SÃO LUÍS – No segundo dia de greve dos trabalhadores rodoviários em São Luís, circulam, nesta manhã de sexta-feira (23), um total de 650 ônibus. De acordo com dados parciais obtidos pela reportagem do Imirante.com com o secretário municipal de Trânsito e Transportes, Canindé Barros, o número corresponde a cerca de 60% do total de veículos que deveriam estar circulando pela cidade, conforme o que foi determinado pelo Tribunal Regional do Trabalho do Maranhão (TRT-MA) – de 70% da frota total de ônibus do sistema de transporte público da capital maranhense –, na tarde dessa quinta-feira (22).

No início da manhã, o que se observada era movimentação abaixo da média no local para um dia útil em alguns Terminais de Integração, como o da Praia Grande, no Centro. Na avenida Marechal Castelo Branco, bairro do São Francisco, o Blog de Daniel Matos – de O Estado do Maranhão – flagrou ônibus com baixa lotação e alguns até vazios circulando nesta manhã. Em bairros como Centro, Cohafuma e Turu, usuários seguiram em direção às avenidas de grande movimentação – a exemplo das avenidas São Luís Rei de França, Jerônimo de Albuquerque e dos Franceses – na tentativa de lograr um coletivo para chegar ao trabalho.

Ontem, apenas 46% da frota de ônibus circulou. Levando-se em consideração o total de ônibus das empresas que atuam na capital maranhense, o percentual foi mais baixo: 32% dos ônibus. Por não cumprir o percentual determinado, o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado do Maranhão (Sttrema) está sujeito a multas de R$ 10 mil por hora.

Fiscalização

Assim como ocorreu nessa quinta-feira (22), fiscais da Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT) e equipes da Polícia Militar do Maranhão (PM-MA) amanheceram nas portas das garagens, para garantir a circulação da frota determinada pelo TRT-MA, na quarta-feira (21), e evitar confusões. Ontem, mesmo com a greve dos rodoviários, dois assaltos a ônibus foram registrados, um no bairro do Cruzeiro Anil, em São Luís, e um em Paço do Lumiar, na Região Metropolitana.

Prejuízo financeiro

Em reunião realizada na tarde dessa quinta-feira, na sede do Sindicato das Empresas de Transporte (SET), o presidente da entidade, José Luiz de Oliveira Medeiros, reafirmou que, devido ao grande prejuízo financeiro mensal do sistema de transporte público da capital da maranhense, que já foi assumido pela Prefeitura de São Luís e pelo governo do Estado, não existem condições mínimas para atender a todas as reivindicações solicitadas pela classe dos rodoviários. "Hoje, amargamos um prejuízo de mais de R$ 7 milhões. Quem vai pagar por isso?", disse.

Decisão

No fim da tarde de ontem, a desembargadora do TRT-MA, Ilka Esdra Silva Araújo, negou o pedido da Prefeitura de São Luís – que solicitava a circulação de, no mínimo, 80% da frota de ônibus durante a paralisação dos trabalhadores do serviço público de transporte –, por entender que 70% é um efetivo razoável para não prejudicar o direito de greve dos trabalhadores, conforme previsto no Art. 9º da Constituição Federal.

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