Editorial

Combate à tuberculose

Atualizada em 11/10/2022 às 12h22

A tuberculose continua ameaçando a vida de milhares de brasileiros. De norte a sul do país, a pessoas continuam sob a ameaça da doença, que afeta gente de todas as idades, principalmente os adultos. As regiões Norte e Nordeste são as que apresentam maior contingente de pessoas vítimas desse mal.

Uma ação governamental começa a ser implementada em todo o país, por meio da união de atos ministeriais. Para tanto, o Diário Oficial da União (DOU) publicou instrução operacional conjunta dos ministérios da Saúde e da Cidadania, para tratamento e prevenção da tuberculose entre populações socialmente vulneráveis e sob mais riscos de adoecimento, como pessoas em situação de rua, pessoas privadas de liberdade, pessoas com HIV e indígenas.

A associação entre as áreas de vigilância à saúde e assistência e desenvolvimento social é fundamentada em histórico de evidências científicas citadas na instrução. “O acolhimento (...) e o vínculo entre a equipe de saúde, a pessoa com tuberculose e sua família ampliam a possibilidade de conclusão do tratamento da tuberculose promovendo maior adesão”, diz a instrução.

Segundo o documento, pessoas inscritas no Programa Bolsa Família (PBF) apresentam maior percentual de cura e menor percentual de abandono do tratamento. A instrução informa ainda que as cidades com alta cobertura do Bolsa Família apresentam coeficientes de incidência da tuberculose 8% menor que aqueles municípios com baixa cobertura”.

Conforme a instrução, “a tuberculose é curável em praticamente 100% dos casos”, mas o tratamento exige rigor e acompanhamento. “São utilizados quatro tipos de antibióticos de ingestão diária. O tratamento é longo, no mínimo, são seis meses, de difícil acompanhamento, sobretudo para os segmentos que enfrentam barreiras de acesso aos serviços de saúde”.

A descontinuidade dos cuidados expõe os pacientes e potencializa riscos. “Caso o tratamento não seja realizado da forma recomendada, a pessoa pode desenvolver o tipo resistente da doença, denominada tuberculose drogarresistente (TB-DR), que apresenta um tempo de tratamento prolongado, podendo chegar a dois anos e com uso de um número maior de tipos de antibióticos”, afirma a instrução operacional.

A iniciativa do governo federal vai articular o Sistema Único de Saúde e o Sistema Único de Assistência Social para compartilhamento de informações cadastrais e uso de centros de referência para atendimento e acolhimento, além de garantir segurança alimentar, tratar de outras doenças e combater o uso de tabaco, álcool e outras drogas.

A doença é causada por uma bactéria (Mycobacterium Tuberculosis) que afeta com mais frequência os pulmões, mas pode infectar qualquer parte do corpo, incluindo os ossos e o sistema nervoso. A bactéria se espalha pelo ar quando pessoas infectadas tossem, falam, cospem ou espirram. Os sintomas da tuberculose ativa incluem: tosse persistente (por mais de duas semanas), que pode apresentar-se com sangue ou escarro; febre; sudoração noturna; perda de peso; dores no peito; e fadiga.

A maioria das pessoas expostas à TB nunca desenvolvem os sintomas, já que a bactéria pode viver na forma inativa dentro do corpo. Entretanto, se o sistema imunológico enfraquecer, como acontece com pessoas desnutridas, pessoas HIV-positivo ou idosas, a bactéria da tuberculose pode se tornar ativa. Cerca de 10% das pessoas infectadas com a bactéria vão desenvolver a forma ativa e contagiosa da doença em algum ponto de suas vidas.

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