Marcada para o dia 30 deste mês, a eleição para o comando da Fe­deração dos Municípios do Estado do Maranhão (Famem) provocou um racha no grupo governista e antecipou a bus­ca pela consolidação de nomes para a disputa do Palácio dos Leões no pleito de 2022.
O racha no grupo liderado pelo governador Flávio Dino (PCdoB) se dá entre o senador eleito Weverton Rocha (PDT) e o vice-governador, Carlos Brandão (PRB), que está no comando do Poder Executivo em decorrência das férias de Dino.
Tanto Weverton quanto Brandão tentam se consolidar para a disputa do Governo do Maranhão em 2022. Por isso a importância dada por ambos ao pleito deste mês na Fa­mem. O racha, contudo, é mascarado por dentro do grupo, para evitar constrangimento a Flávio Dino.
Weverton Rocha tem como candidato à presidência da Famem o prefeito do município de Igarapé Grande, Erlânio Xavier (PDT). Já Brandão deve declarar apoio à reeleição de Cleomar Tema (PSB), em visita ao município de Tuntum no próximo sábado, 5.
Erlânio entrou na disputa no segundo semestre de 2018, sob a articulação de Weverton Rocha, e conseguiu o apoio de um grupo de pre­feitos dissidentes ao atual comando da entidade.
Em dezembro do ano passado, a informação era de que o prefeito de Igarapé Grande já havia assegurado o apoio de mais de 100 prefeitos.
Cleomar Tema, que trabalha pela reeleição, tentou uma intervenção junto ao governador Flávio Dino, mas não obteve êxito.
Ele se movimentou em Brasília, visitou ministérios do Governo Te­mer, passou a buscar recursos para os municípios maranhenses e aproximou a gestão da entidade à imprensa nos últimos três meses. Apesar disso, não conseguiu neutralizar o pedetista.
Ele usa como última cartada o provável apoio de Brandão - que institucionalmente representa o Palácio dos Leões - para tentar se man­ter no controle da federação.

Unidade
Em outubro de 2018, quando ganhou força a candidatura de Erlânio para o pleito e Tema decidiu tentar neutralizar o pedetista, o go­vernador Flávio Dino chegou a se manifestar sobre a disputa durante um encontro com a classe política numa casa de eventos situada no Calhau.
Naquela ocasião, ele pregou consenso entre as lideranças para a eleição na entidade.
Weverton Rocha se posicionou dois dias depois por meio de seu perfil no twitter. Ele afirmou, na oportunidade, que o seu envolvimento na disputa da Famem era uma tentativa “criar um clima ruim” na base governista.
“A notícia da disputa pela Fa­mem é mais uma tentativa de criar artificialmente um clima ruim onde não existe. A grande maioria dos prefeitos está tranquilamente alinhada ao grupo liderado pelo governador Flávio Dino e a presidência da Famem será fruto de unidade e consenso”, disse.
A O Estado, Weverton Rocha disse, ontem, que não há uma definição e que o assunto (presidência da Famem) ainda vem sen­do conversado, mas que ele não vem intervindo.

Tema não conseguiu antecipar
eleição

Candidato à reeleição no comando da Famem, o prefeito de Tuntum, Cleomar Tema (PSB), teve duas tentativas frustradas de antecipação do pleito na entidade.
A primeira foi no dia 9 de outubro. Ele chegou a reunir prefeitos e lideranças para convocar uma eleição antecipada para o dia seguinte [10 de outubro]. Ocorre que Tema não conseguiu as assinaturas necessárias para o ato.
Depois disso, o presidente da entidade tentou novamente antecipar o pleito, para o dia 22 de outubro daquele ano. O objetivo era aproveitar o clima de reeleição do governador Flávio Dino (PCdoB) no Executivo.
Erlânio Xavier (PDT), contudo, conseguiu se movimentar junto a um grupo de prefeitos e inviabilizou a antecipação do pleito.
O pleito ficou marcado então para ocorrer no período regimentar regular, em janeiro deste ano, quando ficará em disputa o biênio 2019/2020.

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