Impasse

Coreia do Norte diz que exercícios militares ameaçam negociações nucleares

Os exercícios, conhecidos como Dong Maeng, estão sendo impulsionados por Washington e Seul e devem acontecer em agosto; conversas anunciadas durante visita do presidente Donald Trump à zona desmilitarizada deveriam começar em poucas semanas

Atualizada em 11/10/2022 às 12h24

SEUL — A Coreia do Norte ameaçou ontem, 16, interromper as conversas sobre seu programa nuclear caso os Estados Unidos quebrem a promessa de não realizar exercícios militares conjuntos com a Coreia do Sul.

No dia 30 de junho, o presidente americano, Donald Trump, revitalizou seus esforços para persuadir Pyongyang a abandonar seus planos de construir armas atômicas ao se encontrar com Kim Jong-unna Zona Desmilitarizada, área que divide a Península Coreana.

Na ocasião, considerada por críticos como uma grande oportunidade fotográfica de propaganda, Donald Trump se tornou o primeiro presidente americano a pisar em território norte-coreano. Após o encontro, foi anunciado que os dois países haviam concordado em retomar as negociações, interrompidas em fevereiro, em poucas semanas.

Um porta-voz da Chancelaria norte-coreana, entretanto, afirmou que o futuro da relação entre os dois países depende da ocorrência das atividades militares, criticadas há anos por Pyongyang . Os exercícios, conhecidos como Dong Maeng , estão sendo impulsionados por Washington e Seul e devem acontecer em agosto.

"Vamos tomar uma decisão sobre as conversas de trabalho com os Estados Unidos enquanto observamos os passos que os EUA tomarão", disse o porta-voz, em um comunicado divulgado pela agência estatal KCNA. "Está claro que os exercícios são um treinamento em tempo real, ensaio para a guerra e para esmagar militarmente a nossa República", acrescentou o porta-voz, em um comunicado separado, afirmando que a suspensão dos exercícios militares havia sido garantida por Trump durante o encontro na Zona Desmilitarizada.

Encontro

Donald Trump e Kim Jong-un se encontraram pela primeira vez em junho de 2018, em Cingapura — algo inédito para um presidente americano e um líder norte-coreano. As reuniões resultaram em vagas promessas para um acordo sobre o programa atômico da Coreia do Norte. Na ocasião, Trump disse que os exercícios militares seriam suspensos.

Em fevereiro, contudo, uma cúpula bastante esperada entre os dois países, no Vietnã, acabou sem acordo e antes do previsto , indicando um fracasso das negociações. Segundo os EUA, as conversas chegaram a umimpasse quando os norte-coreanos exigiram a suspensão de todas as sanções em troca de uma desnuclearização parcial, sem abrir mão das armas nucleares.

O governo de Pyongyang não confirma essa versão, e diz que pediu a suspensão de apenas algumas medidas, oferecendo em troca o fechamento, em definitivo, do centro de pesquisa de Yongbyon , considerado o “coração” do programa atômico norte-coreano.

"Enquanto os Estados Unidos falham ao cumprir com seus compromissos, as razões para nós continuarmos no acordo estão evaporando", disse o porta-voz, referindo-se a declaração assinada pelos líderes em Cingapura.

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