IMPERATRIZ - Mãe de um casal de filhos, conhecida no ramo da beleza e segundo vizinhos "uma mulher trabalhadora e de boa índole", Jordélia Pereira Barbosa, de 35 anos, foi presa na tarde da última quinta-feira (17), apontada como principal suspeita de envenenar ovo de Páscoa no interior do Maranhão e enviar para uma família, matando uma criança de sete anos.
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Luís Fernando Rocha Silva, de 7 anos de idade, morreu na madrugada de quinta-feira (17), depois de comer o ovo, na cidade de Imperatriz, no sudoeste do Maranhão. Já a mãe dele, Mirian Lira, de 32 anos, e a irmã Evelyn Fernanda, de 13 anos, estão em entubadas, em estado grave.
Moradora do Centro de Santa Inês, no Vale do Pindaré, Jordélia Pereira era conhecida no ramo da beleza e possui um estúdio de estética em casa. A suspeita é mãe de um casal de filhos, uma criança e um adolescente, que teve com o ex-marido, atual companheiro de uma das vítimas do envenenamento.
Em um perfil em uma rede social, Jordélia afirma ser esteticista, atuando com estética facial e corporal, além de ser embaixadora de uma linha de cosméticos e instrutora em uma instituição de ensino profissionalizante no curso de estética, desde 2019.
Com 12,5 mil seguidores em uma rede social, Jordélia Pereira compartilha o trabalho que realiza como esteticista, além de publicar mensagens de superação e motivação.
A suspeita de envenenar a família também frequentava uma igreja evangélica quando estava casada, segundo relatos de alguns fiéis, que disseram que o casal era problemático e vivia brigando, inclusive na porta da instituição religiosa.
Para os vizinhos, que conheciam Jordélia há décadas, ela era uma mulher trabalhadora e de boa índole.
“Era uma pessoa muito boa, simpática, falava com todo mundo”, afirma um dos vizinhos de Jordélia, que preferiu não se identificar.vizinhos.
Já outra conhecida da suspeita, que trabalhou com ela na instituição de ensino profissionalizante, disse que já teve desentendimentos com Jordélia, mas que não imaginava que ela cometeria algo tão grave.
“Ela fez o mal pra mim, ela era uma pessoa muito mal. Todo mundo (do curso) está abalado”, relatou uma colega de curso de Jordélia, que não quis ser identificada.colega de curso.
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Depoimentos e câmeras levam à prisão de suspeita por envenenamento no MA
Segundo a polícia, Jordélia teria cometido o crime por ciúmes e vingança. Em depoimento, ela confessou ter comprado o chocolate, mas negou ter colocado qualquer veneno. A investigação contou com análises de câmeras de segurança, comprovantes de compras e depoimentos.
A Polícia Civil começou a apurar o caso ainda na noite de quinta-feira (16), com base no depoimento do namorado de Mirian, que levantou a possibilidade de envolvimento de uma ex-esposa. As investigações seguiram e, ao longo do processo, surgiram diversos indícios:
Hospedagem em hotel: Jordélia, moradora de Santa Inês (MA), se hospedou em Imperatriz na noite de 16 de abril. Imagens de câmeras de segurança a mostram deitada em um dos sofás da recepção.
Compra de chocolate: No mesmo dia, Jordélia foi até uma loja de chocolates na cidade e realizou a compra. Câmeras do estabelecimento registraram ela usando disfarce com óculos e peruca preta.
Depoimento de familiares: A irmã de Mirian relatou que, após o recebimento do chocolate, a vítima recebeu uma ligação de uma mulher perguntando se o ovo havia chegado. Quando Mirian perguntou quem falava, a mulher respondeu apenas que "ela saberia" quem era.
A polícia acompanhou os passos de Jordélia e descobriu que ela retornou para Santa Inês após a entrega do chocolate. Ela foi presa ao descer de um ônibus intermunicipal, e com ela foram encontradas provas que podem ligá-la ao crime:
- Duas perucas, uma loira e outra preta, além de restos de chocolates foram apreendidos.
- Bilhetes de passagem, sendo um deles comprado no dia 14 de abril, dois dias antes da entrega feita por um mototaxista à família.
Segundo o delegado-geral da Polícia Civil do Maranhão, Manoel Almeida, todos os indícios e provas apontam Jordélia como a principal suspeita.
“A gente pode dizer, com o que já colhemos até agora, que temos elementos suficientes para apontar essa autoria para essa pessoa que foi presa. Agora a gente vai esclarecer os detalhes. Que veneno foi esse, o tipo, isso a perícia vai apontar, para que possamos robustecer a nossa investigação e apresentá-la ao Judiciário”, afirmou o delegado.
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