O Porto do Itaqui tem se destacado a nível nacional e até internacional com o grande volume de exportação de produtos. Em 2021, o porto registrou um crescimento de 20% e, já no primeiro trimestre de 2022, houve um aumento de 5%, sendo que o mês de março deste ano foi o melhor março da história do Porto do Itaqui.
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O crescimento, segundo a gestão do porto, que é feita pela Empresa Maranhense de Administração Portuária (EMAP), é resultado de uma série de investimentos, que têm sido feitos ao longo dos anos. E os investimentos no complexo portuário, que é gerido pela administração pública, geram lucros para o Estado do Maranhão, como explica o presidente da EMAP, Ted Lago, em entrevista à rádio Mirante AM.
“O crescimento se reflete em investimentos, empregos, em aumento da arrecadação estadual que se traduz em escolas, em hospitais e mais segurança. Então, é um círculo virtuoso que tem sido vivido aqui no Maranhão”, destacou o presidente da EMAP.
Ted Lago também ressalta a importância de se desmistificar alguns temas ligados ao trabalho portuário, como no caso da soja certificada, questão ambiental, porque na atualidade o mercado está bem diferente do que era há 10 anos, e o Porto do Itaqui tem acompanhado essas mudanças. Hoje o porto público do Maranhão é certificado com a ISO 14001, sendo que no Brasil há apenas cerca de três portos com essa certificação, que se refere à excelência em gestão ambiental.
O que era para melhorar a imagem da empresa, hoje é uma exigência do mercado. Como o grão da soja hoje é produzido, exportado e embarcado, pesa para o mercado internacional. E o porto tem investido em profissionalizar esse processo com muita certificação, tecnologia e atendimento às normas legais e ambientais.
“O primeiro ponto é uma mudança de cultura. Quando se fala em porto, fala em produção, você está falando de pessoas. Hoje nós temos cerca de 220 colaboradores, porém, mais de 5 mil pessoas trabalham no Porto do Itaqui diariamente. São mais de 60 empresas dentro desse espaço, então, nós fazemos a coordenação e a gestão de harmonizar esse grupo complexo de pessoas, focado em uma produtividade, um bom desempenho, pra que a gente possa exportar essa soja, esse grão e outros produtos de forma econômica, segura e sustentável. Nós partimos em mudança de processos, algumas cargas nós não mais recebemos. Antes você chegava com uma carga e jogava essa carga no pátio, no chão, no berço, isso levantava poeira, acumulava sujeira. Hoje as cargas, principalmente minerais, elas só podem ser carregadas por meio de equipamentos e vão direto para dentro do navio, elas não ficam mais na superfície. Perdemos alguns clientes, até eles também se adaptarem, porque o mercado exigiu, até porque a operação é muito mais eficiente”, acrescentou o presidente da EMAP.
Ted Lago ainda complementou, destacando a certificação RTRS, que é a Round Table on Responsible Soy Association (Associação ou mesa redonda de soja responsável), recebida pelo Porto do Itaqui por exportar soja sustentável. O processo de sustentabilidade da soja vem desde a fazenda, que são grandes empresas, até a exportação pelo porto.
E investir em soja sustentável gera um crédito de carbono, e isso faz com que ela seja monetizada em um preço acima do peso da soja, o que se torna um incentivo para os produtores trabalharem com a produção de soja sustentável. O incentivo é tanto que, no Maranhão, já há mais de 50 fazendas que são certificadas pela sustentabilidade.
Segundo o presidente da EMAP, as fazendas que não têm boas prácias ambientais, boas práticas sociais, certamente vão ter dificuldades em comercializar os produtos. E ter boas práticas requer investimento, adequação a uma série de processos, como reutilização da água, diminuição do uso de papel, eliminação do uso de copos plásticos, entre outras pequenas e grandes ações, que contribuem para minimizar os impactos no planeta.
“O agronegócio precisa do meio ambiente, ele não concorre, porque se você muda o ambiente, se tem uma mudança no ciclo de chuva, por exemplo, você quebra a produção e gera prejuízo pro produtor. Ter essa conscientização é o trabalho mais importante. E o Maranhão tem como ser, a curto e médio prazo, o principal exportador de soja certificada de soja do Brasil”, destaca Lago.
