Sebastião Marcelo Camilo Gouveia, Palhaço Batatinha

Um mensageiro da alegria que provoca melhora e bem-estar

Há 21 anos ele é o Palhaço Batatinha; com muita descontração e criatividade, ele leva alegria para crianças e adultos internados em unidades de saúde, como o Hospital São Domingos

Evandro Jr. / O Estado do Maranhão

- Atualizada em 11/10/2022 às 12h27
Palhaço Batatinha, que leva alegria a centros de saúde, como o Hospital São Domingos
Palhaço Batatinha, que leva alegria a centros de saúde, como o Hospital São Domingos

SÃO LUÍS - Sorriso no rosto, jeito tranquilo e muita sensibilidade. Sebastião Marcelo Camilo Gouveia tem 40 anos, e há mais de 20 o riso é sua principal ferramenta de trabalho. Com um chapéu na cabeça, roupas coloridas e um pouco de pintura no rosto, ele se transforma no irreverente Palhaço Batatinha, para fazer a alegria das pessoas.

Batatinha, na verdade, é a criança que sempre existiu dentro de Sebastião Marcelo e da qual ele nunca se desvencilhou. Virou palhaço porque é um eterno brincalhão. Gosta de ver o sorriso no rosto das pessoas, de descontrair, contar piadas ou fazer arte para a felicidade tomar assento no lugar da tristeza.

E não para um só minuto: anima festas, diverte consumidores em frente a lojas da Rua Grande e visita pessoas doentes. Tudo faz com prazer e altas doses de criatividade. A brincadeira, que virou coisa séria, começou apenas para ajudar um amigo: outro palhaço. Sebastião ajudava na confecção de bonecos gigantes. Mas nem imaginava que um dia usaria aqueles macacões folgados e um nariz vermelho de plástico.

E sua alegria foi incorporada por hospitais. Há cerca de 10 anos, sentiu a vontade de animar quem está precisando de tratamento em hospitais. Segundo ele, já fez nascer sorrisos em pacientes no Hospital Materno Infantil, no Hospital Presidente Dutra e no Hospital Carlos Macieira, antigo Ipem. Na maioria das vezes, o trabalho é voluntário, mas também já conseguiu retorno monetário com a ação.

Sebastião Marcelo Camilo Gouveia, 40 anos, de cara limpa
Sebastião Marcelo Camilo Gouveia, 40 anos, de cara limpa

Experiências
O Hospital São Domingos também enxergou nele uma fonte renovável de saúde. Um labor intimamente comprometido com um dos maiores prazeres da vida: sorrir. “Eu comecei fazendo a alegria de crianças internadas pelo simples prazer de animar. No entanto, mais tarde, a direção decidiu me contratar. E assim faço, todas as quartas-feiras, religiosamente. Adoro o meu trabalho e todo mundo gosta. Eu chego a me envolver e me emocionar com as crianças, principalmente”, conta.

Batatinha adora manusear balões, principalmente quando visita crianças. Ele aprendeu sozinho a técnica de esculturas com as bexigas palitos. “Faço mil coisas e a imaginação das crianças viaja distante. Sem dúvida, elas se sentem melhor, pois é algo tangível. Já cheguei a reverter diversas situações em que crianças doentes se animaram para comer depois de algumas gargalhadas”, revela.

Apesar de já ter recebido convites para trabalhar em circo, morada sagrada dos palhaços profissionais, Sebastião nunca quis deixar suas atividades nas ruas, festas e hospitais. “Acho que o circo limita muito e você se priva de viver muitas experiências. É claro que é um trabalho fantástico, mas tem o seu lado ruim”, afirma.

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Como todo palhaço, ele tem a sua hora de tristeza, pois antes de tudo é um homem como outro qualquer. Não obstante, na maior parte do tempo, mostra-se alegre, sem estresse e vestindo um largo sorriso no rosto. Quando pode, lança-se em trabalhos solidários e oferece alegria pelo compromisso com o ofício de espalhar felicidade.

“Um de meus sonhos é montar um espetáculo e levar para os bairros carentes de São Luís. Não tem preço ver a alegria no rosto de uma criança carente. É algo impagável”, finaliza.

Um de meus sonhos é montar um espetáculo e levar para os bairros carentes de São Luís. Não tem preço ver a alegria no rosto de uma criança carente. É algo impagável”

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