PF investiga uso de perfis fake nas eleições de 2018 no MA
Investigações começaram a partir de denúncia do deputado estadual Wellington do Curso (PSDB), que encaminhou à Polícia Federal uma lista de perfis criados em redes sociais e solicitou a identificação
O deputado estadual Wellington do Curso (PSDB) prestou ontem depoimento na Polícia Federal em inquérito que apura o uso de perfis fake para atacá-lo na campanha eleitoral de 2018, quando ele se reelegeu para a Assembleia Legislativa.
As investigações começaram a partir de uma denúncia do próprio tucano, que encaminhou à PF uma lista de perfis criados em redes sociais e solicitou a identificação.
Segundo apurou O Estado, Google e Facebook forneceram dados dos IPs de onde partiram os ataques, após decisão judicial. Alguns desses perfis apontam para um assessor parlamentar.
Sobre o caso, Wellington do Curso disse esperar um resultado concreto das investigações, a fim de encontrar quem patrocinou tantos perfis falsos para atacar a imagem do parlamentar e espalhar o que ele considera fake news.
“Trabalhamos diariamente para termos o respeito dos maranhenses, mas criaram fakes tentando manchar a nossa imagem, divulgando mentiras e tentando diminuir nossa atuação como deputado estadual”, destacou.
O parlamentar disse que, durante o depoimento, entregou aos federais novos documentos que podem ajudar a identificar exatamente os autores e de onde partiram os ataques. Ele apontou para possível uso de dinheiro público na prática criminosa.
“O caso segue sendo investigado pela Polícia Federal e apresentamos mais provas e documentações que levam a identificar o mandante do crime, bem como quem criou os fakes. É lamentável que usem dinheiro público com um fim tão medíocre, que é o de difamar as pessoas”, declarou Wellington.
Vazamentos
Enquanto o deputado tucano procurou a PF para que sejam investigados perfis falsos que o atacaram, outro parlamentar, Duarte Júnior (Republicanos), se viu envolvido, nas últimas semanas, em denúncias de uso de fakes em sua campanha eleitoral daquele ano.
Áudios atribuídos a ele, além de prints de grupos no aplicativo Telegram que teriam sido criados por sua assessoria, mostram o parlamentar supostamente exercendo poder sobre servidores do Procon-MA e apoiadores para que mobilizassem uma rede de perfis falsos a seu favor – atacando quem o criticava e exaltando suas ações. Os diálogos remetem às eleições de 2018.
O deputado nega todas as acusações, e diz que alguns dos áudios e prints foram manipulados ou são falsos.
“Pessoal, já fazem [sic] duas horas que saiu essa postagem aí no Imirante. Eu peço que todos vocês, absolutamente todos vocês, comentem com aquele discurso lá que a gente combinou: que é perseguição... [Comentem] com as redes de vocês, com outras contas que porventura vocês tenham. Comentem, assim que olharem essa mensagem, falando que é uma perseguição; que não adianta bat... perseguir; que o Duarte Júnior e o governador Flávio Dino que vão ganhar a eleições; que tá comigo; tô com Duarte, hashtag tô com Duarte! Bate nessas hashtags tô com Duarte… Que isso é perseguição dos Sarney; e não sei o que, e tudo mais... Aquele mesmo discurso que eu falei”, teria orientado Duarte num dos áudios atribuídos a ele.
Em resposta a essa fala, uma integrante do grupo no Telegram alerta: “Pessoal, só tomem cuidado quando forem responder. Lembrem que vocês são servidores públicos, no caso de usarem suas contas, certo? Se vocês quiserem ser mais incisivos, vocês podem usar os fakes de vocês”.
Em na Assembleia, na segunda-feira,2 , Duarte Júnior se disse vítima de “vazamento de áudios manipulados, misturados com informações que foram retiradas sorrateiramente de um grupo que não é o grupo de trabalho”.
“Um grupo de, no máximo seis pessoas, comigo sete pessoas. Um grupo de amigos que até então detinha confiança. Começaram a retirar mensagens, e manipular a veracidade destas mensagens, no intuito de induzir pessoas ao erro, para desconstruir a minha imagem”, disse.
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