E a soja tem sido um dos principais focos da gestão ambiental trabalhada no porto, por ser um dos principais produtos cultivados no Maranhão. O presidente da EMAP defende que é importante o Estado se identificar como um grande Estado produtor de soja, sendo que o plantio desse grão já não se restringe ao Sul do Maranhão.
“O Maranhão precisa se enxergar como um Estado produtor, a exemplo do Mato Grosso, e outros Estados importantes, e entender que existe uma série de cadeias produtivas, que já nasceram e que podem vir a nascer desse complexo do agronegócio. Se fala muito do Sul do Maranhão, hoje você já tem quase 350 mil hectares plantados entre Colinas e Caxias, já tem Chapadinha, Buriticupu. E vale destacar que não se tem derrubado novas florestas, o plantio da soja tem ocupado aquelas áreas, aqueles pastos que já tinham sido antropizados no passado, para gado solto, de baixíssima eficiência. Agora esse solo está sendo convertido para a produção de grãos, com tecnologia”, explica Ted Lago.
Com a expansão do plantio de soja no Maranhão, o número de exportação de grãos cresceu bastante, desde 2015. O Estado saiu de cerca de 2,5 milhões de toneladas de grãos exportados no Itaqui para cerca de 10 milhões, sendo desse total 6 milhões de toneladas produzidas apenas no Maranhão. Para atender a grande demanda de escoamento de produtos, a EMAP tem investido na infraestrutura do Porto do Itaqui, que segundo, Ted Lago, já se expandiu ao ponto de hoje ter capacidade para suprir além da demanda, ou seja, o porto já tem uma capacidade maior do que a demanda atual do mercado.
O gestor da EMAP aponta que o crescimento do Porto do Itaqui prova que o progresso e meio ambiente podem andar lado a lado e que ser sustentável é um bom negócio. Lago também reforça que os problemas ambientais afastam o mercado e que os produtores devem se atentar pois, cada vez mais se tem novas culturas, a maneira de plantar vai se modificando e tudo isso requer uma boa gestão ambiental.
Ao se aliar com as boas práticas e tendo uma gestão eficaz, o Porto do Itaqui não parou de investir, mesmo durante a pandemia, com isso, ele não sofreu os impactos econômicos da pandemia e ainda conseguiu aumentar sua produção, o que se deu devido a alguns países que compraram produtos do agronegócio para se abastecer, como forma de precaução durante a crise. E o agro envolve uma cadeia produtiva, com transporte, material, funcionários, uma série de elementos que fizeram a economia girar. Além disso, segundo Ted Lago, a EMAP se preocupou também com a proteção dos seus colaboradores, não deixando de lado as medidas de segurança contra a Covid.
E novos investimentos estão chegando, e a tendência é aumentar o escoamento de fertilizantes e combustíveis. Além disso, tem a empresa Santos Brasil, que atua na logística portuária, e vai investir R$ 600 milhões em novos terminais de tancagem no Porto do Itaqui.
A Santos Brasil atua no segmento de operações portuárias há 24 anos e é a única do país que presta serviços portuários com logística integrada. A empresa é responsável por 16% de toda a movimentação de contêineres e cargas do país e está de olho em várias oportunidades que o porto público maranhense tem a oferecer e pretende investir, por sentir segurança jurídica e financeira no Itaqui.
Ted Lago destaca que os investimentos recebidos pelo Porto do Itaqui são importantes para toda a sociedade maranhense.
“Esses investimentos não se traduzem apenas em bons resultados para o porto, mas também em empregos, em desenvolvimento econômico, desenvolvimento social, porque você tem empregos diretos, são várias cadeias produtivas. Hoje todo posto de gasolina depende do Itaqui, toda padaria depende do porto, por causa do trigo, todas as construções, obras que nós vemos na cidade dependem do Itaqui por causa do cimento que nós recebemos, o agronegócio, o transporte do dia a dia das pessoas por causa dos combustíveis”.
O gestor da EMAP afirma que a missão da empresa é aproximar o Porto do Itaqui das pessoas, por meio de visitas das comunidades, que podem ser agendadas pelo site da EMAP, além de oferecer programas de bolsas de estudos e desenvolvimento em mestrado e doutorado, premiação de matérias científicas, projetos de inovação, entre outras ações que visam trazer o olhar da comunidade para porto, entendo que a atividade portuária é uma das principais atividades econômicas do Estado, juntamente com o agronegócio.
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