Elucidação

Caso Karina Brito: OAB-MA cobra elucidação de morte

Comissão de Direitos Humanos da entidade esteve em Balsas cobrando rapidez nas investigações e pedindo a responsabilização dos culpados; jovem foi morta durante uma ação policial na cidade

Leandro Santos - Da equipe de O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h42
Kamila Brito dirigia o carro com a irmã Karina Brito (d), que foi morta
Kamila Brito dirigia o carro com a irmã Karina Brito (d), que foi morta (Caso Karina Brito: OAB-MA cobra elucidação de morte)

A Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Maranhão (OAB-MA) está cobrando das autoridades de segurança a elucidação da morte de Karina Brito Ferreira, ocorrida durante uma perseguição policial no dia 15 de dezembro do ano passado na cidade de Balsas (distante aproximadamente 800 km de São Luís). O caso ganhou ampla repercussão, inclusive nacional.

Em contato na tarde de ontem com O Estado, o presidente da entidade, Thiago Diaz, disse que a Comissão de Direitos Humanos da OAB, cujo presidente é o advogado Rafael Silva, já esteve em Balsas esta semana, conversando com Kamila Brito, irmã de Karina, e se reuniu com as autoridades policiais em Balsas para acompanhar o andamento das investigações.

“Nós estamos acompanhando esse caso de perto para cobrar a punição de quem estiver envolvido nessa situação, seja na esfera administrativa e na criminal”, frisou o presidente da OAB-MA, Thiago Diaz.

Investigações
Na terça-feira, 3, as armas dos policiais envolvidos na operação chegaram ao Instituto de Criminalística do Maranhão (Icrim), em São Luís. Elas estavam guardadas no Comando Geral da Polícia Militar, no Calhau.

O trabalho pretende descobrir de qual arma partiu o disparo que matou a jovem, no dia 15 de dezembro do ano passado. O caso está sendo investigado agora pela Superintendência de Homicídios e Proteção à Pessoa (SHPP) e um inquérito tem um prazo de 30 dias para ser concluído.

No dia 15 de dezembro do ano passado, Kamila e Karina Brito estavam vindo de um velório e indo para casa quando foram confundidas com criminosos que haviam explodido uma agencia bancária em Fortaleza dos Nogueiras dias antes, e então iniciou-se a perseguição policial. Kamila foi atingida no braço com um tiro enquanto a sua irmã, Karina, morreu baleada dento do automóvel.

A versão da Secretaria de Segurança Pública (SSP) é a de que as duas teriam furado uma barreira policial feita por viaturas caracterizadas e por isso foram perseguidas. Já Kamila Brito afirma que em nenhum momento furou essa barreira e, durante todo o tempo, foi perseguida por carros sem qualquer tipo de identificação da polícia.

Alguns dos policiais envolvidos na operação já estão de volta à atividade, dentro do 4º Batalhão de Polícia Militar (4º BPM), sediado em Balsas. No entanto, desenvolvem funções administrativas no interior da unidade.

Fuzilamento
No fim de dezembro, O Estado conversou com exclusividade com o perito criminal enviado pelo Instituto de Criminalística (Icrim) da cidade de Imperatriz e que fez a perícia no automóvel onde estavam as suas jovens.

De acordo com as suas análises, foram cerca de 30 tiros que atingiram o veículo onde estavam as duas irmãs. A grande maioria dos tiros atingiu a parte traseira e também partes da lateral do carro. A situação comprovou que elas estavam fugindo e os policiais vinham logo atrás quando eles começaram os disparos.

As primeiras análises mostraram que a maioria dos tiros foi dada contra o passageiro do veículo. Por essa razão, Karina Brito, que estava no banco do carona, foi alvejada e morta enquanto Kamila, que estava conduzindo o carro, foi atingida com um tiro no braço.

O perito afirmou que não encontrou também marcas de tiros nos pneus do veículo. Por outro lado, durante as análises, foi constatado que o pneu dianteiro direito estava danificado, fato esse provavelmente ocasionado quando Kamila Brito, que estava dirigindo o veículo, perdeu o controle e colidiu.

Outra informação que também consta na análise é sobre o tipo de arma usada pelos policiais durante a operação. De acordo com as marcas de tiros presentes no carro, as balas saíram de pelos menos três armas de fogo diferentes. l

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