Greve

Terceiro dia sem ônibus em SL, mas há expectativa de retorno dos semiurbanos

Algumas linhas do sistema de ônibus semiurbano farão o percurso até o Centro de São Luís, ao invés de irem apenas até os terminais.

Imirante.com

Atualizada em 27/04/2023 às 07h03
Região da rua das Cajazeiras com pouca movimentação no início desta manhã. (Foto: Nice Ribeiro/TV Mirante)
Região da rua das Cajazeiras com pouca movimentação no início desta manhã. (Foto: Nice Ribeiro/TV Mirante)

SÃO LUÍS – Chegou ao terceiro dia a greve de rodoviários na Grande São Luís. Nenhum ônibus saiu das garagens no início da manhã desta quinta-feira (27). Mas existe a expectativa de retorno, até nesta sexta-feira (28), dos ônibus do sistema semiurbano da Grande São Luís, que fazem linha para Paço do Lumiar, Raposa e São José de Ribamar.

Durante uma reunião realizada na tarde dessa quarta-feira (26) entre a Agência Estadual de Mobilidade Urbana e Serviços Públicos (MOB), o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de São Luís (SET) e Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado do Maranhão (Sttrema) ficou definido que em até 48 horas será normalizada a circulação dos ônibus do sistema semiurbano.

Leia mais:

Eduardo Braide assegura que não irá conceder aumento de passagem

Braide anuncia medidas que não garantem fim da greve

Nenhum ônibus sai das garagens no segundo dia de greve de rodoviários

Greve: terça-feira começa sem ônibus do transporte público em São Luís

Paralisação de ônibus obriga população a pagar mais caro com transporte alternativo

Além do retorno da circulação da frota do sistema semiurbano, foi definido que algumas linhas farão o percurso até o Centro de São Luís, ao invés de irem apenas até os terminais de integração, com o intuito de minimizar os transtornos causados pela paralisação dos rodoviários.

Terminal da Cohab vazio em dia sem ônibus. (Foto: Paulo Soares/Grupo Mirante)
Terminal da Cohab vazio em dia sem ônibus. (Foto: Paulo Soares/Grupo Mirante)

Já as linhas que atendem exclusivamente o município de São Luís seguem paralisadas, sem acordo firmado entre os rodoviários e a prefeitura da capital. Os condutores que operam com carrinhos-lotação, vans e mototáxi, além do transporte por aplicativo, vêm lucrando com as viagens, em razão da maior procura. A greve afetou até mesmo o comércio do Centro de São Luís, por exemplo, que já apresenta perdas.

Em entrevista coletiva realizada na manhã desta quarta, o prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD), anunciou um pacote de medidas para o transporte público da capital. O anúncio foi feito em meio a uma greve que afeta o sistema desde a terça (25). “Se nós não revisarmos o contrato de concessão e realizássemos uma nova licitação hoje, ela seria realizada com base nesse contrato. Um contrato ruim”, disse o prefeito.

  1. O prefeito assegurou que não haverá aumento de passagem em nenhuma hipótese.
  2. Afirmou que o repasse de subsídio para as empresas de transporte só acontecerá após melhorias nas condições dos serviços. 
  3. Anunciou um projeto de lei para revisar o contrato entre Prefeitura e empresas de transporte. 
  4. Neste projeto irá constar a ampliação da validade nos créditos eletrônicos de passagem de 1 para 5 anos.

 

Paralisação

A paralisação no transporte público da Grande Ilha foi confirmada pelo Sindicato dos Rodoviários após audiência de mediação no Ministério Público do Trabalho (MPT), realizada na tarde de segunda-feira (24), e iniciada na manhã desta terça-feira (25). A categoria reivindica a assinatura da Convenção Coletiva de Trabalho feita no início de 2023 para que haja um reajuste salarial de 7%.

De acordo com o Sindicato dos Rodoviários, o objetivo do encontro foi tentar fazer com que o SET cumprisse o acordo firmado com os rodoviários e assinasse a Convenção Coletiva de Trabalho, que garante os direitos dos trabalhadores, mas as empresas alegaram que não têm caixa para garantir os salários deste mês. Ainda de acordo com o SET, a situação chegou a esse ponto devido a falta dos subsídios que vinham sendo repassados pelo município de São Luís e Governo do Maranhão, que regulamentam, respectivamente, o transporte urbano e semiurbano na Região Metropolitana de São Luís.

Na mediação no MPT, o município de São Luís e o Governo do Maranhão foram representados pela Secretaria Municipal de Trânsito e Transporte (SMTT) e pela Agência de Mobilidade Urbana (MOB). Ambos não deram qualquer posicionamento sobre quando irão regularizar os repasses dos referidos subsídios, e, com isso, o SET reafirmou que nestas condições, não assinaria a Convenção Coletiva de Trabalho.

"O SET lamenta essa postura dos entes públicos, mas continuará envidando todos os esforços para a regularização imediata dos serviços, conclamando o Sindicato dos Motoristas para que não paralisem os serviços, evitando transtornos para milhares de pessoas da sociedade e usuários do transporte público", diz a nota divulgada pelo SET após a mediação

Ilegal

A Justiça do Trabalho considerou ilegal a paralisação de 100% dos serviços do transporte público. O desembargador José Francisco de Carvalho Neto atendeu, em partes, pedido da Prefeitura de São Luís contra os sindicatos dos Rodoviários e das Empresas determinando que 70% da frota continue funcionando com uma multa diária de R$ 50 mil caso haja desobediência.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.