Tenor Plácido Domingo marca presença no Catar
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A grande vitória
Todos nós sabemos que o Brasil era favorito contra a Coreia do Sul. São times de grandezas muito diferentes. Talvez não se esperasse tanta facilidade. Os quatro gols vieram quando o Brasil quis jogar, quando pensou em vitória. Foi o suficiente para fazer um gol a cada 10 minutos, jogando muito futebol.
Todas as outras seleções que avançaram para as quartas de final da Copa tiveram muita dificuldade. Já a Seleção Brasileira não teve nenhum susto. Os gols saíram com uma impressionante facilidade.
O Brasil não fez goleada histórica porque transformou o segundo tempo do jogo num mero treinamento.
Foi uma vitória importante, lúcida, fácil e mostrou jogadores recuperados e prontos para a grande campanha.
Baile no deserto
Estamos nas quartas de final. O que era previsível até. A novidade é que estamos nas quartas com a confiança redobrada, fortalecidos e afiados para encarar, a partir de agora, os peixes grandes da Copa.
O Brasil venceu por 4 a 1 a Coreia do Sul, viu Neymar inteiro em campo, um Vini Jr. desequilibrante, um Raphinha recuperado e todo um time fortalecido.
Sexta-feira, será contra a Croácia, atual vice mundial. Podem vir, estamos prontos.
Foi tudo muito rápido
A grande verdade é que foi tudo resolvido rapidamente. Entre o hino e a definição do jogo, não levou 15 minutos.
Ou seja: o Brasil mostrou suas armas. Era preciso. “Ah, mas é a Coreia do Sul”, podem dizer os pessimistas. Mas, quando se pega a Coreia do Sul vinda de uma batalha 72 horas antes, a obrigação é fazer o que protagonizaram Vinícius Júnior, Neymar, Richarlison, Paquetá e Raphinha: amassar.
Aos seis estava 1 a 0. Aos 12, 2 a 0. Com menos de meia hora, 3 a 0. Ainda veio o 4 a 0 aos 36. Só não acabou em seis porque houve relaxamento e preciosismo.
O sofrimento dos coreanos
Deu dó dos coreanos. Quando Son tocou na bola, o Brasil já tinha resolvido a parada.
A Coreia é uma seleção organizada, disciplinada até o último fio de cabelo deles, preto como a asa da graúna. Só que com a vontade com que essa Seleção entrou em campo, nem todo o exército coreano segurava.
Tite afundou sua última linha de cinco atacantes, avançou Thiago, Marquinhos e Militão deixou Danilo e Casemiro iniciando tudo.
Prontos para a próxima dança
A Seleção deu baile. E bailou também. Até mesmo o professor entrou na dança. Tite entrou na roda e fez – ou tentou fazer – a Dança do Pombo.
Para alegria da garotada e um risco para o joelho do professor, castigado pelas cirurgias que o fizeram encerrar a carreira de jogador aos 28 anos.
Na entrevista coletiva, um repórter questionou o técnico sobre a razão para deixar de lado a formalidade.
– A gente tem de se adaptar às características do grupo de atletas. Tento me adaptar à linguagem deles. A linguagem deles é de dança, brincadeiras. Aprender a dança deles é duro, é difícil. Estávamos brincando, não sei o que aconteceu com o Richarlison, e digo: “E essa dança aí? Se fizer um gol, pode vir que eu vou dançar – explicou Tite.
Uma Seleção que dança e canta
Houve um receio do técnico de que a dança pudesse soar como desrespeito à Coreia do Sul. Por isso, preferiu que os seus jogadores o rodeassem na tentativa de encobri-lo, sem sucesso.
Na verdade, essa é uma Seleção que dança e canta. Tudo acaba em pagode e batucada. Na chegada da delegação para cada jogo, já virou praxe a Fifa registrar no circuito interno do estádio a festa dos jogadores. Principalmente, no momento em que eles pulam e testam os amortecedores do veículo. Dali, saem para jogo.
Com show, como o Rei merece
A seleção brasileira fez um ótimo jogo e deu um nó tático na Coreia do Sul. Tudo o que Tite planejou foi visto dentro de campo
Foi conto de fadas, com homenagem a Pelé em noite de show. Nada mais apropriado ao maior artista de todos, que luta pela vida com as orações do mundo a ajudá-lo.
