Caso Balsas

Simulação da morte da Karina Brito deve ocorrer em um mês

Procedimento é a última etapa de apuração do caso; em seguida, haverá o indiciamento dos acusados do crime, ocorrido em dezembro em Balsas

Thiago Bastos

Atualizada em 11/10/2022 às 12h41
Kamila (e) e Karina Brito (d)
Kamila (e) e Karina Brito (d) (Irmãs)

A reprodução simulada dos fatos que resultaram na morte, no dia 14 de dezembro do ano passado, de Karina Brito – na cidade maranhense de Balsas –, durante perseguição policial, será feita em até um mês. Pelo menos esta é a previsão inicial da Superintendência de Homicídios e Proteção à Pessoa (SHPP), que apura o caso. De acordo com a polícia, o procedimento é a última etapa de apuração do caso.

Ainda segundo a polícia, após esta fase, deverá haver o indiciamento dos acusados. O procedimento, segundo o delegado Guilherme Filho, ocorrerá no mesmo horário do fato (por volta de 1h30), nos mesmos locais e com a participação dos atores envolvidos na operação. “Esta fase será importante para a verificação plena do que já foi objeto de conclusão da polícia com os depoimentos colhidos na fase anterior”, explicou o delegado.

Ele explicou ainda que as investigações estão na fase de comparação balística, ou seja, a verificação técnica para saber exatamente de que arma e quem disparou o tiro fatal que matou Karina Brito. Segundo o delegado Guilherme Filho, esta etapa deverá durar ainda pelo menos duas semanas. “Após esta apuração, faz-se a convocação dos atores envolvidos no caso e parte-se para a organização do procedimento simulado, que deve durar aproximadamente entre 10 dias e duas semanas”, frisou o delegado.

Crimes
O delegado explicou ainda que duas acusações deverão ser formalmente encaminhadas à Justiça, caso a conclusão da polícia após a simulação confirme a suspeita de que os tiros fatais partiram de uma viatura que continha policiais de um grupamento de elite da corporação, o chamado Cosar.

Ainda estou muito abalada, mas Deus tem confortado demais meu coração. As lembranças ficam, mas espero sinceramente que seja feita Justiça neste caso e que a morte de minha irmã não tenha sido em vão”Kamila Brito, vítima de um tiro no braço

A primeira acusação será a de homicídio, que deverá pertencer a quem manuseou a arma que disparou o tiro fatal. Já a segunda será a de homicídio na forma tentada, ou seja, com o indiciamento daqueles que atiraram contra o veículo em que estavam Karina Brito e sua irmã que sobreviveu ao episódio, Kamila Brito. “Todas as acusações têm como fundamento exatamente o que prevê a legislação penal. No entanto, é preciso aguardar o desfecho do caso para que tudo seja esclarecido”, afirmou.

Aguardo
Procurada por O Estado, Kamila Brito disse que a família ainda está muito abalada com o que aconteceu. Ela lembrou que no próximo dia 4 de março seria aniversário de sua irmã, caso estivesse viva. “Ainda estou muito abalada, mas Deus tem confortado demais meu coração. As lembranças ficam, mas espero sinceramente que seja feita Justiça neste caso e que a morte de minha irmã não tenha sido em vão”, disse Kamila Brito. Ela confirmou ainda que, após o inquérito que apura o caso, a família de Karina Brito irá processar o Estado, por considerarem que a operação da polícia foi desastrosa.
Sobre a iniciativa de processar o Estado, até o fechamento desta edição, o Governo do Maranhão não se pronunciou.

RELEMBRE

As jovens Kamila Brito e Karina Brito retornavam de um velório em um bairro da cidade de Balsas quando, ao deixarem uma amiga em uma residência, começaram a ser perseguidos por veículos que não estavam caracterizados com identificação da polícia. Ao pensarem que seriam bandidos, as jovens iniciaram fuga. Em contrapartida, os policiais começaram a atirar contra o veículo das mulheres. Um dos tiros atingiu perto do coração de Karina Brito, que morreu antes de chegar ao veículo. Já Kamila Brito foi atingida em um dos braços.

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