Sobrecarga

"Não vão suportar a carga", diz Sindicato dos Usuários sobre ônibus semiurbanos

Mesmo assim, Paulo Henrique, presidente do Sindicato dos Usuários de Transporte, acredita que esta solução pode amenizar a situação.

Imirante, informações da TV Mirante

Atualizada em 27/04/2023 às 08h56
O retorno da circulação dos ônibus das linhas semiurbanas está previsto para o meio-dia.
O retorno da circulação dos ônibus das linhas semiurbanas está previsto para o meio-dia. (Foto: Arquivo/O Estado)

SÃO LUÍS – Com a expectativa de retorno da circulação dos ônibus das linhas semiurbanas a partir do meio-dia desta quinta-feira (27), uma preocupação que surge é a sobrecarga no sistema. A frota que atende aos municípios da região metropolitana (30% do total) não é suficiente para toda a população da Grande São Luís.

“Eles [os ônibus] não vão suportar a carga de pessoas, e vai acabar trazendo um transtorno até maior pra nossa sociedade”, afirmou o presidente do Sindicato dos Usuários de Transporte Coletivo Rodoviário, Hidroviário e Aéreo do Maranhão (Sindutcol-MA), Paulo Henrique, em entrevista ao Bom Dia Mirante, da TV Mirante na manhã de hoje (27).

A expectativa é que os ônibus do sistema semiurbano da Grande São Luís, que fazem linha para Paço do Lumiar, Raposa e São José de Ribamar, voltem a circular a partir de hoje. A solução foi definida durante uma reunião realizada na tarde dessa quarta-feira (26) entre a Agência Estadual de Mobilidade Urbana e Serviços Públicos (MOB), o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de São Luís (SET) e Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado do Maranhão (Sttrema).

“Se não haver um acordo imediato da própria Prefeitura de São Luís para se resolver essa situação, o sistema semiurbano, com certeza, ele vai dar não uma sustentação acima do que a gente quer, mas vai tentar amenizar nossa situação”, disse ainda o presidente do Sindutcol nesta manhã.

Além do retorno da circulação da frota do sistema semiurbano, foi definido que algumas linhas farão o percurso até o Centro de São Luís, ao invés de irem apenas até os terminais de integração, com o intuito de minimizar os transtornos causados pela paralisação dos rodoviários.

“Nós precisamos que seja resolvido imediatamente, porque você tem esses três municípios que carregam, aproximadamente, 180 mil pessoas/dia, e você tem 750 mil pessoas que utilizam esse transporte público dentro de São Luís, só aqui na ilha, infelizmente não tem como”, ressaltou Paulo Henrique.

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Retorno ao meio-dia

O retorno da circulação dos ônibus das linhas semiurbanas está previsto para o meio-dia desta quinta-feira (27). Mais de 70 linhas de ônibus do sistema metropolitano (30%) deverão estar nas ruas no fim da manhã de hoje, segundo informação do Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de São Luís (SET).

Ficou acordado que o usuário do transporte público poderá contar com um itinerário ampliado, pois as linhas que atuam no semiurbano farão um trajeto estendido até o Centro de São Luís e vice-versa.

Já as linhas que atendem exclusivamente o município de São Luís seguem paralisadas, sem acordo firmado entre os rodoviários e a prefeitura da capital. Os condutores que operam com carrinhos-lotação, vans e mototáxi, além do transporte por aplicativo, vêm lucrando com as viagens, em razão da maior procura. A greve afetou até mesmo o comércio do Centro de São Luís, por exemplo, que já apresenta perdas.

Paralisação

A paralisação no transporte público da Grande Ilha foi confirmada pelo Sindicato dos Rodoviários após audiência de mediação no Ministério Público do Trabalho (MPT), realizada na tarde de segunda-feira (24), e iniciada na manhã desta terça-feira (25). A categoria reivindica a assinatura da Convenção Coletiva de Trabalho feita no início de 2023 para que haja um reajuste salarial de 7%.

De acordo com o Sindicato dos Rodoviários, o objetivo do encontro foi tentar fazer com que o SET cumprisse o acordo firmado com os rodoviários e assinasse a Convenção Coletiva de Trabalho, que garante os direitos dos trabalhadores, mas as empresas alegaram que não têm caixa para garantir os salários deste mês. Ainda de acordo com o SET, a situação chegou a esse ponto devido a falta dos subsídios que vinham sendo repassados pelo município de São Luís e Governo do Maranhão, que regulamentam, respectivamente, o transporte urbano e semiurbano na Região Metropolitana de São Luís.

Na mediação no MPT, o município de São Luís e o Governo do Maranhão foram representados pela Secretaria Municipal de Trânsito e Transporte (SMTT) e pela Agência de Mobilidade Urbana (MOB). Ambos não deram qualquer posicionamento sobre quando irão regularizar os repasses dos referidos subsídios, e, com isso, o SET reafirmou que nestas condições, não assinaria a Convenção Coletiva de Trabalho.

"O SET lamenta essa postura dos entes públicos, mas continuará envidando todos os esforços para a regularização imediata dos serviços, conclamando o Sindicato dos Motoristas para que não paralisem os serviços, evitando transtornos para milhares de pessoas da sociedade e usuários do transporte público", diz a nota divulgada pelo SET após a mediação

Ilegal

A Justiça do Trabalho considerou ilegal a paralisação de 100% dos serviços do transporte público. O desembargador José Francisco de Carvalho Neto atendeu, em partes, pedido da Prefeitura de São Luís contra os sindicatos dos Rodoviários e das Empresas determinando que 70% da frota continue funcionando com uma multa diária de R$ 50 mil caso haja desobediência.

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