Não teve chance para a zebra teimosa dessa Copa do Catar passear no Estádio 974, a bordo da impaciência nervosa se o gol não viesse cedo. Mas ele veio. E foram muitos. Em pouco mais de meia hora já estava 4 a 0, com Neymar em campo deixando o seu de pênalti, atuação exemplar da equipe e um banho de bola coletivo.
Agora é uma Croácia cansada nas quartas, após eliminar o Japão apenas nos pênaltis.
Um Tite desajeitado
Organizada, com zagueiros que constroem e atacantes que ajudam a marcar, a Seleção de Tite deu um nó tático na Coreia do Sul.
Na história das Copas, talvez tenha sido uma das classificações brasileiras mais tranquilas na fase de mata-mata.
Compreende-se Tite, todo desajeitado, bailando na dança do pombo, desde já a imagem mais engraçada deste Mundial no deserto.
Ele tinha motivos de sobra para festejar e exorcizar demônios.
Como passista, que fique claro, Tite é um baita técnico. Parecia uma pomba gira no meio da garotada, Daniel Alves comandando a confusão. Melhor assim.
Ficou mais divertido, para distensionar dias de azares e lesões em série.
A Doha que não aparece ao mundo
O estádio 974, onde o Brasil disputou as oitavas de final contra a Coreia do Sul, recebeu seu último jogo. Não haverá mais nenhuma partida nessa Arena na Copa e ela vai deixar de existir, pois será toda desmontada assim que o Mundial acabar.
A construção com contêineres, que chamou atenção do mundo, foi inspirada nessa região da cidade.
O 974 fica próximo ao Porto de Doha.
Uma Doha pouco divulgada
Maranhense curioso conta que no primeiro jogo brasileiro de mata-mata, decidiu percorrer a pé, pela orla, os 10 quilômetros que separam o seu hotel, em West Bay, do palco do jogo.
Ele diz que saiu da zona de prédios gigantescos, com arquitetura impressionante, e, no caminho, foi descobrindo uma Doha que não está aparecendo para o mundo. E não está se referindo a todas às questões que envolvem direitos humanos e moradias inaceitáveis.
Como atento observador ele fala de prédios comuns, “casas simples com cadeiras na calçada”, como diria Chico Buarque na canção Gente Humilde.
O calor por lá não permite a cadeirinha do lado de fora, mas vou o cenário que encontrou nesse deslocamento parece próximo da vida cotidiana de qualquer cidade comum.
DE RELANCE
Uma versão do churrasco folheado a ouro
A grande controvérsia fora de campo envolvendo a Seleção no Catar foi a ida de alguns jogadores com o ex-atleta Ronaldo Fenômeno ao restaurante Nusr-ET, do espetaculoso chef turco Nusret Gökçe.
Também conhecido por Salt Bae, Gökçe ficou famoso por vídeos que viralizaram nas redes sociais em que teatraliza a forma como coloca sal ao final da preparação de peças assadas.
A polêmica se deveu ao fato de os jogadores terem se fartado com cortes que são servidos folheados a ouro e compartilharem as cenas.
As opiniões se dividiram. Teve quem considerou uma ostentação desnecessária. Afinal, pelos preços do cardápio da unidade de Doha, os pratos, sem qualquer acompanhamento, podem custar o equivalente a R$ 3 mil. Outros consideraram que todos ali ganharam seu dinheiro de forma honesta e, assim, gastam como acharem melhor. Além disso, também ajudam projetos sociais no Brasil.
Aqui o prime-rib não é caro
O restaurante coloca o preço que quiser e os clientes com condições financeiras, se considerarem adequado, pagam pela excentricidade, que vai muito além da qualidade gastronômica do prato.
Salt Bae virou celebridade e várias personalidades têm fotos e vídeos sendo servidos por ele.
Mas quem pretender ter uma experiência ao menos parecida pode desembolsar bem menos. Há supermercados em São Luís que vendem cortes semelhantes aos oferecidos no Nurs-ET – como o rib eye, lá folheado a ouro 24 quilates.
Ontem, em um estabelecimento, o quilo do prime rib, macio e saboroso, suculento se preparado no ponto correto, estava a menos de R$ 100,00. Em dias de promoção, fica ainda mais em conta.
As folhas comestíveis de ouro
Por qual razão a carne maranhense de qualidade, ficaria atrás da que é servida pelo chef turco?
Ah, as folhas comestíveis de ouro podem ser encontradas em sites conhecidos de comércio eletrônico em opções como cinco unidades por R$ 24 ou até mais baratas. E dizem que não têm gosto algum.
