Greve

"Prefeitura está de braços cruzados", diz presidente

Das empresas ligadas ao SET, 23 delas são responsáveis pelo sistema de transporte.

Luciano Dias / Imirante.com

Atualizada em 27/03/2022 às 11h54
( Foto: Luciano Dias / Imirante.com)

SÃO LUÍS - Em reunião realizada na tarde desta quinta-feira (22), na sede do Sindicato das Empresas de Transporte (SET), o presidente da entidade, José Luiz de Oliveira Medeiros, reafirmou que, devido ao grande prejuízo financeiro mensal do sistema de transporte público da capital da maranhense, que já foi assumido pela Prefeitura de São Luís e pelo Governo do Estado, não existem condições mínimas para atender todas as reivindicações solicitadas pela classe dos rodoviários.

José Luiz lembra que foi o SET que requereu junto ao Tribunal Regional do Trabalho do Maranhão liminar para tentar minimizar os transtornos causados pela greve. A Desembargadora Ilka Silva Araújo manteve a ordem para circulação de, um mínimo, de 70% da frota operando em todo o período do movimento.

"A prefeitura de São Luís está de braços cruzados diante de todo esse caos que a greve está causando para a população da capital. Não adianta os empresários, cumprirmos com a nossa parte nos acordos que são feitos, já que os gestores municipais não cumprem com a sua", disse o presidente do SET.

Representantes do mostraram documentos comprovando a falência financeira do sistema com um todo. ¨Hoje amargamos um prejuízo da mais de R$ 7 milhões. Quem vai pagar por isso?¨, disse o José Luiz Medeiros.

Resumo da Crise e números do setor

São Luís tem o triplo da média nacional de gratuidades (18,90%) em vigor, e não conta com nenhuma receita extratarifária (que é prevista em lei) para subsidiar essas gratuidades.

Das empresas ligadas ao SET, 23 delas são responsáveis pelo sistema de transporte coletivo da capital maranhense estão falidas e operando à meses no vermelho.

Nos últimos dez anos, apenas, um aumento de tarifa foi concedido, ocorrido em 2010.

As gratuidades existentes atualmente em São Luís são três vezes maiores que no resto do país. Sendo de 65 anos (66,44%), idosos de 60 a 64 anos (10,46%), aposentados (4,82%), deficientes físicos (6,43%), deficientes mentais (4,69%), deficientes motores (2,64%), portadores (1,95%), deficientes auditivos (1,42%), deficientes visuais (1,05%), alunos especiais da APAE (0,10%) e ostomizados (0,01%).

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Em nota a prefeitura de São Luís informa que a Secretaria Municipal de Transito e Transportes (SMTT) está buscando um consenso para o fim da greve.

Veja nota na integra

As negociações continuam sendo feitas no TRT pelo titular da Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT), Canindé Barros, junto às demais instituições na busca de um consenso favorável ao fim da greve de ônibus na capital.

A Secretaria informa ainda que solicitou junto ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT) o funcionamento de 70% da frota de ônibus de São Luís para garantir a locomoção dos usuários do transporte público da cidade. Além disso, a SMTT deslocou equipes de fiscalização de transportes para as garagens das empresas a fim de constatar o cumprimento do percentual que foi determinado pela Justiça.

Para garantir a segurança dos usuários, a Secretaria enviou ainda ofícios para a Polícia Militar e Guarda Municipal para que sejam feitas rondas ostensivas em várias vias da cidade com o objetivo de garantir a operacionalidade do Sistema de Transporte e também a segurança aos operadores, usuários e terminais.

A SMTT ressalta ainda que irá enviar equipes de fiscalização de transportes para a porta das garagens a fim de constatar o cumprimento do percentual determinado pela Justiça.

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