Primeiro-ministro

Anúncio de novo premiê britânico é adiado para 9 de setembro

Sucessor de Cameron deve dar início ao processo de saída do Reino Unido da União Europeia; inicialmente, a data escolhida era de 2 de setembro;novo premiê irá ativar a Cláusula 50 do Tratado de Lisboa, que marca o início dessa separação

Atualizada em 11/10/2022 às 12h47

Londres - O nome do sucessor do primeiro-ministro britânico, David Cameron, será anunciado em 9 de setembro, ao término das eleições internas do Partido Conservador, informou ontem um porta-voz da formação. Inicialmente, a data escolhida era de 2 de setembro.

"Para garantir a participação plena dos afiliados, a direção do partido recomenda que a data da declaração do líder seja 9 de setembro", explicou o comunicado do porta-voz

Cameron, que pediu afastamento após o referendo optar pela saída do Reino Unido da União Europeia, já afirmou que não irá dar processeguimento ao processo para efetivar esse afastamento. O próximo primeiro-ministro irá ativar a Cláusula 50 do Tratado de Lisboa, que marca o início dessa separação.

David Cameron, que previa deixar o cargo em outubro, disse nesta terça que deseja o processo de separação seja construtivo. "Ao mesmo tempo em que estamos deixando a UE, não podemos virar as costas para a Europa. Esses países são nossos vizinhos, nossos amigos, nossos aliados, nossos parceiros", acrescentou o premiê, que anunciou na semana passada que irá renunciar em consequência do resultado do referendo.

Melhores amigos
O líder do Partido de Independência do Reino Unido (Ukip), Nigel Farage, afirmou em discurso no Parlamento Europeu nesta terça que o Reino Unido será o melhor amigo da União Europeia depois que o bloco fechar um acordo de comércio sem tarifas com os britânicos, segundo a France Presse.

"Vamos firmar entre nós um sensato acordo comercial livre de tarifas e depois reconhecer que o Reino Unido será o seu melhor amigo. Seremos os seus melhores amigos no mundo", disse Farage, um dos líderes pela campanha da saída britânica da UE, sob as vaias de alguns membros do Parlamento.

"Rejeitar a ideia de um acordo comercial sensato teria consequências bem piores para vocês do que para nós", acrescentou Farage.

O alemão Martin Schulz, presidente do Parlamento, precisou acalmar parlamentares agitados e pedir que deixassem Farage falar, acusando-os de usar as mesmas táticas que normalmente são usadas pelo Ukip contra seus adversários.

A declaração acontece no mesmo dia em que chanceler da Alemanha, Angela Merkel, alertou o Reino Unido que os britânicos não poderão escolher somente as partes da União Europeia que lhe interessam, como o mercado comum, sem aceitar princípios como a livre circulação quando negociarem sua saída do bloco.

"Quem quer que deseje sair desta família não pode esperar que irá se livrar de todas as suas responsabilidades mantendo seus privilégios", acrescentou Merkel, usando um tom mais duro do que nos últimos dias.

Os países que desejam ter acesso ao mercado comum devem aceitar os princípios e obrigações que isso acarreta, disse a líder alemã.

"Isso se aplica ao Reino Unido, assim como a qualquer outro [país membro]", disse, acrescentando que a Noruega não é membro da UE, mas tem acesso ao mercado comum "porque, em troca, aceita a livre imigração da União Europeia, entre outras coisas".

Frase

"Quem quer que deseje sair desta família não pode esperar que irá se livrar de todas as suas responsabilidades mantendo seus privilégios"

Angela Merkel

Chanceler alemã

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.