Mais protestos

''Coletes amarelos'' convocam novas manifestações em Paris

A pressão dos coletes amarelos sobre o presidente Emmanuel Macron não terminou: insatisfeitos com as medidas anunciadas na segunda-feira (10), os manifestantes preparam um quinto sábado de protestos no próximo fim de semana

Atualizada em 11/10/2022 às 12h27

PARIS - “Migalhas”. “Uma enganação”. “Um blefe”. Esses são alguns termos usados por “coletes amarelos” em toda a França após os anúncios do presidente francês, Emmanuel Macron, para tentar conter o movimento de insatisfação geral. Grupos do movimento no Facebook convocam a população para mais uma manifestação em Paris, no próximo sábado (15).

Os “coletes amarelos” denunciam medidas sem redistribuição de riquezas e criticam a ausência de um pedido de desculpas do presidente. “Cem euros não é nada, o poder aquisitivo vai aumentar? Então esse aumento não serve para nada, eu não vou parar”, escreve uma internauta no grupo A França revoltada, no Facebook, referindo-se ao aumento anunciado para o salário mínimo, a partir de janeiro de 2019.

Os manifestantes continuam cobrando medidas para diminuir drasticamente as desigualdades sociais, o que significa, do ponto de vista dos “coletes amarelos”, fazer com que grandes empresas, bancos e milionários franceses paguem mais impostos.

No discurso da véspera, o presidente declarou que empresas e bancos devem participar do esforço coletivo, mas descartou o restabelecimento do Imposto sobre a Fortuna (ISF), como pedem os “coletes amarelos” e a oposição de esquerda. Macron se justificou dizendo que a medida “enfraqueceria a França”, estimulando a evasão de capital.

“Não vamos ceder”

“Vamos continuar a demonstrar nosso descontentamento”, disse o “colete amarelo” Vincent à RFI. “Não vamos mudar de opinião, queremos avanços, é preciso que a situação mude, não vamos ceder”, acrescentou.

O presidente recebeu ontem 9110 no Palácio do Eliseu dirigentes de bancos e grandes empresas, para estimular o pagamento de um bônus de Natal aos empregados.

Já o primeiro-ministro francês, Édouard Philippe, compareceu diante da Assembleia Nacional para detalhar as medidas anunciadas por Macron na véspera. Além do aumento do salário mínimo, o premiê também explicou a isenção de uma taxa para aposentadorias abaixo de € 2 mil e o pagamento de horas extras sem impostos, nem encargos.

As medidas anunciadas vão custar aos cofres públicos de € 8 bilhões a € 10 bilhões e, provavelmente, agravar o déficit público se não houver corte de gastos.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.