A Gente Conta: Dagoberto Alves da Silva

"Nós aprendemos a fazer mais com menos"

Ele conta os desafios do setor hoteleiro na pandemia e demonstra pensamento positivo e esperança em dias melhores para o segmento

Evandro Júnior/ Da equipe de O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17
Dagoberto Alves da Silva destaca a adaptação do segmento hoteleiro por causa da pandemia
Dagoberto Alves da Silva destaca a adaptação do segmento hoteleiro por causa da pandemia (dagoberto alves da silva)

São Luís- “O impacto da pandemia na hotelaria foi grande e, atualmente, a atividade sofre com a redução de negócios. No entanto, ficou uma grande lição, pois aprendemos a gerir nossos hotéis de forma mais eficiente, com menos custos e mantendo o mesmo padrão”. A declaração é do diretor de Operações e Comercial da Rede Luzeiros, Dagoberto Alves da Silva, referindo-se a crise sanitária causada pela pandemia da Covid-19.

Em suas conversas nas redes sociais, Dagoberto Alves da Silva tem dito que o setor aprendeu a utilizar a tecnologia muito mais rápido do que antes e que isso veio para ficar. Hoje, os profissionais da área se deram conta de que muitas atividades podem ser exercidas a distância, algo quase inimaginável antes da pandemia.

Administrador de empresas por formação, o paulista que reside em São Luís, onde gerencia o Hotel Luzeiros, instalado na Ponta do Farol, um dos mais sofisticados da capital, atua por 42 anos nesse ramo de atividade e conhece todos os seus meandros.

“Acredito que, com a vacinação em massa e de forma rápida, retornaremos, provavelmente, próximo ao volume de negócios que tínhamos antes da pandemia, mas no meio do segundo semestre”, acredita.

O impacto inicial da crise sanitária foi muito forte, entre os meses de março e maio de 2020, quando o setor foi obrigado a reestruturar o negócio. Nessa fase, alguns hotéis fecharam as portas temporariamente. Nos últimos 30 dias, veio outro impacto com o agravamento da pandemia.

“Eu vejo uma mudança muito grande de atitude com relação à gestão operacional, onde, de uma maneira obrigatória, aprendemos a trabalhar com menos recursos e a utilizar muito mais a tecnologia, em todas as áreas, tanto operacional como comercial. Nós aprendemos a fazer mais com menos”, frisa.

Com o recrudescimento da pandemia, é possível que muitos hotéis que reabriram suas portas voltem a fechar neste período, se a movimentação não melhorar, principalmente com relação ao "business travel". É que, nesta situação, as empresas não vão deixar que seus executivos se desloquem para participar de eventos em outros estados, enquanto não houver uma imunização consistente, por meio de um processo mais abrangente.

Medidas
Nesse cenário, é preciso que o governo tome algumas medidas, como prorrogação do estado de calamidade, da moratória no recolhimento de impostos, reedição do benefício emergencial na suspensão dos contratos de trabalho, evitando demissões, entre outras.

Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Hoteis (ABIH), 2020 foi marcado por uma queda brutal na ocupação, com períodos em que esses números chegaram a zero, com diversos meios de hospedagem encerrando suas atividades por total incapacidade de continuar funcionando sem receita. A expectativa do setor é que, à medida que a vacinação avance, o segmento de eventos e outros do turismo registrem uma recuperação com mais intensidade.

Dagoberto Alves da Silva tem feito o que pode para continuar a trabalhar na pandemia. “Eu sempre enfrento todas as situações em minha vida com muita calma e equilíbrio, buscando sempre extrair o maior aprendizado possível de cada momento. A pandemia nos obrigou a agir muito mais rapidamente em relação ao uso da tecnologia. Nós agíamos como algo que iria ocorrer no futuro e, em poucos dias, estávamos todos nós utilizando ferramentas digitais a todo vapor. Em resumo, a pandemia nos deixará um grande aprendizado, com relação a se preparar para o futuro”, afirma.

Dagoberto diz que sua visão de futuro sempre foi de muito planejamento e aprendizado, e contribuiu muito para sua rápida adaptação a um novo momento. “Tudo aquilo que eu acreditava com relação à gestão de negócios, e até mesmo de vida, se materializou. Nós temos que planejar cada vez mais. Após isso, executar. Temos que investir 80% do nosso tempo planejando e nos preparando para o pior. E, com certeza, o pior não ocorrerá para os que estiverem preparados", finaliza

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