Reino Unido

Johnson confirma favoritismo de se tornar premier britânico

Ex-prefeito de Londres conquistou novos apoios e venceu com folga mais uma votação pela liderança do Partido dos Conservadores. Uma nova rodada está prevista para esta quinta-feira, com 4 candidatos

Atualizada em 11/10/2022 às 12h24
Boris Johnson, favorito na disputa pelo comando do Partido Conservador do Reino Unido, venceu com folga mais uma rodada de votações
Boris Johnson, favorito na disputa pelo comando do Partido Conservador do Reino Unido, venceu com folga mais uma rodada de votações (Reuters)

Legenda/Reuters
Boris Johnson, favorito na disputa pelo comando do Partido Conservador do Reino Unido, venceu com folga mais uma rodada de votações

LONDRES — Ex-prefeito de Londres e favorito para assumir o cargo de primeiro-ministro no Reino Unido, Boris Johnson venceu a terceira rodada da disputa para a liderança do Partido Conservador, na capital britânica, ontem, 19. Ele teve 143 votos , passando para a próxima etapa. Além de Johnson, permanecem na disputa o ministro das Relações Exteriores, Jeremy Hunt (54 votos) , o ministro do Meio-Ambiente,Michael Gove (51 votos) , e o ministro do Interior, Sajid Javid (37 votos) . Apenas parlamentares conservadores participaram da votação. O ministro para o Desenvolvimento Internacional, Rory Stewart , teve 27 votos e está fora da disputa. Restam, então, quatro candidatos .

Não havia um número mínimo de votos para permanecer na disputa: seria eliminado o candidato com o menor apoio na urna. A próxima votação está marcada para esta quinta-feira, seguindo as mesmas regras. O processo continuará até que sobrem dois candidatos : aí será a vez dos 160 mil filiados ao Partido Conservador escolherem quem vai liderar a sigla e, por consequência, o país. Essa votação geral está prevista para começar já no sábado, dia 22, e é feita por correio.

O vencedor deve ser anunciado no dia 22 de julho . Ainda não há uma data para o novo premier assumir. Até lá, Theresa May continuará no cargo como interina. Ela renunciou ao cargo no dia 7 de junho , diante das dificuldades políticas em torno do Brexit .

O novo premier vai assumir com a tarefa de liderar o Reino Unido no já tumultuado caminho para deixar a União Europeia. Desde a votação de 2016, quando os britânicos escolheram a saída do bloco, as negociações com Bruxelas se mostraram em grande parte inconclusivas. As propostas de Theresa May encontraram muita resistência no Parlamento, mesmo depois de uma eleição geral em 2017 que, em tese, serviria para reforçar a posição do governo. Opções como um segundo referendo e mesmo o abandono completo dos resultados de 2016 foram cogitadas, mas o mais provável é que o país deixe a UE. A questão é quando.

Negociar extensão

A saída oficial estava prevista para o dia 29 de março , mas um acordo com os europeus permitiu que a data fosse remanejada para o dia 31 de outubro. O favorito para a disputa, Boris Johnson, disse que o país vai deixar o bloco “ de qualquer maneira ” no prazo estipulado.

Mas, segundo o editor de economia da BBC, Simon Jack, Johnson estaria disposto a negociar uma extensão desse prazo até dezembro de 2021, alegando ser necessária uma discussão maior sobre a fronteira entre a Irlanda do Norte e a Irlanda. O tema é um dos mais problemáticos das negociações, uma vez que criaria uma barreira física cortando a ilha da Irlanda.

Segundo o jornalista da BBC, seria uma espécie de período de transição, dando tempo para conversas mais amplas sobre um acordo de livre comércio entre Reino Unido e União Europeia. A ideia, negada pela equipe de Johnson, não agradou os defensores mais apaixonados do Brexit.

Corbyn sinaliza apoio

Também ontem, 19, o líder do Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn , sinalizou que pode apoiar um referendo sobre o acordo para o Brexit, não importando os termos do texto. Esta é uma mudança crucial de posição dos trabalhistas, que tentavam uma nova eleição geral ou então só aceitavam um referendo caso não conseguissem uma nova eleição.

Corbyn afirmou que defende que a votação ofereça opções para os que defendem o Brexit e para os que querem ficar na União Europeia. Mas disse que essas opções precisam ser definidas pelo Parlamento.

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