Artigo

São Luís: presente e futuro

Atualizada em 11/10/2022 às 12h23

A história do Maranhão, contada pelos economistas, oscila entre os ciclos de sua reconhecida produção nos séculos passados e a sua abertura para o novo progresso, a partir do século XIX. Para os amantes da literatura e da poesia, o Maranhão foi celeiro de grandes vultos que tiveram participação na literatura e na poesia nacionais, através de notáveis nomes como Aluízio Azevedo, João Lisboa, Gonçalves Dias, Antônio Lobo, Gomes de Sousa, Coelho Neto, Humberto de Campos, Josué Montello Ferreira Gullar e outros, contando atualmente com José Sarney, expressivos nomes da maranhensidade.

A formação dos líderes maranhenses vinha de Coimbra, centro da cultura lusitana. Os intelectuais daqui viviam o impetuoso fulgor da erudição portuguesa e acompanhavam a evolução da nação brasileira como a cultura portuguesa impunha.

São Luís, hoje com mais de um milhão de habitantes, foi fundada pelos franceses, em 1612, recebendo o nome de França Equinocial. A colonização francesa aconteceu tardiamente, quando as nações ibéricas já tinham avançado bastante. O processo francês de colonização começou efetivamente pela ocupação de áreas na América do Norte, sem, no entanto, ter tido sucesso. Eles começaram suas aventuras em 1563 pela Flórida, lá deixando a cidade de Jacksonville; depois foram para a Nova Escócia, em território canadense, sem muito sucesso também, só voltando mais tarde para fundar Quebec, com o nome de Nova França. No Maranhão, fundaram a cidade de São Luís, e a chamaram de França Equinocial.

A hoje quatrocentona cidade de São Luís que foi, assim, fundada pelos franceses, invadida pelos holandeses e construída pelos portugueses é, hoje, uma cidade que traz vários epítetos, obedecendo a trajetória de sua história, de suas lendas e dos seus mistérios, como diz seu próprio hino oficial. A que antes fora Atenas Brasileira é hoje a Ilha do Amor, a Cidade dos Azulejos e até a Jamaica Brasileira. São Luís com seu calor natural e humano, sua beleza singular, suas ladeiras, ruas e becos, suas sacadas de azulejos, seus mirantes e portais do século XIX encanta os ludovicenses e conquista os visitantes.

A cidade de 407 anos tem sua graça e seus encantos, deixando em cada pessoa que a conhece uma saudade enorme de memoráveis momentos nela vividos. A cidade dos poetas ostenta um monumento a Gonçalves Dias invocando os sabiás e as palmeiras, e canta seus vários e inúmeros poetas da terra. Assim é sempre e será São Luís: suas histórias, seus casarões e sobrados, seus azulejos, suas ilustres moradias, suas construções seculares, seus sabores variados, sua rica cultura, tudo acrescido ao maior título que a terra tem - o de patrimônio cultural da humanidade.

São Luís vive as transformações do tempo atual, onde bilhões de reais representam os investimentos públicos e privados. Foi a partir do século XX que São Luís atingiu seu moderno desenvolvimento com os projetos de exploração de riquezas minerais, como o ferro de Carajás, o Porto do Itaqui e a Ponta da Madeira. Os grandes projetos levaram ao surgimento de várias unidades industriais, implantadas em São Luís e no interior do estado. Com isso, a cidade de São Luís fez renascer um novo desenvolvimento que, como se costuma dizer, chegou pelos portos. São Luís adaptou-se aos ares modernos, construindo não apenas seu complexo portuário, mais largas avenidas e modernizando suas praias. Surgiram espaços de lazer, cadeia de edifícios e equipamentos sociais, tudo em direção a sua nova caminhada para o futuro, mas sem abandonar sua tradição e sua história de glórias.

Aldy Mello

Ex-reitor da UFMA e do Ceuma, fundador da ALL e membro do IHGM

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