Editorial

A vida está em chamas

Atualizada em 11/10/2022 às 12h23

As imagens de satélite mostram o que muitos ainda não querem ver ou acham que não passa de falácia. Os incêndios já são tão grandes, que as lentes da Nasa conseguem captá-los do espaço. A mudança climática, com ventos mais fortes, já levou a fumaça tóxica para outros estados e, o céu já ficou escuro no meio da tarde, na maior capital brasileira. Mesmo assim, as autoridades parece que ainda não acordaram para a dimensão do problema.

Florestas amazônicas da região norte e centro-oeste do Brasil estão em chamas há mais de 15 dias. O fogo se alastrou e milhares de árvores e animais morreram queimados, sem que ninguém conseguisse fazer nada para deter o incêndio, cujas consequências futuras podem ser catastróficas.

Enquanto os ambientalistas estão em polvorosa com o que seria um dos maiores incêndios já registrados em florestas, o Governo permanece em estado de letargia e desconfiado, suspeitando que tudo não passa de um plano contra si, como uma teoria da conspiração, na qual quem sai perdendo é todo o mundo.

Somente este ano, os focos de incêndios florestais no Brasil tiveram um aumento de 83%, em comparação com o período de janeiro a agosto do ano passado, conforme dados do Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais (INPE). Foram 72.843 este ano, antes do grande incêndio que ainda está devastando parte da Amazônia.

Segundo especialistas, uma das principais causas dos incêndios atuais é o desmatamento. Antes, eles alegavam relação com a falta de chuvas, mas 2019 tem sido um ano considerado bem úmido, no entanto o fogo continua consumindo imensas áreas verdes.

Ecologistas ressaltam que, além da colheita de madeira, muitas árvores da Amazônia são derrubadas para plantação de soja ou simplesmente para abrir caminho para pastagens lucrativas. A queima é normalmente usada para remover árvores mais rápido, porque ‘tempo é dinheiro’. A maioria dos focos de incêndio é iniciada pelo homem e, depois, foge do controle e destrói a vida.

Além da destruição da floresta pelo fogo, que por si só já causa um gigantesco prejuízo ao meio ambiente, um efeito imediato é a poluição do ar, que compromete a saúde das pessoas que moram nas regiões onde estão acontecendo os incêndios. Os danos são reais e, muitas vezes, irreversíveis.

As florestas são vitais, não somente para as comunidades que as cercam, mas para toda a vida na terra, com um papel fundamental no equilíbrio do clima no planeta. Este ecossistema especificamente, a Amazônia, fornece 20% de oxigênio na atmosfera da terra e por isso é chamada ‘pulmão do mundo’. Sem ela, há comprometimento da vida no planeta. A floresta é indispensável para redução do aquecimento global.

Grande parte das chuvas que caem na Amazônia é gerada pela própria floresta tropical, mas, à medida que as árvores desaparecem, a chuva não cai mais e o temor agora é que o desmatamento possa secar cada vez mais a floresta e empurrá-la para um ponto sem retorno. E, logo ali na frente, a floresta dê lugar a um deserto.

Você sabia que o Saara já foi uma floresta? Será este o futuro da Amazônia?

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