Ameaça

''Morte à América'' significa ''morte a Trump'', diz aiatolá

Líder supremo do Irã, Ali Khamenei, diz que o seu páis não abandonará cântico enquanto Washington mantiver política hostil contra nação persa; ele esclareceu, porém, que o slogan se refere à morte do presidente americano, Donald Trump

Atualizada em 11/10/2022 às 12h26
Aiatolá Ali Khamenei reza em mausoléu de fundador da República Islâmica, aiatolá Ruhollah Khomeini
Aiatolá Ali Khamenei reza em mausoléu de fundador da República Islâmica, aiatolá Ruhollah Khomeini (Reuters)

TERRÃ - Os iranianos continuarão a cantar "Morte à América" enquanto os Estados Unidos mantiverem suas políticas hostis para o país, destacou o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, durante reunião de oficiais da Força Aérea para o 40º aniversário da Revolução Islâmica. O líder esclareceu, porém, que o slogan se refere à morte do presidente americano, Donald Trump, e dos demais líderes de Washington, e não à nação americana.

"Enquanto a América continuar suas maldades, a nação iraniana não vai abandonar o 'Morte à América", afirmou Khamenei, em declarações reproduzidas pelo site oficial. "Morte à América significa a morte de Trump, de John Bolton e de [Mike] Pompeo. Significa morte aos chefes da América".

O aiatolá se referia ao líder da Casa Branca, seu conselheiro de Segurança Nacional, John Bolton, e seu secretário de Estado, Mike Pompeo — três autoridades que subiram o tom contra o regime de Teerã nos últimos dois anos. Trump anunciou no ano passado a retirada dos EUA do acordo nuclear firmado pelo Irã com grandes potências e ainda reimpôs sanções contra o país em ataque às finanças persas.

Desde então, líderes europeus trabalham para tentar salvar o acordo, mas Khamenei considera que eles também não são confiáveis. A União Europeia também aumentou as críticas a Teerã, apesar de continuar comprometida com o acerto nuclear.

"Eu recomendo que ninguém deve confiar nos europeus tanto quanto nos americanos", disse Khamenei. "Nós não falamos, não temos contatos com eles, mas é um problema de confiança".

Novo míssil balístico

Na quinta-feira ( 7), a Guarda Revolucionária do Irã inaugurou um novo míssil balístico com alcance de mil quilômetros, informou a agência de notícias semi-oficial Fars. A investida ignorou as demandas ocidentais ao freio do programa balístico do país, que diz ter outros mísseis de dois mil quilômetros de alcance, que colocariam na mira Israel e bases americanas da região.

Um resolução das Nações Unidas de 2015 que confirmou o acordo nuclear "apelou" ao Irã para se abster por até oito anos do trabalho em mísseis balísticos desenvolvidos para carregar armas nucleares. Alguns Estados argumentam que a linguagem adotada não é mandatória. O Irã já havia declarado no último sábado que havia testado com sucesso um míssil de cruzeiro Hoveizeh com um alcance de mais de 1.350 quilômetros.

O Irã deteve a maior parte de seu programa nuclear após o acordo, mas manteve o desenvolvimento da tecnologia de mísseis balísticos. O programa preocupa o Ocidente, que acusa os persas de quererem aumentar o alcance de seus armamentos e desestabilizarem o Oriente Médio. Algumas autoridades iranianas afirmam regularmente querer a destruição de Israel. O Irã reitera que seu programa de mísseis serve a uma questão de segurança nacional, que só tem objetivo defensivo e que não é negociável.

"Os Estados Unidos continuarão obtendo apoio incansável em todo o mundo para enfrentar o perigoso programa de mísseis balísticos do Irã, e continuaremos a exercer pressão suficiente sobre o regime para mudar seu mau comportamento, especialmente aplicando todas as nossas sanções", acrescentou o Departamento de Estado.

Mais

Os Estados Unidos reafirmaram na quinta-feira (7) que não relaxarão a pressão sobre o Irã para dissuadi-lo."Devemos responder à flagrante falta de respeito do Irã pelos padrões internacionais", disse o porta-voz-adjunto do Departamento de Estado, Robert Palladino, em comunicado.

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