Desenvolvimento sustentável

Porto do Itaqui se destaca na exportação de soja sustentável e é referência em gestão ambiental

O porto público do Maranhão é um dos poucos portos que tem uma gerência exclusiva dedicada ao meio ambiente, área administrada por Luane Lemos, que atua como gerente de Meio Ambiente da EMAP.

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Atualizada em 29/04/2022 às 13h16

 

O Porto do Itaqui se destaca no Brasil e no mundo pelo seu empenho com a sustentabilidade. / Foto: Divulgação/EMAP
O Porto do Itaqui se destaca no Brasil e no mundo pelo seu empenho com a sustentabilidade. / Foto: Divulgação/EMAP

Entre os dez maiores portos do país, o Porto do Itaqui foi o que mais cresceu no último ano, segundo dados do Governo Federal. O porto público do Maranhão, que é administrado pela Empresa Maranhense de Administração Portuária (EMAP), movimentou mais de 31 milhões de toneladas de cargas em 2021.

Saiba mais sobre o Porto do Itaqui:

 

Os excelentes resultados são frutos do compromisso e do trabalho de portuários, arrendatários, operadores e clientes, bem como da equipe de profissionais da EMAP.

 

O porto movimentou mais de 31 milhões de toneladas de cargas em 2021. / Foto: Divulgação/EMAP
O porto movimentou mais de 31 milhões de toneladas de cargas em 2021. / Foto: Divulgação/EMAP

 

Mas, para além dos números recordes, o Porto do Itaqui se destaca no Brasil e no mundo pelo seu empenho com a sustentabilidade. Uma prova disso é que ele é um dos poucos portos que tem uma gerência exclusiva dedicada ao meio ambiente, área administrada por Luane Lemos, que atua como gerente de Meio Ambiente da EMAP.

“A sustentabilidade está não só na nossa visão e missão, que é um dos valores principais da empresa. Não é só no papel, tudo que nós fazemos é procedimentado e todos os procedimentos garantem uma seguridade ambiental para as operações que nós fazemos. Isso é um dos vieses que a gente tem em termos de sustentabilidade”, explicou Luane Lemos, em entrevista à rádio Mirante AM.

Segundo a gerente, ter responsabilidade com o meio ambiente não é mais só um diferencial de uma empresa, e sim uma obrigação.

“As empresas estão investindo em meio ambiente, em governança e em responsabilidade social. E tem um autor americano o qual diz que isso já não é mais um diferencial, isso é uma obrigação. O mercado te exige, como é o caso, por exemplo, da soja sustentável. O mercado exige que as empresas sejam mais sustentáveis. O desenvolvimento sustentável hoje em dia é algo essencial dentro de uma empresa”, destaca Luane.

Soja sustentável

Um dos destaques da preocupação ambiental do Porto do Itaqui é a certificação da soja sustentável, que é dada por meio da RTRS, que é a Round Table on Responsible Soy Association (Associação ou mesa redonda de soja responsável), uma organização internacional, oriunda da Suíça, que hoje conta com a participação massiva de parte da produção de soja do Maranhão, Tocantins, Piauí e algumas fazendas na Bahia. 

A certificação, segundo Luane Lemos, é feita por meio de uma auditoria, que compreende toda a cadeia de custódia da soja, desde as fazendas. 

“Então a auditoria vai até as fazendas verifica alguns critérios como responsabilidade social, como a questão do trabalho responsável, a questão do mínimo de desmatamento possível, a questão do cumprimento de normas, então tudo isso é verificado na fazenda de origem. Depois ela também certifica toda a cadeia de custódia, até chegar ao porto. O transporte, os armazéns, por onde a soja passa, tudo é verificado, é checado por meio de auditorias, que comprovam que aquele sistema é um sistema ambientalmente correto, que ele tem um desempenho ambiental diferente de outros”, explica a gerente de Meio Ambiente.

E o porto público do Maranhão se destaca nesse contexto, pois, como afirma Luane Lemos, não adianta certificar as fazendas, a linha de transporte e de armazéns e no final, na exportação, não se obter a certificação. No caso do Porto do Itaqui, quando a soja chega na Europa, por exemplo, ela chega com o certificado de 100% sustentável, ou seja, da origem até a sua exportação, houve cuidado com a preservação do meio ambiente. 

 

O porto público do Maranhão é um dos poucos portos que tem uma gerência exclusiva dedicada ao meio ambiente. / Foto: Divulgação/EMAP
O porto público do Maranhão é um dos poucos portos que tem uma gerência exclusiva dedicada ao meio ambiente. / Foto: Divulgação/EMAP

 

Ainda de acordo com Lemos, o Porto do Itaqui ainda não trabalha com a exportação de 100% de soja sustentável, porque nem toda a cadeia produtiva adere a esse sistema, mas a perspectiva da RTRS é que o porto chegue em torno de 30% até 2030, pois cada vez mais o mercado exige e tem essa consciência, esse rigor em consumir produtos sustentáveis, e, lá na ponta, o produtor vai sentir a necessidade de aderir a essas práticas.

“É algo gradual que está crescendo ano a ano e que, em médio e longo prazo, a gente vai conseguir sim chegar a esta produção sustentável, porque o mercado exige. O mercado europeu ele já está mais um pouco avançado nesse sentido, ele é mais rigoroso e tem exigido cada vez mais produtos certificados. Especificamente no Brasil, porque tem toda uma discussão internacional a respeito do Brasil estar flexibilizando normas ambientais, permitindo desmatamento. Então, a forma do mercado incentivar que o Brasil cuide de suas florestas é exigir esse tipo de controle, esse tipo de auditoria dentro dos produtos”, afirma Lemos.

