navalny, que publicou nos últimos anos investigações denunciando o enriquecimento de altas autoridades russas.
Como parte da investigação, a polícia russa realizou mais de 200 buscas em meados de setembro em cerca de 40 cidades russas.
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