Educação

Recursos tecnológicos em excesso podem prejudicar criança

Segundo a psicóloga Thaís Carvalho, recursos como celular não podem ser a única fonte de diversão dos meninos e meninas; ideal seria estabelecer rotina com horários para utilização dos aparelhos, alternando com outras atividades

- Atualizada em 11/10/2022 às 12h28
Excesso  de tecnologia pode causar danos ao desenvolvimento da criança
Excesso de tecnologia pode causar danos ao desenvolvimento da criança (tecnologia)

Até alguns anos, uma infância rodeada por celulares, tablets e computadores - em vez de brinquedos e passatempos tradicionais - era difícil de se imaginar. Hoje, aproximadamente 93% das crianças e adolescentes entre 9 e 17 anos - 23 milhões de pessoas - fazem do acesso à internet pelo celular uma de suas principais formas de lazer e entretenimento. É o que aponta a pesquisa TIC Kids Online Brasil 2017, divulgada recentemente pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil.

Mas esta realidade tem afetado também os pequenos desde os seus primeiros anos de vida, e o acesso desmedido e precoce aos diversos recursos tecnológicos pode ter sérias consequências. “O ideal seria que a exposição a esses recursos respeitasse as normas apresentadas pela Sociedade Brasileira de Pediatria, que não recomenda exposição de crianças até os 2 anos às telas e, a partir dessa idade, que a utilização seja limitada e supervisionada”, afirma a psicóloga Thaís Carvalho.

Segundo a especialista, é importante que, durante os horários das refeições e, pelo menos, uma ou duas horas antes de dormir, as crianças não fiquem ligadas às telinhas para não comprometer os padrões de alimentação e sono. “Estabelecer uma rotina com horários para utilização dos aparelhos alternando com outras atividades diárias, brincadeiras e momentos de socialização podem contribuir para alcançar o equilíbrio na utilização desses recursos por parte das crianças”, pontua.

As dificuldades para se familiarizar com essas condutas podem começar quando os pais ou responsáveis, cansados por conta da jornada de trabalho, acabam deixando as crianças muito tempo nos joguinhos e vídeos. “Utilizar essa ferramenta para entretenimento das crianças não é problema. O problema é ser a única fonte de diversão. Brincadeiras simples, com poucos gastos e muita interação em família, podem aliviar o estresse do dia a dia dos pais e estreitar os vínculos entre pais e filhos”, explica Thaís.

O resultado do uso imprudente vai de dependência tecnológica a prejuízos de ordem social, física e mental. Quadros de irritabilidade, déficit de atenção, sedentarismo, dificuldade de socialização, dificuldades escolares e ansiedade entram na lista dos possíveis problemas. Vale frisar que alguns deles podem se estender à fase adulta, sobretudo aqueles relacionados à atenção e interação social.

Como dicas para ajudar a criança a deixar mais de lado o computador ou o celular, Thaís Carvalho recomenda que sejam priorizadas as brincadeiras que envolvam interação com familiares e outras crianças (como “esconde-esconde”, pega etc.), ou jogos de tabuleiro. “A atividade física também é um excelente recurso para disputar espaço com os eletrônicos. Os benefícios são inúmeros à saúde física e mental dos pequenos”, destaca a psicóloga. Aproveitar o vigor infantil para fazer visitas aos familiares e locais como praças, parquinhos e clubes também são opções a se considerar.

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