Lançamento

A trajetória da água no Maranhão

Livro "Água de Beber", de Raimundo Nonato Medeiros da Silva, celebra a memória do autor que faleceu em agosto deste ano e será lançado neste sábado, na Feira do Livro de São Luís

Atualizada em 11/10/2022 às 12h22
Detalhe da capa do livro
Detalhe da capa do livro (livro água de beber)

SÃO LUÍS- Neste sábado, às 20h, no Espaço Casa do Escritor Maranhense, na 13ª edição da Feira do Livro de São Luís (FeliS) acontece o lançamento do livro “Água de Beber”, do escritor Raimundo Nonato Medeiros da Silva, falecido em agosto deste ano.

A obra aborda a trajetória histórica, desde 1857 até aos dias de hoje, da criação do sistema e oferta d’água potável à população da capital e, mais tarde, a captação, tratamento e destinação adequada de grande parte do esgoto doméstico. Da extensa pesquisa que empreendeu, Medeiros sintetizou o dilema vivido por governantes e dirigentes das empresas criadas, tanto particulares, como concessionárias ou públicas, para fornecer água a baixo custo aos consumidores, em face dos altos custos de produção.
Em seu livro, ele mostra como foram os primeiros fornecimentos d’água para consumo humano na capital da Província, durante o Império, comércio em que imperou a escravocrata Ana Jansen Pereira; e a criação da primeira empresa concessionária Companhia Rio Anil, também durante o Império, obstada no funcionamento por Ana Jansen.

Com o advento da República, foi criada a Companhia das Águas São Luiz, que iniciou a implantação de caixas d’água e redes de canalização para oferecer o produto nos domicílios centrais da capital. Mais tarde, em 1928, por falta de recursos financeiros ao Estado para ampliar a oferta d’água, o serviço foi transferido à empresa internacional americana Ulen & Company, que operou o sistema até junho de 1946. De lá até hoje, o Estado se encarregou definitivamente do serviço e ampliou para o interior, mas as tarifas cobradas aos consumidores são subsidiadas.

A obra oferece aos leitores o conhecimento de muitas das tratativas, seus vai-e-vens para decidi-las, tramas e embates políticos entre os grupos no governo e na oposição acerca de como deveria ser operado o sistema de abastecimento d’água e esgotamento sanitário. O autor conclui que o dilema continua, a despeito de toda discussão sobre a natureza da exploração, se público ou privada; dos custos financeiros dos serviços, que são superiores à receita; da sua existência não apenas como simples oferta d’água e captação de esgotos, mas como medida de saúde pública.

Raimundo Nonato Medeiros, além de engenheiro, foi bacharel em Física, mestre Energia e Ambiente e exerceu os cargos de diretor técnico da Sociedade de Melhoramentos da Capital (Surcap), diretor nacional da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental, superintendente de Recursos Hídricos da Secretaria de Estado do Meio Ambiente.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.