WASHINGTON - O Governo dos Estados Unidos anunciou que devolverá alguns solicitantes de asilo ao México à espera que a Justiça resolva seus casos, em uma nova estratégia, segundo o "The Washington Post".
O Departamento de Segurança Nacional (DHS) dos EUA explicou, em comunicado divulgado na noite de quinta-feira (24), que certos solicitantes de asilo não ficarão em liberdade no país como acontecia até agora, mas serão devolvidos ao México enquanto seus casos são resolvidos.
Esses imigrantes poderão retornar aos EUA para comparecer diante de um juiz quando forem citados em audiência.
Os Estados Unidos pretendem reduzir assim os casos de "asilo fraudulento", nos quais os imigrantes, embora digam que vão pedir asilo, "frequentemente não apresentam uma solicitação de asilo e/ou desaparecem antes de um juiz de imigração determinar os méritos de qualquer pedido".
Segundo dados do Governo dos EUA, 90% das solicitações de asilo são rechaçadas em última instância.
O "The Washington Post", que cita funcionários americanos, informou que os primeiros retornos ocorrerão nesta sexta-feira no porto fronteiriço de São Ysidro, no limite entre São Diego (Califórnia) e Tijuana (Baixa Califórnia).
Leis migratórias
A secretária do DHS, Kirstjen Nielsen, disse que a nova medida "não tem precedentes" e afirmou que ajudará a colocar fim ao abuso "das generosas" leis migratórias americanas, assim como a abordar a "urgente crise humanitária" na fronteira sul.
O presidente dos EUA, Donald Trump, tenta coibir a chegada de solicitantes de asilo das chamadas caravanas migratórias vindas da América Central.
Cerca de 10 mil imigrantes esperam atualmente na fronteira com a Guatemala para ingressar no México. Na semana passada, cerca de 2 mil ingressaram no país sem cumprir com os protocolos requeridos pelo governo de Andrés Manuel López Obrador.
Segundo o DHS, o México será responsável por fornecer ajuda humanitária aos imigrantes retornados enquanto esperam nesse país a resolução de seus casos.
Fontes do Governo do México indicaram à Agência Efe que o país só receberá seus cidadãos ou estrangeiros com uma condição legal prévia.
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