A Empresa Maranhense de Administração Portuária (EMAP), responsável pela gestão do Porto do Itaqui, tem atraído investimentos da iniciativa privada e transformado o conceito de empresa pública. Com sua capacidade de atrair investimentos e de aplicar bem esses recursos, de 2015 a 2021, a EMAP investiu quase R$ 2 bilhões em obras, incluindo a segunda fase do Terminal de Grãos do Maranhão (Tegram), que funciona dentro do Porto do Itaqui, além de trabalhar na construção do novo Terminal de Fertilizantes e de Combustíveis, bem como em outras obras de infraestrutura.
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Para os próximos cinco anos, a meta da EMAP é investir mais de R$ 1 bilhão em novos projetos de infraestrutura portuária, segurança, logística e tecnologia. Desse total de recursos, R$ 500 milhões são verbas próprias da empresa pública maranhense.
Segundo a gestão da EMAP, o Porto do Itaqui está em plena expansão e isso é fruto de uma governança focada nas melhores práticas, que tem como objetivo desenvolver o Maranhão e toda a sua área de influência, gerando cerca de 16 mil empregos diretos e indiretos, ao longo das diversas cadeias produtivas movimentas através da atividade portuária.
Com bons investimentos, o Porto do Itaqui é hoje referência nacional na exportação de grãos, por meio da parceria com o Consórcio Tegram, que é formado por quatro grandes empresas do agronegócio, com bastante representatividade no cenário brasileiro e internacional, são elas: Terminal Corredor Norte S.A; Glencore Serviços; Corredor Logística Infraestrutura S.A; e ALZ Terminais Portuários S.A.
Segundo o gerente de Operações do Consórcio Tegram-Itaqui, Randall Luciano, O Terminal de Grãos do Maranhão trabalha com um modelo de consórcio inovador, pois reúne quatro empresas arrendatárias, que venceram o processo de licitação, as quais são concorrentes, mas que se unem a uma única linha de recepção ferroviária e compartilham essa linha de recepção e a linha de expedição marítima. Desse modo, as empresas compartilham a estrutura do Terminal de Grãos e, também, dividem os custos, o que torna o Porto do Itaqui mais atrativo.
“O Tegram hoje conta com uma capacidade estática altamente expressiva, a gente tem 500 mil toneladas de capacidade estática de armazenamento. Então você tem quatro terminais independentes, é um terminal unicamente de exportação, destinado para soja, milho e farelo de soja. Hoje no porto, é uma coisa que sempre defendi, a gente precisa unir forças. O Brasil enfrentava e ainda enfrenta, em alguns portos, um gargalo muito grande. Antes do Tegram, você via portos no Sul e Sudeste com filas de espera para atracar de até 60 dias”, explicou Randall Luciano, em entrevista à rádio Mirante AM.
Randal aponta que, no mercado atual, um navio tem as datas previstas para chegar no porto e atracar, e se o porto não atende essas especificações, existe uma cláusula comercial, onde se deve pagar o fretamento do navio. Atualmente, por dia, um navio custa em média US$ 45 mil dólares, então, no porto não pode ter o alargamento de dias para o navio atracar.
“Aqui nós temos o Tegram, que se figura entre os três terminais mais produtivos do Brasil, em um curto espaço de tempo, com uma tecnologia de ponta. Nós somos hoje um dos terminais mais jovens do Brasil, que iniciamos nossas operações em 2015. E, investindo em aumento da produtividade, com uma capacidade instalada maior, a gente consegue alavancar a produtividade, reduzindo o tempo de permanência do navio atracado. O Tegram hoje tem uma capacidade superior a 15 milhões de toneladas, fruto da tecnologia e de uma mão de obra especializada”, comemora Randal.
Outro ponto em que o Tegram se destaca é o fato de a mão de obra que atua nele ser 99% maranhense. Dos cerca de 400 empregados do terminal, há apenas seis ou sete pessoas que vieram de fora do Maranhão.
“Gera emprego, gera valor para o Estado e para o município. Isso é possível porque o Tegram consolidou o corredor Norte brasileiro. Quando a gente pega o georreferenciamento do Brasil, nas áreas de plantio, existe o paralelo 16, e praticamente 68% dessa produtividade está concentrada acima do paralelo 16, ou seja, tem uma produtividade logística muito mais atrativa para os portos do Norte. Aí você pega o Maranhão, que tem uma vocação portuária, no sentido da própria condição natural, você tem um canal de acesso bastante profundo, berços com calado bastante profundo, ou seja, 100% dos navios que operam hoje no Tegram, a gente carrega na totalidade da capacidade de carga”, destaca o gerente.
Randall Luciano explica que, no Brasil, os demais portos enfrentam problemas de infraestrutura, porque têm estruturas mais antigas, o que não acontece com o Porto do Itaqui.
“Aqui nós temos condições naturais, temos um porto com uma variação de maré em média de 6 a 7 metros, duas vezes por dia, em um berço que já tem um calado considerado muito atrativo. A gente tem um calado de 14,5 metros, por isso que atracam aqui os supernavios. E ainda estamos próximos dos mercados também”, afirma.
Com toda essa estrutura portuária, o Tegram já é um projeto consolidado, reconhecido no cenário portuário do granel brasileiro, como um porto de destaque. O terminal é uma das maiores obras de infraestrutura para a exportação da safra brasileira de grãos e tem beneficiado diretamente os produtores. E, apesar de ter uma estrutura mais que satisfatória, o Tegram já passou por um processo de ampliação.
Na sua segunda fase de inovação, o Tegram expandiu as dimensões nas movimentações de carga, com a construção do novo berço e novas estruturas. A etapa também envolveu a duplicação da linha de embarque para a operação de mais um berço de atracação, que funciona de forma simultânea ao berço que já era utilizado.
“Se duplicou a capacidade de recepção ferroviária do Tegram. Nós temos uma tripla vocação logística, nós temos uma ampla capacidade para a recepção de trens, pela ferrovia Norte e Sul, que é a ferrovia mais moderna do Brasil hoje, a estrada de ferro Carajás. Temos bitola larga, que é uma outra vantagem daqui, com composições maiores, capacidade um pouco maior. E nós duplicamos a capacidade de escoamento também”, explicou Randal.
E a previsão é que o Terminal de Grãos tenha capacidade de crescer ainda mais.
“Como porto a gente nunca para de investir, a gente está sempre buscando melhores procedimentos, melhorando equipamento e infraestrutura. Estamos estudando investimentos futuros, embora tenhamos uma capacidade, hoje, que vai suportar os próximos anos. Mas o olhar do agro, o Brasil como celeiro do mundo, está dentro do nosso radar, fazendo diversos estudos agora, para potencializar isso ainda mais no futuro. Ainda está na fase do estudo, de planos, planejamento, mas se tem a intenção de alavancar isso ao longo dos anos”, destaca Luciano.
Segundo a gestão do Tegram, o sucesso do terminal é fruto da parceria público-privado, que tem dado certo e tem contribuído para o Porto do Itaqui ser mais expansivo. Além disso, há uma profissionalização da gestão pública, que é um diferencial na EMAP, por isso, o Tegram está sempre em expansão.
“Se observa novas licitações diárias, novos investimento público-privados, novos berços sendo construídos, terminal novo nascendo, tancagem aumentando. Você tem o grão que acabou de duplicar e já queremos fazer novas ampliações. O fertilizante que, também, é um insumo para as lavouras vem aumentando muito aqui no porto. Então, eu vejo que é um grande potencial, isso vai gerar muito valor para o Estado nos próximos anos”, conclui Randall Luciano.
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