SÃO LUÍS - Pelos menos duas categorias de servidores públicos estaduais já se manifestaram publicamente em repúdio contra o aumento salarial anunciado na segunda-feira (13) pelo governador Flávio Dino (PSB).
O reajuste médio geral será da ordem de 9%, mas os trabalhadores alegam que, ao longo dos últimos sete anos, as perdas salariais com a inflação ultrapassam a casa dos 50%.
Em notas, repudiaram a proposta os fiscais agropecuários e os policiais civis.
"O Grupo Atividade de Fiscalização Agropecuária, representado pelo Sindicato dos Servidores da Fiscalização Agropecuária do Maranhão, manifesta seu repúdio à proposta do governador Flávio Dino de Castro e Costa, propondo míseros 9% de reparação salarial aos servidores, quando a implacável inflação, ao longo dos sete anos de congelamento no seu mandato, eleva-se a draconianos 56,11% de perda de poder aquisitivo, isto só no Grupo AFA. Chegada à ALEMA no dia da Audiência Pública (a terceira) para cobrar a reposição de perdas salariais frente à inflação, os valores da Medida Provisória foram considerados 'esmola'", reagiram os fiscais agropecuários.
Paras os policiais civis, "a destinação desse percentual é desrespeitoso e revoltante". No caso desta categoria, o reajuste é de aproximadamente 8%.
"Esperava-se que o Governador, que entoa o discurso de justiça e igualdade, tivesse a dignidade e bom senso de reconhecer a importância da polícia civil, concedendo à classe um aumento justo, que ao menos contemplasse a perda inflacionária desse longo período", di a nota da categoria.
Benefícios - Em meio aos protestos, o governador Flávio Dino manifesto-se no Twitter. Segundo ele, "TODAS as categorias de servidores públicos no Maranhão receberam direitos e benefícios nos últimos 7 anos, com exceção do período proibido pela Lei Complementar FEDERAL 173/2020", que estabeleceu uma espécie de "regime fiscal provisório" em razão da pandemia da Covid-19, suspendendo, dentre outros, os reajustes salariais de funcionários públicos.
"Continuamos a conceder o máximo possível, para ativos e inativos, sempre com RESPONSABILIDADE", disse.
Cálculos da Secretaria de Estado do Planejamento e Orçamento (Seplan) indicam que o reajuste injetará R$ 600 milhões por ano na economia maranhense.
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