COLUNA

Retirada e consumo da água

Atualizada em 11/10/2022 às 12h25

A água é utilizada todos os dias por milhões de pessoas no Brasil, para diversas finalidades. Apesar de todas as campanhas que buscam sensibilizar a população para o consumo sustentável e responsável, poucos fazem ideia do quanto gastam. De acordo com a Agência Nacional de Águas (ANA), a cada segundo são utilizados, em média, 2 milhões e 83 mil litros de água no país (ou 2.083 metros cúbicos por segundo). Em 1931, eram utilizados apenas 131 mil litros por segundo – 6,3% do uso atual.
Esses dados, que constam do Manual de Usos Consuntivos da Água no Brasil, elaborado pela ANA, e que traça um panorama das demandas pelos recursos hídricos em todos os municípios brasileiros, entre 1931 e 2030, prevê que o uso desse líquido da vida crescerá 24% nos próximos 10 anos, superando a marca de 2,5 milhões de litros por segundo. E olha que estamos passando por um momento de escassez de água.
Entende-se como uso consuntivo quando a água é consumida, total ou parcialmente, no processo a que se destina, não retornando diretamente aos corpos hídricos de onde foi retirada.
Somente a agricultura irrigada, o abastecimento urbano e a indústria de transformação são responsáveis por 85% das retiradas de água em corpos hídricos: 2,083 milhões de litros por segundo. Todos os usos continuarão se expandindo nos próximos anos, com exceção do abastecimento humano rural, que deverá cair com a redução da população nesse meio.
O Manual de Usos Consuntivos da Água no Brasil também traz outras informações que são importantes para o desenvolvimento de políticas públicas voltadas para a gestão hídrica. Como, por exemplo, a listagem dos 10 municípios brasileiros que mais retiram água considerando todos os tipos de uso dos recursos hídricos e também para cada forma de utilização: abastecimento humano urbano, abastecimento animal, indústria de transformação, mineração, agricultura irrigada, usinas termelétricas.
Além disso, o Manual de Usos Consuntivos da Água no Brasil apresenta os percentuais destes diferentes usos da água nos 26 estados e no Distrito Federal e em cada uma das 12 regiões hidrográficas do país.
No Maranhão, de acordo com a publicação, 76,62% da retirada de água ocorre pela agricultura irrigada, o abastecimento urbano e usinas termelétricas. Apesar de a agricultura irrigada ser o segundo maior em retirada, sem consumo é maior, chegando a 41,81%.
A capital maranhense se destaca pelo abastecimento urbano como principal responsável pela retirada e consumo de água, em detrimento da agricultura irrigada e da indústria.
O estudo também aponta a evaporação líquida em reservatórios artificiais, o que inclui hidrelétricas, açudes e outros tipos de reservatórios. A evaporação líquida é calculada pela diferença entre a evaporação no reservatório e a evapotranspiração que naturalmente aconteceria no local. Segundo dados de 2017, houve uma evaporação líquida de 669,1 mil litros por segundo. Este volume é aproximadamente 35% maior que o retirado para abastecimento urbano (496,2 mil litros por segundo) e 6,8 vezes maior que o consumido por este uso (99,2 mil l/s).
Nesse caso, a evaporação líquida só é superada pelo retirada e pelo consumo de água pela irrigação (respectivamente 1083,6 e 792,1 mil l/s).

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