Denúncia dos EUA

OSDB não encontra provas de ataque químico na Síria

Washington ameaçou retaliação ''rápida e apropriada'' contra o presidente sírio Bashar al-Assad; organização monitora o conflito no país do Oriente Médio por meio de uma ampla rede de fontes locais

Atualizada em 11/10/2022 às 12h25
Rebeldes sírios na zona rural do norte da província de Hama, durante confrontos com as forças do regime
Rebeldes sírios na zona rural do norte da província de Hama, durante confrontos com as forças do regime (AFP)

Legenda/AFP
Rebeldes sírios na zona rural do norte da província de Hama, durante confrontos com as forças do regime

LONDRES - O Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) afirmou ontem,22, não ter encontrado provas suficientes de que possa ter ocorrido um ataque químico no noroeste da Síria ,conforme haviam denunciado os Estados Unidos na véspera . Com sede em Londres, a organização monitora o conflito no país do Oriente Médio por meio de uma ampla rede de fontes locais.

"Não dispomos de informação de nenhum ataque químico nas montanhas de Latakia",disse Rami Abdel Rahman, diretor do OSDH. Na terça-feira, 21, o Departamento de Estado americano afirmou ter conhecimento de indícios de que o governo de Bashar al-Assad realizara “um suposto ataque com cloro no noroeste da Síria na manhã do dia 19 de maio”, ameaçando uma retaliação “rápida e apropriada”.

"Ainda estamos reunindo informações sobre este incidente, mas reafirmamos nossa advertência: se o regime de Assad utilizar armas químicas, os Estados Unidos e seus aliados responderão rapidamente e de maneira apropriada", declarou Morgan Ortagus, porta-voz da diplomacia americana.

O grupo jihadista Hayat Tahrir Al Sham (HTS), dominado por membros do antigo braço sírio da Al-Qaeda, também acusara no domingo as forças pró-Assad de um ataque com cloro contra seus combatentes na zona norte da província de Latakia.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, transformou o uso de armas químicas em uma linha vermelha e ordenou duas vezes ataques contra alvos de Damasco: em abril de 2017, em retaliação a um ataque com gás sarin, e um ano depois, juntamente com a França e o Reino Unido, em resposta a um suposto ataque químico contra civis em Douma.

Campanha violenta

Segundo Ortagus, o novo ataque faz parte da “campanha violenta do regime de Assad contra o cessar-fogo que protegeu milhões de civis na província de Idlib”, uma das poucas áreas da Síria que não está ainda sob controle do regime. A declaração do Departamento de Estado ainda acusa as forças da Rússia e de Assad de “uma campanha de desinformação contínua, para criar a falsa narrativa de que outros são culpados por ataques com armas químicas”.

"Os ataques do regime contra as comunidades no noroeste da Síria devem parar. Os Estados Unidos reiteram sua advertência, dada pelo presidente Trump em setembro de 2018: qualquer ataque à zona de Idlib seria uma escalada perigosa, que ameaçaria desestabilizar a região — afirmou a porta-voz americana.

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