Agressão

Tribunal francês propõe testar bracelete eletrônico contra violência doméstica

Presidente do tribunal de Pontoise e procurador pediram ao governo que avaliasse a possibilidade de testar o uso do bracelete eletrônico para monitorar homens violentos

Atualizada em 11/10/2022 às 12h25

PARIS - O presidente do tribunal de Pontoise, na região parisiense, Gwenola Joly-Coz, e o procurador Eric Corbaux pediram ao governo francês que avaliasse a possibilidade de testar o uso do bracelete eletrônico para monitorar homens violentos. Em 2017, 130 mulheres foram assassinadas pelos seus ex-companheiros na França.

De acordo com o magistrado francês, o número de mulheres vítimas de homens violentos se mantém estável.

“É mais do que claro que existe a necessidade de trabalhar essa questão”, declarou Joly-Coz à rádio francesa France Info. Ele trabalhou no gabinete da ex-porta-voz do presidente François Hollande, Najat Vallaud-Belkacem, ex-ministra dos Direitos das Mulheres.

Dados do coletivo #NousToutes (Nós Todos), divulgados no último dia 20 de abril, revelam que 45 mulheres foram assassinadas na França desde o início de 2019. Um dos casos mais chocantes foi o de uma jovem morta na região do Var, no sul da França, uma hora depois da passagem dos policiais no domicílio do casal.

Os dois magistrados pedem há cerca de um ano e meio que as autoridades utilizem o bracelete eletrônico para prevenir essas mortes. O dispositivo funciona com sucesso em vários países europeus, principalmente na Espanha. Em 2018, 47 mulheres morreram no país, cerca de 30 a menos que há uma década.

Bracelete já foi testado

A polícia pode monitorar o usuário do bracelete e avisar a mulher ameaçada da presença do potencial agressor em um determinado perímetro.

“Não é a solução para todos os problemas, mas precisamos tentar”, insiste Gwenola Joly-Coz. Procurado pela AFP, o Ministério da Justiça explicou que o governo ainda está analisando em termos técnicos e jurídicos a adoção do sistema.

O governo francês chegou a testar o equipamento entre 2012 e 2013 em três departamentos, mas sem sucesso: nenhum suspeito na época que preenchia esses critérios para usar o dispositivo foi identificado.

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