Na cidade de Cantanhede

VÍDEO: PMs são acusados de abuso de autoridade

Populares se manifestavam contra autor de duplo homicídio que chocou a cidade.

Liliane Cutrim/Imirante.com

Atualizada em 27/03/2022 às 11h39

CANTANHEDE – Parentes e amigos da professora Luciane Ferreira da Silva Teixeira, 37 anos, que foi assassinada com a filha Anny Vitória, de 4 anos, na cidade de Cantanhede, em maio do ano passado, estão revoltados com a demora da Justiça em punir o culpado pelo crime e, também, reclamam de abuso de poder por parte da Polícia Militar do Maranhão.

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Segundo um amigo da família das vítimas, que preferiu não se identificar, nessa quarta-feira (30), Dielson dos Santos Brandão, que confessou ter cometido o duplo homicídio, foi à cidade de Cantanhede para uma audiência com o juiz titular da comarca da cidade, Francisco Eduardo Girao Braga.

 Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Quando o réu saiu do Fórum, houve um tumulto da população revoltada com o crime. Em meio à confusão, policiais militares chegaram a atirar para o alto e a perseguir alguns populares. Como mostra um vídeo enviado ao Imirante.com.

Ainda de acordo com o amigo da família, um irmão de Luciane Ferreira quebrou a pena e o pé enquanto corria de um PM. “Ele teve que passar por uma cirurgia muito delicada em Matões do Norte. Ele (o policial militar) abusou da autoridade e chegou a atirar para cima”, afirma.

Já a Polícia Militar do Maranhão tem outra versão dos fatos. Por meio de nota, a 8ª Companhia Independente afirmou que, durante a audiência em Cantanhede, populares apedrejaram três carros da PM, sendo um do Grupo de Operações Especiais (GOE) e dois do Destacamento da PM de Cantanhede. E, para “garantir a integridade física da testemunha e do réu, impediu que populares resgatassem os dois com o intuito de lincha-los”, afirmou a PM.

Veja a nota na íntegra

A Polícia Militar por meio do comando da 8ª Companhia Independente esclarece que durante a audiência na cidade de Cantanhede, realizada na última quarta-feira (30), populares ao perceberem a chegada de uma testemunha do caso, apedrejaram três viaturas da PM, sendo uma do Grupo de Operações Especiais (GOE) e duas do Destacamento da PM de Cantanhede. Nesse momento, a PM, cumprindo seu papel constitucional, de garantir a integridade física da testemunha e do réu, impediu que populares resgatassem os dois com o intuito de lincha-los.

Três moradores foram identificados pelo ato de depredação do patrimônio. O relatório da ocorrência foi repassado para a Polícia Civil e para o Ministério Público que acompanhou toda a movimentação.

A PM reitera que, em nenhum momento, houve uso excessivo da força e nem abuso de autoridade.

O crime

Luciane e Anny Vitória foram encontradas mortas dentro do quarto da casa em que moravam, no centro da cidade de Cantanhede, na madrugada do dia 18 de maio de 2014. Segundo primeiros levantamentos policiais, as vítimas apresentavam marcas de pauladas na cabeça. Segundo o delegado, as vítimas foram mortas enquanto dormiam.

A princípio, a polícia suspeitou de João de Deus, companheiro de Luciane e pai de Anny Vitória. No momento do crime, ele não se encontrava na casa, e especulações que tomaram conta da cidade o apontavam como suspeito. Ao investigá-lo, a polícia confirmou seu álibi, já que, no dia do crime, ele estava na cidade Barreirinhas.

No decorrer das investigações, a polícia chegou a Dielson dos Santos Brandão, vizinho das vítimas que teria problemas mentais e, segundo populares, costumava realizar furtos na região. Dielson foi preso dois dias depois do duplo homicídio e confessou o crime.

Em depoimento à polícia, ele contou, com detalhes, como entrou na casa e matou mãe e filha. Ele confessou que, ao entrar na casa das vítimas, foi direto ao quarto onde dona Luciane dormia e lhe aplicou três pauladas. Foi quando Anny acordou, e ele, então, aplicou-lhe duas pauladas, fugindo em seguida com a moto do pai da menina.

Dielson foi autuado em flagrante pelo crime de homicídio duplamente qualificado e encaminhado para a Delegacia Regional de Itapecuru-Mirim, sendo transferido em seguida para a CCPJ do Olho-d'Água em São Luís.

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