Articulação

Grupo de Lima trabalha pela legitimidade de Juan Guaidó

Para o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, a articulação com outros países acontece no âmbito do grupo que trata da crise na Venezuela

Reuters

Atualizada em 11/10/2022 às 12h26
Ministro Ernesto Araújo diz que o Brasil trabalha pela transição pacífica
Ministro Ernesto Araújo diz que o Brasil trabalha pela transição pacífica (Ministro)

BRASÍLIA -

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, disse nesta sexta-feira, 1º, que o Brasil está pronto para trabalhar pela legitimação internacional do governo do autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, e para mostrar a total ilegitimidade do regime do presidente Nicolás Maduro. De acordo com o chanceler, a articulação com outros países acontece no âmbito do Grupo de Lima, instalado para tratar da crise na Venezuela.

“No Grupo de Lima houve conversas sobre a possibilidade de diversos atores do grupo falarem com quem não reconhece Guaidó, como a China e a Rússia”, disse. Segundo Araújo, seria uma conversa para que os outros países entendam o que está acontecendo na Venezuela e reconheçam, nos organismos internacionais, os representantes do governo Guaidó como legítimos do país.

O chanceler explicou que não há nenhuma intenção de intervenção na Venezuela. “O Brasil vai atuar, se puder, ajudar para uma transição pacífica, mas não vai interferir nessa negociação entre diversos atores venezuelanos”, assegurou, negando qualquer tipo de negociação direta do Brasil com Nicolás Maduro. “Tratativas entre eles, é uma decisão deles. Faremos qualquer coisa que facilite uma solução, mas sempre em coordenação com Guaidó, como governo legítimo”, acrescentou.

Sobre a vista de Guaidó, na quinta-feira, ao Brasil, Araújo disse que foi muito positiva e que o presidente interino mostrou sua capacidade de liderança e seu compromisso com a transição democrática na Venezuela. “Ficamos mais confiantes na capacidade do presidente Guaidó de ser o centro desse avanço rumo à democratização da Venezuela”, disse.

Para o chanceler brasileiro, o Brasil receber Guaidó como presidente interino já é uma sinalização para a opinião pública que ele é uma alternativa séria ao regime de Maduro. “Essa é uma imagem que vai passando, as pessoas vão entendendo o descalabro do absurdo que está havendo na Venezuela, e que a liderança (dele) é capaz de transformar aquilo num país de verdade de novo, que essa é a única via”, ressaltou Araújo.

Prisão de Guiadó

Além do encontro com o presidente Jair Bolsonaro, no Palácio do Planalto, Guaidó esteve com diversas representações diplomáticas em Brasília. Ele deixou a capital federal nesta sexta-feira, seguindo para o Paraguai.

No mês passado, o Tribunal Supremo de Justiça proibiu Guaidó de deixar a Venezuela e congelou suas contas. Apesar da decisão judicial, o presidente interino foi à Colômbia para articular a entrega de ajuda humanitária na fronteira e participar do encontro do Grupo de Lima, em Bogotá, vindo posteriormente ao Brasil. Mesmo correndo risco de ser preso, ele prometeu retornar à Venezuela em breve.

Sobre o risco de prisão de Guaidó, o ministro Ernesto Araújo disse que seria um absurdo e que o Brasil deve articular uma reação com o Grupo de Lima, caso isso aconteça.

Ajuda humanitária

De acordo com Araújo, o Brasil continua disposto a proporcionar ajuda humanitária aos venezuelanos. No último sábado, 23, houve uma tentativa frustrada de entrega de alimentos e insumos na fronteira, em Pacaraima, Roraima. Os alimentos que voltaram, segundo o chanceler, têm um prazo de validade longo e continuam a disposição, mas um novo cronograma de entrega ainda depende de articulação na fronteira.

Brasil-China

Araújo se reuniu na manhã desta sexta-feira, 1º, com o vice-presidente Hamilton Mourão para tratar da próxima reunião da missão Brasil-China. De acordo com ele, esse encontro não acontece desde 2015 e os dois países querem retomar essa cooperação. No Brasil, a missão é presidida pelo vice-presidente da República.

O chanceler confirmou ainda as viagens do presidente Jair Bolsonaro para os Estados Unidos, Chile e Israel. O encontro com o presidente norte-americano, Donald Trump, deve acontecer ainda este mês.

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