Sem definição

Debate sobre faixa exclusiva ainda está sem definição

Clientes não procuram lojas onde há este tipo de determinação de trânsito e isso gera prejuízos

Daniel Júnior / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h27
Com faixa exclusiva, apenas ônibus podem permanecer no acostamento
Com faixa exclusiva, apenas ônibus podem permanecer no acostamento (faixa exclusiva)

Empresários estabelecidos na Avenida Marechal Castelo Branco, no bairro do São Francisco, em São Luís, alegam que o secretário municipal de Trânsito, Canindé Barros, não disponibiliza espaço na agenda para debater, com representantes da Associação Comercial do Maranhão (ACM) e do Ministério Público (MPMA), os impactos negativos que as faixas exclusivas para ônibus provocam no desenvolvimento econômico dos estabelecimentos comerciais da capital.

Eles reclamam que os clientes não procuram mais suas lojas, em decorrência da dificuldade de estacionar os veículos, após a implantação dos espaços específicos para o tráfego de coletivos nos dois sentidos da via.

Uma reunião entre os três órgãos chegou a ser marcada, porém foi desmarcada em seguida, depois que o titular da Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT), Canindé Barros, não pôde comparecer, em virtude de problemas de saúde, conforme informou Domingos Martins, proprietário de uma lotérica na Avenida Castelo Branco.

“Ainda não foi marcada nenhuma agenda entre a ACM, MPMA e Prefeitura de São Luís. Canindé não disponibiliza a agenda dele, para que seja marcado o debate. Enquanto isso, nós, empresários, continuamos com dificuldade e estamos no prejuízo, pois, após a instalação das faixas exclusivas, os clientes têm dificuldades para estacionar os veículos e acabam indo embora”, explicou Martins.

O Estado manteve contato com a Prefeitura de São Luís, para obter um posicionamento, mas até o fechamento desta página nenhuma resposta foi enviada.

SAIBA MAIS

Em reportagem publicada no dia 22 de novembro, O Estado mostrou a indignação dos empresários que mantém estabelecimentos comerciais na Avenida Castelo Branco. Além disso, foi constatado que lojas estão sendo fechadas e, no prejuízo, proprietários tentam alugar os pontos para outros investidores, mas não conseguem.

“Antes, quando os clientes podiam estacionar o veículo aqui na avenida, eu fazia mais negócios. As pessoas se sentiam mais livres de parar e obter informações sobre os serviços que queriam. Agora é complicado, porque as pessoas têm receio em estacionar os veículos em ruas laterais ou mais distantes. A Prefeitura de São Luís tem que rever essa situação”, exigiu José Carlos de Jesus, que é proprietário de uma alfaiataria e loja de roupas na Avenida Marechal Castelo Branco.

Empresário de uma borracharia, Geferson Pereira, de 25 anos, também se queixou que as mudanças impostas no trânsito só lhe proporcionaram prejuízos. “Se o motorista estacionar o veículo na calçada, é multado. Não pode estacionar na pista, porque a faixa é só para ônibus. As pessoas não querem ir às ruas transversais e mais distantes, porque temem a assalto. O que resta é que vão embora, procurar um outro estabelecimento. E nós ficamos sem prestar os nossos serviços”, ressaltou Pereira. “Tem gente que tenta alugar o estabelecimento, mas não consegue. Um senhor passou por aqui, pegou os nomes de diversos proprietários e disse que levaria até a Prefeitura, para vê se mudavam essa situação, mas até agora nada foi realizado”, finalizou José Carlos de Jesus.

Faixas exclusivas para ônibus:

As faixas exclusivas para ônibus foram instaladas na capital no ano passado. No último mês de dezembro, a Prefeitura de São Luís alterou às normas para o uso dessas faixas. Com isso, qualquer tipo de veículo pode trafegar pela faixa das 13h59 de sábados até as 5 horas das segundas-feiras. A regra vale também para os feriados.

A partir das 5 horas, a faixa volta a ser exclusiva sendo permitido o tráfego apenas de ônibus, táxi, ambulâncias, viaturas das Polícias Militar e Civil, Corpo de Bombeiros e da SMTT. Os demais veículos podem apenas convergir à direita nos pontos sinalizados. Quem desrespeitar o funcionamento das faixas azuis comete infração gravíssima, punida multa de R$ 293,47, podendo ainda o motorista ter o seu veículo removido, conforme a SMTT.

Fonte: SMTT

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