Assim, com menos de R$ 100 é possível experimentar um churrasco folheado a ouro 24 quilates.
O sabor vai ser bem parecido com o de R$ 3 mil.
Melhor economizar o dinheiro do ornamento para comprar carvão, que anda bem caro.
Atletas foram criticados
Os atletas Vinícius Jr., Éder Militão e Gabriel Jesus saborearam a iguaria, mas foram alvos de críticas devido ao alto preço pago.
“Enquanto milhões pelo mundo passam fome, nos chega um vídeo deste, acintoso, e que causa indignação e tristeza”, disse um internauta.
Já o jogador Ronaldo Fenômeno, também presente no jantar, rebateu as opiniões e afirmou que “não tem nada de errado e inclusive pode ser inspirador para outras pessoas”. O vídeo circula nas redes sociais.
Quanto custa a 'carne de ouro'?
O prato servido no Catar é chamado de prime-rib, uma peça da carne rib-eye que custa entre R$ 120 e R$ 160, coberta com folha de ouro.
Paulo Zegaib, chef-proprietário de um restaurante especializado em carnes localizado em São Paulo, conta que é possível reproduzir o mesmo prato com qualquer outro tipo de carne.
Ou seja: a carne mais comentada da Copa do Mundo 2022 pode ser feita na sua casa. A peça folheada a ouro e temperada com um pouco de sal pelo chef Nusret Gökçe, conhecido como Salt Bae, pode custar mais de R$ 3 mil no Catar, sede do torneio. Contudo, o prato excêntrico é simples e com fácil preparo. Aprenda a fazer a iguaria em casa.
O sabor da carne com ouro
Leitor da coluna que está no Catar, conta que ao ler o noticiário, ficou sabendo da treta e correu para o Nusr-Et, de Salt Bae, a celebridade das carnes no mundo digital (e real), para comer uma carne folheada a ouro 24 quilates.
Uma faca afiadíssima, um pedaço de carne na tábua. No corte com osso, apelidado por ele de “bife otomano”, a quase espada separa osso e bife, depois corta o pedaço grande em tiras, várias vezes, em velocidade de troca de pneus da F-1.
Como um dominó, a própria adaga faz o serviço nessa espécie de castelo de cartas suculento. Depois, seu braço direito pega uns pedaços de flor de sal que caem sobre o alimento como flocos de neve.
Como fazer a 'carne de ouro'?
Os ingredientes são apenas: carne e folha de ouro. “É possível fazer o processo para 'banhar' a carne em ouro com qualquer tipo de carne que a pessoa desejar, como filé mignon e picanha, por exemplo”, explica Zegaib.
De acordo com o chef, basta colocar as folhas de ouro, que são vendidas separadamente, em cima da carne quente. Elas derretem e dão o visual.
O processo é simples e tem origem na confeitaria, em que o ingrediente é comum no preparo de doces.
As folhas de ouro podem ser encontradas em lojas de produtos para culinária ou mesmo online. “O ouro não muda em nada o sabor da peça. O que vai acontecer é ativar mais um sentido, o visual, pela beleza e o status de estar 'comendo ouro'”, finaliza o chef.
Para escrever na pedra:
“O que finalmente eu mais sei sobre a moral e as obrigações do homem devo ao futebol”. Do escritor Albert Camus.
Trivial Variado
A quarta de final que está o Marrocos é o patinho feio da série de jogos desta sexta (9) e sábado (10), mas Portugal teve uma atuação luminosa para golear e eliminar a Suíça. O técnico Fernando Santos teve a coragem de tirar Cristiano Ronaldo do time. Seu substituto fez três gols na partida.
O atacante Gonçalo Ramos, 21 anos, que teve a dura missão de substituir Cristiano Ronaldo contra a Suíça, em partida válida pelas oitavas de final da Copa do Mundo, mostrou a que veio ao marcar três vezes na goleada de Portugal sobre a Suíça por 6 a 1, na noite de ontem.
No capítulo: nas duas primeiras partidas na Copa, contra Gana e Uruguai, Ramos ganhou apenas alguns minutos, concedidos pelo técnico Fernando Santos. Contra a Coreia do Sul, nem sequer entrou em campo.
No primeiro confronto de mata-mata, o atleta do Benfica recebeu a chance de começar como titular com a camisa de sua seleção pela primeira vez na carreira. E saiu do jogo consagrado.
Saiba Mais
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