Pena perpétua

Tribunal confirma condenação de ex-líder sérvio-bósnio à prisão

Radovan Karadzic, 74 anos, tentou reverter sentença anterior que estabelecera pena de 40 anos de cárcere

Atualizada em 11/10/2022 às 12h26
Radovan Karadzic senta em tribunal para ouvir veredito do TPII
Radovan Karadzic senta em tribunal para ouvir veredito do TPII (AFP)

HAIA — Duas décadas após o massacre de Srebrenica e o atroz cerco de Sarajevo , o ex-líder servo-bósnio Radovan Karadzic foi condenado à prisão perpétua ontem,21, pelo crime de genocídio . A decisão foi proferida por juízes de apelação da ONU depois que ele apresentou recurso na tentativa de reverter uma sentença de 2016 pelo Tribunal Penal Internacional para a antiga Iugoslávia (TPII), que estabelecera pena de 40 anos de cárcere.

No entanto, o segundo tribunal não apenas manteve a condenação anterior como a julgou muito leve para a gravidade dos seus delitos e o peso da sua responsabilidade no massacre de Srebrenica em 1995. Ele também responde por crimes contra a Humanidade e por crimes de guerra durante a guerra da Bósnia, entre 1992 e 1995.

Hoje com 74 anos, Karadzic foi responsabilizado pelo cerco de Sarajevo, que durou 44 dias e matou 10 mil pessoas, e pelo massacre de Srebenica, que matou quase oito mil homens e crianças muçulmanas pelas forças sérvias da Bósnia em julho de 1995. Este é considerado o pior episódio do gênero cometido na Europa depois da Segunda Guerra Mundial.

O ex-líder é acusado de ter organizado, ao lado do general Ratko Mladic e do ex-presidente iugoslavo Slobodan Milosevic, uma limpeza étnica de grandes territórios da Bósnia depois do desmantelamento da Iugoslávia, em 1991. De acordo com a acusação, o objetivo era expulsar dos territórios os muçulmanos, croatas e outros habitantes que não eram sérvios.

Ciente

No julgamento de 2016, Karadzic argumentara que não estava ciente dos assassinatos de Srebrenica, mas assumiu a responsabilidade de todos os crimes cometidos por cidadãos e forças da Republika Srpska (República Sérvia da Bósnia).

Este julgamento é considerado um dos mais importantes da história do TPII tanto pelo número de vítimas quanto pela responsabilidade de políticos no sofrimento de seu povo. A corte da ONU foi criada para processar as pessoas responsáveis por violações graves do direito internacional humanitário cometidas no território da ex-Iugoslávia.

Após se tornar o fugitivo mais procurado da Europa, Karadzic escapou da justiça internacional por quase 13 anos. Ele foi detido em julho de 2008 em um ônibus de Belgrado enquanto se fazia passar por um terapeuta de medicina alternativa.

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