Violência

Suspeitos de ligação com o ataque vão a tribunal de Madri

Na segunda, a polícia matou a tiros o suspeito de ter dirigido a van que matou 13 e deixou mais de 100 feridos em Barcelona; suspeitos planejavam atacar a Sagrada Família

Atualizada em 11/10/2022 às 12h36

MADRI - Quatro homens acusados de pertencerem a uma célula jihadista responsável pelo ataque com uma van que matou 13 pessoas em Barcelona na quinta-feira,17, compareceram a um tribunal ontem, um dia depois de o suposto motorista ter sido morto a tiros pela polícia. De acordo com a imprensa espanhola, os suspeitos afirmaram que pretendiam atacar monumentos da cidade, como a igreja Sagrada Família.

Driss Oukabir, Mohammed Aallaa, Mohamed Houli Chemlal e Salh El Karib são os únicos ainda vivos entre os 12 suspeitos que se acredita terem composto o grupo terrorista que estaria por trás dos atentados em Barcelona e Cambrils, na semana passada.

Os quatro detidos, que chegaram à Suprema Corte na manhã de ontem, foram levados de Barcelona a Madri em um comboio de veículos policiais com as sirenes ligadas. As audiências ocorrem a portas fechadas e os suspeitos têm o direito de ficar calado, de acordo com a France Presse.

Mortes

O juiz Fernando Andreu, depois dos interrogatórios, deve determinar que acusações apresentará contra eles pelos atentados reivindicados pelo grupo Estado Islâmico na Catalunha, que tiveram um balanço de 15 mortos (14 em Barcelona e 1 em Cambrils) e mais de 130 feridos. Uma fonte judicial da France Presse afirmou que eles responderão por assassinato terrorista.

De acordo com a Reuters, dois dos suspeitos disseram que o imã da mesquita de Ripoll, Abdelbaki Es Satty, que morreu na explosão de uma casa em Alcanar (onde o grupo organizava os ataques), foi o instigador dos ataques. O jornal "La Vanguardia" afirmou que Mohamed Houli Chemlal, que ficou ferido na explosão, contou ao juiz que a célula terrorista planejava atacar monumentos da cidade de Barcelona. "El Mundo" afirma que um dos monumentos visado seria a igreja da Sagrada Família.

O chefe da polícia da Catalunha havia informado que os ataques em Barcelona e Cambrils foram uma alternativa "desesperada" depois que o plano inicial, preparado "durantes meses", fracassou.

Motorista da van

Na segunda-feira,21, a polícia matou a tiros Younes Abouyaaqoub, de 22 anos, que identificou como o motorista da van que acelerou pela lotada avenida Las Ramblas, em Barcelona. Fontes do ministério do Interior do Marrocos disseram nesta terça ao "El País" que um marroquino que poderia ter morado na mesma casa que Abouyaaqoub em Ripoll, foi preso em Casablanca. Este é o terceiro detido no Marrocos com suposta ligação com os ataques.

O Estado Islâmico assumiu a responsabilidade pelo ataque com a van e por outro, ocorrido horas depois, na cidade litorânea turística de Cambrils, no sul de Barcelona. Naquela cidade, novamente um carro foi usado para atropelar pessoas e seus ocupantes saíram para tentar esfaquear pessoas. Os cinco agressores, que usavam o que acabou se descobrindo serem coletes de explosivos falsos, foram mortos a tiros pela polícia, e uma mulher espanhola morreu no ataque.

Depois do ataque, Abouyaaqoub fugiu a pé, matou a facadas um homem que estacionava o carro e fugiu em seu veículo.

O jornal espanhol "La Vanguardia" relatou nesta terça-feira que Abouyaaqoub andou cerca de 40 quilômetros de Sant Just Desvern, uma cidade nos arredores de Barcelona onde descartou o carro roubado, até Subirats, onde foi baleado fatalmente, segundo a Reuters.

Abouyaaqoub, que havia trocado de roupa, andou durante a noite e se escondeu durante o dia, disse o jornal, citando fontes envolvidas na investigação.

Carlos Mundo, principal autoridade judiciária do governo da Catalunha, disse que a polícia está investigando se Abouyaaqoub teve alguma ajuda enquanto esteve foragido. "Está claro que ele deve ter tido alguma forma de logística", disse ele à Rádio Catalunha.

Em pouco mais de um ano, militantes islâmicos usaram veículos como armas para matar quase 130 pessoas na França, Alemanha, Reino Unido, Suécia e Espanha.

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