Moscou - O presidente da Rússia, Vladimir Putin, garantiu a seus compatriotas ontem que está tentando aliviar os sofrimentos enfrentados pela população devido à recessão econômica e a um aumento nos preços ao consumidor em consequência das desavenças do Kremlin com o Ocidente.
Putin aproveitou um evento anual transmitido pela televisão durante o qual responde a perguntas de cidadãos comuns de todo o país para adotar um tom conciliador no tocante à política externa, afirmando que a Rússia quer relações amistosas com o resto do mundo.
As primeiras perguntas ao líder russo se concentraram na economia, que encolheu 3,7 % no ano passado, resultado da queda do preço do petróleo agravado pelos efeitos de sanções internacionais a Moscou em consequência do conflito na Ucrânia.
"Entendo que é difícil", disse Putin em resposta a uma pergunta sobre inflação, que chegou a 12,9 % em 2015. Os preços subiram devido ao embargo à importação de alimentos da Europa, adotado pelo Kremlin em retaliação às sanções. "O aumento no preço dos alimentos é um fenômeno temporário. Os preços irão se estabilizar", afirmou.
Medidas
Em resposta a uma pergunta de uma mulher chamada Yekaterina, da cidade siberiana de Omsk, o mandatário disse que fundos adicionais serão contingenciados para pagar o conserto de buracos nas ruas. Ele ainda prometeu medidas para tornar os remédios mais baratos nas farmácias.
O presidente russo fez um aceno aos investidores afetados pela desaceleração econômica, dizendo que tem grande consideração pelo ex-ministro das Finanças Alexei Kudrin e que espera que este último possa dar conselhos sobre política econômica.
Os mercados veem Kudrin como um defensor de uma política econômica liberal e da prudência fiscal e temem que ele não tenha mais influência sobre Putin.
No quesito política externa, Putin não exibiu a retórica beligerante que usou em outras ocasiões.
Ele negou que a Rússia esteja cercada de adversários, disse ser a favor de uma solução pacífica e negociada para o conflito na Síria e afirmou que sua nação é amiga da Turquia, ainda que tenha diferenças com seus líderes.
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