Artigo

Um diálogo possível

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17

“Quando acertamos, ninguém se lembra; quando erramos, ninguém se esquece.” Ditado rlandês

Prezado leitor, bom dia! Lendo um determinado artigo entendi bem a lógica do pensamento do autor considerando a realidade econômico-financeira do Brasil atual, dos seus Estados e Municípios, que obedecem às seguintes limitações principais que estão por ser resolvidas: 1- ausência de um planejamento a longo prazo; 2- não coincidência dos mandatos eletivos.

Estou falando da necessidade de uma Reforma Política, que deveria balizar as outras, para podermos pensar em resolver essas limitações que promovem, na ponta, a criação de municípios sem nenhuma viabilidade econômica, que passam a ‘pesar’ nos orçamentos dos Estados, das suas capitais, e, como vem acontecendo, do governo federal.

Li, recentemente, que vários Estados estão tendo suas dívidas honradas pelo governo federal, há algum tempo submetidos a regras fiscais ditadas pelo Tesouro Nacional. Como tal situação não afetar seus municípios, principalmente a sua Capital?

Assim sendo, cada prefeito - reconhecido os esforços de alguns enquanto gestores – são levados a realizar obras com recursos de terceiros, algumas ficam inacabadas e outras, precisam ser mantidas, para serem concluídas e pagas pelo seu sucessor! Tem sido à regra geral. É justo, razoável e salutar, lembrando que os planejamentos a longo prazo, por ventura ainda existentes, vão ser levados na devida consideração?

Em tempo: aprendi com o ‘Método de análise e solução de problemas’ que, enquanto você não eliminar a CAUSA PRINCIPAL, o problema não estará resolvido.

Faço isso em nome da cultura e de sua divulgação, que tenho lutado muito escrevendo, palestrando e debatendo ideias, porque “a cultura não é propriedade de ninguém, mas um processo de acumulação ao longo dos tempos”.

Alguém pode argumentar comigo: as vezes as circunstâncias impõem a nós importantes papeis na administração pública de gerir as finanças em um ambiente inóspito e impermeável a nossas ideias de ajuste e responsabilidade; apesar disso, nosso esforço de gestão tem sido extremamente positivo já que, mesmo sem o apoio necessário, somos capazes de viabilizar a pontualidade dos pagamentos.

Fiquei muito confortável, diz ainda esse interlocutor, na defesa de opções por recursos de terceiros a partir do momento em que fica claro que outras receitas não se viabilizariam.

É claro que gestores eficientes às vezes fazem a diferença, digo eu. É explicável a opção adotada por recursos de terceiros, mas de justificativa discutível.

Com certeza, diz mais uma vez o interlocutor, mas a política é feita de opções e, de um certo modo, ao optar por uma política salarial de não concessão de aumentos, um Prefeito acaba submetendo seus funcionários a uma defasagem salarial, por exemplo. Muito bem, então teria sido assim em muitos casos embora tenha havido intensa luta por melhorar o desempenho funcional? Quanto aos ocupantes dos cargos em comissão de qualquer governo, penso que, com as exceções de praxe, são os verdadeiros baluartes de uma gestão, apesar das limitações existentes.

No fundo, todos estamos de acordo. Precisamos de amizade, compreensão e apoio quando tivermos que enfrentar essas situações costumeiras.

Claro, diz o interlocutor, que não temos divergências quanto ao mérito das questões que discutimos; entretanto, nossa geração já está fora do circuito de decisão (?!) ficando como assessores, as vezes ouvidos, outras não.

Não há o que agradecer, fizemos o que tinha de ser feito. Vamos em frente enquanto as circunstâncias o permitirem. Bom fim de semana.

Antônio Augusto Ribeiro Brandão

Economista, membro Honorário da ALL e da ACL, filiado à IWA e ao Movimento ELOS Literários, fundador da AMCJSP

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