Em Paris

Femen protesta contra descaso do governo sobre feminicídio na França

Cada uma das manifestantes escreveu o nome de uma mulher vítima de assassinato no corpo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h24
Líder do grupo Femen, a ativista Inna Shevchenko, à direita, durante um protesto contra o feminicídio em Paris
Líder do grupo Femen, a ativista Inna Shevchenko, à direita, durante um protesto contra o feminicídio em Paris (AFP)

PARIS - ​Militantes do movimento feminista Femen entraram ontem, 30, no pátio do monumento Palais Royal, no coração de Paris, para "prestar homenagem" às 60 mulheres mortas desde o início do ano na França. As militantes denunciaram "a indiferença do governo" sobre o feminicídio no país.

Mostrando os seios nus, as ativistas se reuniram às 9h (6h de Brasília) e subiram nas Colunas de Buren no pátio do Palais Royal, em frente ao Museu do Louvre. Com punhos erguidos, gritaram frases como "Às mulheres assassinadas, a pátria indiferente", "Nenhuma a mais!" e "Parem com o feminicídio!".

Cada manifestante escreveu no peito o nome das 60 mulheres mortas na França desde 1° de janeiro deste ano e como cada vítima foi assassinada. "Gaëlle foi esfaqueada, grávida de 6 meses", "Josette foi morta a tiros", "Chantal foi espancada até a morte", "Céline foi empurrada da janela com seu bebê 3 meses", diziam algumas das mensagens.

Segundo uma das líderes do Femen, a ucraniana Inna Shevchenko, a ação serviu para "criar um panteão ao ar livre e homenagear as mulheres mortas". A militante também criticou a "indiferença do governo francês" sobre a questão.

A mobilização também tinha o objetivo de "sensibilizar a sociedade" sobre o fenômeno do feminicídio no país. "Se houvesse 60 vítimas do sexo masculino, imagine qual seria a reação", disse ela.

Uma vítima a cada três dias

Em 2017, 130 mulheres foram mortas por seus maridos ou ex-maridos, uma média de um assassinato a cada três dias. Além disso, todos os anos, quase 220 mil mulheres são agredidas por seu cônjuge ou ex-cônjuge.

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