Para os Estados Unidos

Audiência que decidirá extradição de Assange é marcada para fevereiro

Fundador do WikiLeaks participou por vídeo da sessão; australiano enfrenta 18 acusações nos Estados Unidos; Assange é acusado de realizar um dos maiores vazamentos de documentos sigilosos da História

Atualizada em 11/10/2022 às 12h24
Manifestante contrária à extradição usa máscara de Assange na porta do tribunal
Manifestante contrária à extradição usa máscara de Assange na porta do tribunal (Reuters)

LONDRES — A audiência para decidir se Julian Assange , fundador do WikiLeaks, deverá ser extraditado para os Estados Unidos, onde enfrenta acusações de espionagem, acontecerá em fevereiro de 2020, segundo decisão de tribunal britânico.

Segundo um porta-voz da Corte de Magistrados de Westminster, a juíza Emma Arbuthnot determinou que a decisão será tomada em "uma audiência de cinco dias em fevereiro, provavelmente a partir do dia 24". Assange, que não havia participado de uma sessão em maio por questões de saúde, esteve presente por videoconferência da audiência na sexta-feira,14.

— É importante que as pessoas não sejam induzidas a acreditar que o WikiLeaks é qualquer coisa além de uma divulgadora — disse Assange. — O governo americano tentou enganar a imprensa.

Washington acusa Assange de realizar um dos maiores vazamentos de documentos sigilosos da História. Ele teria publicado ilegalmente os nomes de fontes secretas em 2010, quando o WikiLeaks divulgou mais de 250.000 telegramas diplomáticos e cerca de 500.000 documentos confidenciais sobre as atividades do Exército americano no Iraque e noAfeganistão . O hacker também é acusado de conspirar com a ex-analista militar Chelsea Manning para obter acesso a informações confidenciais. No total, ele enfrenta 18 acusações criminais nos EUA.

Ben Brandon, advogado que representava os interesses dos Estados Unidos, disse na audiência de sexta-feira,14, que as ações do hacker foram perigosas e que "ao publicar documentos sigilosos, Assange criou um risco grave e iminente para diversas fontes da Inteligência, incluindo jornalistas, defensores de direitos humanos e ativistas políticos poderiam sofrer danos físicos ou ser vítimas de detenções arbitrárias".

Acusações

Enquanto Brandon lia as acusações, que incluíam o crackeamento de uma senha, Assange disse: "eu não craqueei senha nenhuma". Mark Summers, seu representante, disse que as alegações americanas são "ofensivas e violam completamente os direitos jornalísticos e a liberdade de expressão".

Em maio, Assange disse à Justiça britânica que não queria ser extraditado aos EUA, onde poderá enfrentar prisão perpétua ou até pena de morte. Também no mês passado, um investigador especial das Nações Unidaspara a tortura que visitou o australiano na cadeia fez um apelo para que a extradição não acontecesse. De acordo com o representante da ONU, Julian Assange apresenta sintomas de "tortura psicológica" e que sua saúde poderá ser colocada em risco nos EUA.

O australiano está atualmente cumprindo uma sentença de 50 semanasna Inglaterra por violação de sua liberdade condicional. Assange, acusado de estupro na Suécia, passou sete anos abrigado na embaixada doEquador na capital britânica para evitar seu envio para o país nórdico. No dia 3 de junho, um tribunal sueco rejeitou um pedido de prisãoapresentado pelo Ministério Público do país, alegando que uma ordem de prisão seria "desproporcional".

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.