Artigo

Fernando Braga na AML

Lino Raposo Moreira *

Atualizada em 11/10/2022 às 12h15

O grande poeta Fernando Braga acaba de ser eleito à Cadeira no. 2 da Academia Maranhense de Letras, vaga com o falecimento de Waldemiro Viana, amigo próximo dele, meu amigo e de todos da Academia. O saudosíssimo acadêmico faleceu há um ano, quase no mesmo dia da morte de outra figura ímpar da AML, Mílson Coutinho. Na quarta-feira da semana passada, dia 29/7/2021, uma eleição escolheu o novo acadêmico para o lugar de Waldemiro, que sempre foi um bom e talentoso companheiro.

Fernando chega à Academia apadrinhado pelos seus inúmeros méritos de poeta reconhecido pelos daqui de sua terra, São Luís, além de sê-lo por aqueles de Brasília, Goiás e Portugal, a terra, de seu pai, onde lançou, em Aveiro, seu livro mais recente, “Magma”. A qualidade de sua obra corrobora minha afirmação. Sem todo o espaço de que gostaria de ter no jornal, vou me limitar, mais à frente a uma lista reduzida de sua bibliografia. Assim, o leitor terá a oportunidade de conhecer o poeta e ensaísta maranhense por meio de sua obra.

O novo acadêmico, não chega com o fim de tirar proveito do prestígio da Academia no meio cultural do Maranhão. Seu propósito é fazer acréscimos substanciais – no âmbito de sua capacidade e de sua disposição para a lide cultural, que não são poucas –, ao bom conceito da mais antiga entidade cultural de seu Estado.

Quero agora chamar a atenção do público leitor sobre um fato curioso. Concorreram nada menos de 6 candidatos, se se incluiu nesse número o próprio eleito. Em dezessete anos, desde minha posse até hoje, nunca houve número tão grande de candidatos a uma cadeira da AML nem houve igualmente, se não me trai a memória, nos 113 anos de sua fundação, em 1908. Como o Regimento da Casa exige do eleito a metade mais um dos votos dos membros efetivos, pode-se ver que Fernando superou a soma dos votos de todos os outros 6 candidatos. Não bastassem tais números, a eleição foi decidida ainda no primeiro de três escrutínios possíveis. Quando há, vamos supor, 3 ou, no máximo, mas muito raramente, 4 candidatos, a eleição é decidida no segundo ou no terceiro escrutínio ou, ainda, nova eleição é convocada. Tem mais, Fernando teve mais de três vezes o número de votos do segundo colocado. Podemos, até, usar um velho chavão e, da vitória, dizer: foi maiúscula.

Essas características do pleito me fizeram lembrar da fracassada estratégia do governador do Estado, usada no ano passado, de lançar vários candidatos a prefeito de São Luís, para valer ou não, simultaneamente, esperando cada um tirar um tantinho de votos do hoje prefeito Braid. Não deu certo. Não estou dizendo ter havido uma inteligência por trás dos acontecimentos, a imitar a estratégia fracassada do governador. É para afirmar a existência de coincidências. A prova está aí.

Resumidamente, informações sobre Fernando Braga: Poeta, ensaísta e pesquisador, formado em Ciências Jurídicas e Sociais e pós-graduado em Ciência Política na Universidade de Brasília – UnB, com estágio em Direito Penal Comparado pelo “Centre d’Etudes de Civilisation Française”, da Universidade de Paris-Sorbonne. Publicou livros de poesia e participou de importantes antologias nacionais e internacionais. Poesia: “Silêncio Branco, 1967”; “Chegança”, 1970; “Ofício do Medo”, 1977; “Planaltitude”, 1978; “O Exílio do Viandante”, 1982; “Campo Memória”, 1990; “O Sétimo Dia”, 1997. “Poemas do Tempo Comum”, 2009, “O Puro Longe”, 2012 e “Magma”, 2014, lançado em Aveiro, Portugal.

* PhD, Economista. Da Academia Maranhense de Letras

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