O período de estiagem, entre os meses de junho e novembro, afeta diretamente a saúde da população maranhense, principalmente de crianças. Doenças respiratórias, problemas de pele e mal-estar são as principais reivindicações dos pequenos, após o fim do período chuvoso. Para orientar pais e familiares, O Estado conversou com a médica pediatra do Hapvida Saúde, Alinne Barros.
Apesar das chuvas que ainda atingem o Maranhão, o mês de agosto é tido como um período de intensa seca para a Região Nordestina. Nesta época do ano, hospitais, prontos socorros e unidades de atendimento costumam registrar um fluxo maior de crianças com queixas relacionadas a problemas respiratórios, dermatológicos e quadros de desidratação.
A médica pediatra Alinne Barros esclareceu algumas dúvidas e orientações importantes, para evitar problemas de saúde durante o período de estiagem. Calor e baixa umidade do ar são fatores climáticos comuns nesta época do ano. Tudo isso associado a queimadas frequentes, que também ocorrem por influência das altas temperaturas e do tempo mais seco e causam diversos problemas à saúde, em especial os problemas respiratórios.
“A maioria das doenças respiratórias do período é provocada por vírus. Eles afetam crianças e idosos com mais intensidade. Rinites alérgicas, laringites, faringites, bronquites e asmas são as doenças mais comuns. É quando mais se tem bronquiolites, uma inflamação nos brônquios, problema pulmonar”, esclareceu a pediatra.
Ainda de acordo com a especialista, fatores relacionado às queimadas podem agravar o estado de saúde da população, principalmente dos pequenos, que são mais frágeis e têm menor imunológica.
“Folículos das queimadas, além de tóxicos, funcionam como alergênicos e ativam doenças respiratórias. Crianças são mais afetadas, porque estão com a imunidade em fortalecimento. Já em idosos, o sistema de defesa é debilitado pelo envelhecimento natural dos órgãos”, destacou Alinne Barros.
Sintomas
A especialista orienta pais e familiares a ficarem atentos aos sintomas, pois, quanto mais cedo forem diagnosticados, mais rápida é a recuperação. “Quando os sinais forem dor de cabeça, tosse, rouquidão e cansaço, deve-se fazer um tratamento sintomático, para evitar o agravamento das doenças. Já quando os sintomas são febre alta e dificuldade para respirar, por exemplo, não se deve deixar de buscar ajuda médica urgente, pois esses são sinais de doenças mais graves, como pneumonia, por exemplo”, ressaltou a pediatra.
Cuidados com a pele também devem ser intensificados neste período. O maior órgão do corpo humano pode ser facilmente prejudicado pelas altas temperaturas e baixa umidade do ar. A médica esclareceu que a ingestão de líquidos é imprescindível. “Em tempos mais secos, a pele também costuma sofrer. O ideal é consumir ainda mais líquidos, como água e suco natural, para hidratar o corpo”, reforçou.
Além disso, a atenção deve ser redobrada em relação à exposição solar em horários inapropriados. De acordo com Alinne Barros, o ideal é se expor somente até 9h e após as 16h. “Com as temperaturas mais elevadas, há riscos de insolação, que é o superaquecimento interno do corpo. Além disso, a radiação solar ultravioleta pode favorecer, a longo prazo, doenças como o câncer de pele, por exemplo”, explicou.
Outro ponto que deve ser lembrado é a higiene. Em tempos mais quentes, também é maior a quantidade de bactérias que proliferam. “Reforce a higiene com a limpeza dos vegetais e cuidado com os locais que você frequenta. Se houver água suja corrente, como a de esgotos estourados, evite contato”, finalizou a pediatra.
SAIBA MAIS
Hidratação: é muito importante que o consumo de água esteja em dia durante os períodos mais secos. Além de água mineral, água de coco, sucos naturais e frutas podem ajudar na hidratação do organismo.
Umidificação do ambiente: os vaporizadores e até as bacias com água são muito úteis em casa, especialmente na hora de dormir. Porém, é necessário o cuidado com a limpeza do vaporizador, para que o mesmo não acumule microrganismos que tragam prejuízo à saúde.
Soro fisiológico: para evitar o ressecamento dos olhos e das narinas, recomenda-se o uso de soro fisiológico. Nos olhos, a administração do soro é mais efetiva do que a de colírios, que se usados em excesso, podem ir contra a umidificação. Para o nariz, é importante que seja feita a limpeza com o soro de 4 a 6 vezes por dia, eliminando assim a atuação de bactérias.
Higiene: além de manter as mãos lavadas constantemente, a casa também deve ser limpa com maior frequência nos períodos de estiagem. Quanto mais seco o clima, mais ácaros e fungos aparecem.
Saiba Mais
- 30% da população brasileira sofre de doenças respiratórias, afirmam especialistas
- Doenças respiratórias por causas indeterminadas aumentam na pandemia
- Doenças respiratórias são comuns durante período de estiagem
- Período chuvoso faz aumentar número de casos de viroses
- Doenças respiratórias afetam mais as crianças neste período do ano
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