Comando do país

Presidente do Sudão é deposto e conselho militar vai assumir

Anúncio foi feito pelo ministro da Defesa na quinta-feira,11; Kamal Abdel Maaruf afirmou que haverá eleições após o período de transição previsto para durar dois anos

Atualizada em 11/10/2022 às 12h25
Omar al-Bashir, presidente sudanês, estava há 30 anos no poder
Omar al-Bashir, presidente sudanês, estava há 30 anos no poder (AFP)

SUDÃO - O ministro da Defesa do Sudão anunciou ontem,11, que o presidente Omar al-Bashir, que ocupava o poder há 30 anos, foi deposto e detido "em um lugar seguro". Kamal Abdel Maaruf também afirmou que um conselho militar administrará o Sudão por um período de transição de dois anos.

Em um comunicado transmitido pela TV estatal, o ministro afirmou que haverá eleições no final do período de transição e que o espaço aéreo do país foi fechado por 24 horas. Ele também anunciou três meses de estado de emergência, um cessar-fogo nacional e a suspensão da constituição.

Ontem, 11, milhares de pessoas anti-governo saíram as ruas para comemorar a queda de Omar al-Bashir. Grande parte dos manifestantes, apesar de comemorar, pediram por um governo civil e disseram que não querem uma administração liderada por militares.

Bashir comanda o Sudão com mão de ferro desde 1989, quando deu um golpe de Estado com a ajuda de militantes islâmicos, de acordo com a Deutsche Welle. Ele é alvo de dois mandados internacionais de prisão por genocídio, crimes de guerra e crimes contra a humanidade, emitidos pelo Tribunal Penal Internacional, em Haia, por causa de crimes cometidos em Darfur.

Nessa região do oeste sudanês, 300 mil pessoas foram mortas desde 2003, segundo contagem das Nações Unidas, num conflito que opõe o governo e milícias árabes, de um lado, e rebeldes não árabes separatistas, do outro.

As manifestações contra Bashir foram motivadas pela forte crise econômica que afeta o país há anos – principalmente depois da secessão do Sudão do Sul, em 2011. O Sudão é um dos 25 países mais pobres do mundo, com uma população de 41 milhões de pessoas.

Até a independência do Sudão do Sul, a economia era fortemente dependente do petróleo, que era responsável por 95% das exportações e metade da arrecadação do governo. Em 2001, o Sudão perdeu a maior parte dos campos petrolíferos, que ficaram com o Sudão do Sul.

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