(Divulgação)

COLUNA

Gabriela Lages Veloso
Escritora, poeta, crítica literária e mestranda em Letras pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA).
Gabriela Lages Veloso

Contos de Pedro

No livro Contos de Pedro (2006), de Rubens Figueiredo, os protagonistas, de oito das nove narrativas, possuem todos o mesmo nome: Pedro. Mas por qual razão?

Gabriela Lages Veloso

Rubens Figueiredo é um dos meus autores favoritos. Foi também uma das minhas maiores referências para me tornar escritora. 

Escritor, professor aposentado e tradutor. Rubens ganhou diversos concursos literários de prestígio, dentre eles destacam-se o Prêmio Jabuti, o Prêmio Portugal-Telecom e o Prêmio Oceanos. 

No livro Contos de Pedro, de Rubens Figueiredo, os protagonistas, de oito das nove narrativas, possuem todos o mesmo nome: Pedro. Mas por qual razão? 

Pedro, proveniente do grego “Pétros”, significa literalmente pedra. Logo, esse nome pode remeter à vidas cruéis. Pessoas frias, não por escolha, mas pela soma de dificuldades enfrentadas no cotidiano. 

Ilustração: Bruna Lages Veloso
Ilustração: Bruna Lages Veloso

Os diversos Pedros, de Figueiredo, possuem idades, profissões e classes sociais distintas. Contudo, todos têm em comum rotinas que os tornaram indiferentes. Sua frieza entorpece a dor. 

Esses Pedros são: um porteiro “sem nenhuma gota de crueldade no sangue”; um aprendiz de padeiro; um garçom aposentado por invalidez; um empregado de uma churrascaria; um escritor rico e influente; um garimpeiro, um músico famoso e um pedreiro. 

Eles encontram-se entre as necessidades materiais, o desejo e o sentido moral. Todos estes Pedros tentam limar as arestas do mundo que os rodeia ou, mais frequentemente, conformar-se com elas. 

Essas narrativas se desenvolvem em grande parte no interior da consciência dos personagens; a experiência da realidade é filtrada, em cada caso, por uma inteligência e uma sensibilidade particulares. 

Rubens Figueiredo leva às últimas consequências seu estudo sobre o desenvolvimento dessas vidas interiores, criadas por sua imaginação literária, em confronto com as condições concretas de existência modeladas por essa mesma imaginação. 

O autor busca nas nuances e nos detalhes do cotidiano as sutilezas que dão a cada vida um colorido particular. Cada um dos seus Pedros, no campo ou na metrópole, na favela ou na mansão, comunica uma experiência única e inquietante. 

 

REFERÊNCIA:

FIGUEIREDO, Rubens. Contos de Pedro. Rio de Janeiro: Companhia das Letras, 2006. 

O livro pode ser adquirido no site da Disal Distribuidora de Livros: https://www.disal.com.br/produto/1518148-Contos-DePedro# 

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