Inspiração para outros portos e parceiros

O Porto do Itaqui tem se destacado na gestão ambiental e com isso influencia os parceiros. Um exemplo disso é que, em 2021, a empresa criou um prêmio para valorizar as empresas que atuam dentro do porto e que, igualmente, têm um desempenho ambiental satisfatório. Além disso, em 2022, o Porto do Itaqui sediou o encontro ambiental de portos, o CooperaPortos, que teve como tema: “Novos Desafios ao Setor Portuário”.

 

O Porto do Itaqui se destaca no Brasil e no mundo pelo seu empenho com a sustentabilidade. / Foto: Divulgação/EMAP.
O Porto do Itaqui se destaca no Brasil e no mundo pelo seu empenho com a sustentabilidade. / Foto: Divulgação/EMAP.

 

“Recebemos um feedback boníssimo de todos que acompanharam, da ANTAQ, inclusive, elogiando muito a gestão ambiental do Porto do Itaqui, que é realmente robusto. Agora, por exemplo, nós estamos despontando na frente em vários temas, como mudanças climáticas. Nós temos inventário de gases de efeito estufa, nós sabemos quantos toneladas de carbono nós emitimos na nossa operação. E temos um plano de reduzir, de descarbonizar, até 2030. Isso só existe aqui e em mais dois portos privados no Brasil. Então, entre os portos públicos, o nosso é o único que faz isso. Nós somos mesmo referência no Brasil em termos de sustentabilidade”, destaca a gerente.

Luane Lemos afirma que, com essas medidas, há um incentivo à comunidade que trabalha dentro do porto, para que também tenha o mesmo nível de sustentabilidade.

“Nós temos várias empresas que estão alocadas dentro do porto e que tem as suas atividades diárias. Nós podemos fiscalizá-los, óbvio, na condição de autoridade portuária, mas também incentivá-los. Nós temos feito esse progresso de incentivá-los a ter cada vez mais sustentabilidade e cada vez mais certificações”.

Certificações ISO

Além de ter destaque na exportação de soja sustentável, o Porto do Itaqui tem três certificações de qualidade ISO, que corresponde a um conjunto de normas, as quais são reconhecidas em todo o mundo, alinhando padrões de qualidade, gestão, questões ambientais, entre outros aspectos. 

O Porto do Itaqui se destaca no Brasil e no mundo pelo seu empenho com a sustentabilidade. / Foto: Divulgação/EMAP
O Porto do Itaqui se destaca no Brasil e no mundo pelo seu empenho com a sustentabilidade. / Foto: Divulgação/EMAP

 

O Porto do Itaqui, atualmente, tem a certificação ISO 9000, que é de qualidade. Tem, ainda, a certificação ISO de tecnologia da informação.

“Tem sido comum portos e organismos públicos serem atacados por hackers, por exemplo, então nós investimos num sistema de tecnologia e informação de ponta, para minimizar esses riscos de invasão externa, de fuga de informações ou de dados. E fomos certificados por isso”, destaca a gerente Luane Lemos.

A terceira norma ISO recebida pelo Porto do Itaqui é a 14001, que corresponde ao sistema de gestão ambiental.

“Tudo o que nós fazemos é premeditado, se nós vamos fazer uma operação de grãos, a gente avalia quais são os riscos que podem vir dessa operação e analisar o que se pode fazer, de antemão, para minimizar esses riscos. Existem organismos certificadores no Brasil, são várias empresas que se certificam a nível internacional e são habilitadas a fazer auditorias. Então nós recebemos no porto, anualmente, auditores externos que fazem todo um levantamento do nosso sistema”, explica Lemos.

A gerente ressalta que existe uma responsabilidade do porto até na hora de lidar com os resíduos dos navios que chegam.

“O ambiental é extremamente relevante para a saúde pública, por exemplo, tudo que eu recebo, todo resíduo de bordo, todo resíduo que sai do navio, ele é incinerado, ele não vai para aterro. Vai que tem um patógeno nesse resíduo, vai que vem algum organismo estranho de fora. Então, as normas são rigorosas. E nós, nosso sistema, é rigoroso com todas essas coisas e, portanto, certificado. Com isso, temos tido procura de parceiros que escolhem o Porto do Itaqui porque o nosso nível de sustentabilidade é altíssimo, é rigorosíssimo. Eles já perceberam que é importante para o mercado aliar a marca deles com a do Porto do Itaqui, porque temos excelência em sustentabilidade no Brasil”, comemora a gerente de Meio Ambiente.

Referência em portos no Brasil

O Porto do Itaqui, segundo foi estabelecido pelo presidente da EMAP, Ted Lago, tem a missão de ser referência entre os portos e as autoridades portuárias até 2022. E o porto já se destaca, porque tem posição e profundidade privilegiadas, além de conexão com vários outros ramos de transporte, como a linha férrea. O porto também consegue fazer cabotagem, que é a na navegação entre portos no país.

 

Presidente da EMAP, Ted Lago. / Foto: Divulgação/EMAP
Presidente da EMAP, Ted Lago. / Foto: Divulgação/EMAP

“Nós somos sim um porto privilegiado, é público, é maranhense e é um dos melhores do Brasil. Somos top cinco no índice de desempenho ambiental e a nossa pontuação é maior do que de portos privados, inclusive daqui de São Luís. Então, dentro do complexo portuário, aqui em São Luís, o Porto tem a maior nota e é um porto público, os outros todos são privados. A gente tem a preocupação, funciona bem, funciona com excelência e é uma prova de que a coisa pública pode ser eficiente”, conclui Luane Lemos.



 



 



 

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