Homem afirma ter contratado motorista de aplicativo “por fora” para trazer menina de 12 anos do Rio de Janeiro ao Maranhão
Em entrevista concedida ao G1 Maranhão, nesta sexta-feira (17), Eduardo da Silva Noronha relatou detalhes sobre a viagem do RJ ao MA.
MARANHÃO - Eduardo da Silva Noronha, de 25 anos, suspeito de sequestrar uma menina de 12 anos do Rio de Janeiro de trazê-la ao Maranhão, revelou em entrevista exclusiva ao G1 Maranhão, nesta sexta-feira (17), que fez a viagem entre os dois Estados sem usar um aplicativo de corrida, e sim contratando o motorista de aplicativo “por fora”.
De acordo com o suspeito, o motorista que conduziu o veículo do Rio de Janeiro até o Maranhão foi encontrado por meio de buscas na internet e já era acostumado a realizar viagens interestaduais. O acordo para a viagem foi feito assim que Eduardo chegou até o Rio de Janeiro.
Durante a conversa com o motorista, Eduardo solicitou um orçamento para a corrida de carro do Rio à São Luís. De acordo com o suspeito, o motorista cobrou R$ 4 mil pela viagem. Já no percurso, o motorista utilizou o GPS como guia e, em momento algum, questionou sobre a relação entre o suspeito e a menina.
"Fiquei esperando até dar o momento certo de ir buscar ela na escola, não foi por um impulso. A gente se encontrou na frente da escola, chamei o motorista, paguei os R$ 4 mil e a gente veio de 'boa'. Ele [motorista] já era acostumado a viajar para outros Estados. Eu cheguei, estava com o dinheiro em mãos, tinha entrado em contato com ele dois dias antes e pedi para ele me informar o valor. Quando eu entrei no carro, já passei para ele a metade e assim que a gente chegou até aqui [São Luís], eu passei o resto. Mas foi tudo de 'boa', a gente veio tranquilamente", disse Eduardo.
Segundo informações da Polícia Civil, o homem aliciava a adolescente em conversas pela internet há dois anos. A menina conseguiu entrar em contato por mensagem com irmã, e isso foi um dos indícios que ajudaram a polícia a localizá-la na capital maranhense. Ela desapareceu no dia 6 de março e foi encontrada na útima terça-feira (14), no bairro Divinéia.
Suspeito nega espionagem
Eduardo da Silva Noronha negou uma versão da Polícia Civil do Maranhão (PC-MA) que afirmava que no celular dele havia uma espécie de aplicativo espião, pelo qual ele monitorava tudo que a menina fazia. "Isso, essas coisas de aplicativo, nunca foi verdade. A única coisa que eu tinha acesso ao celular dela era o Instagram, porque tinham muitos seguidores. Peguei, deixei meu celular com ela, para deixar ela jogar 'Free Fire', o celular dela era mais simples e eu deixei o meu com ela para isso", explicou o suspeito.
Eduardo explicou ainda que, a menina não tinha acesso à internet no celular e por isso, ele chegou a rotear a conexão do aparelho dele para o dela e, disse ainda, que a garota tinha as redes sociais ligadas em ambos os aparelhos telefônicos.
"O celular dela não tinha internet e eu roteava a minha [do celular] para ela. O celular dela não era muito bom, ele travava muito e chegou um ponto que chegou tanta mensagem, que ela não conseguia se comunicar com ninguém. Eu deixava meu celular com ela para que ela ficasse jogando. As redes sociais dela ficavam logadas no meu e no celular dela", pontuou.
Solto após decisão
A Justiça do Maranhão decidiu, nessa quinta-feira (16), soltar Eduardo da Silva Noronha. Ele foi posto em liberdade provisória após uma audiência de custódia, e vai ser monitorado por tornozeleira eletrônica, de acordo com a Secretaria de Estado da Administração Penitenciária (Seap).
Além disso, o suspeito também está proibido de manter contato com qualquer um dos familiares da vítima. Ele deve comparecer na sede da 2ª Vara de Execução Penal uma vez por mês, usar tornozeleira eletrônica por 100 dias e não pode sair na rua a partir das 23h. O suspeito também está proibido de sair de São Luís.
Vítima chegou ao Rio
A menina de 12 anos que foi levada do Rio de Janeiro para o Maranhão retornou ao Rio e desembarcou no Aeroporto do Galeão no final da tarde dessa quinta-feira (16). Ela estava com a irmã Marcela e uma agente que acompanhou a família na volta à capital fluminense.
Do aeroporto, a menina seguiu para o Instituto Médico Legal (IML) para passar por um novo exame de corpo de delito. Em seguida, a criança foi levada para a Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV), juntamente com a irmã, para ser ouvida sobre o seu desaparecimento. A delegada Elen Souto, da Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA), que investiga o caso desde o início, acompanhou a oitiva.
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