Eleições 2018

“Voto útil” é cogitado por apenas três em cada 10 eleitores

Pesquisa Ibope divulgada ontem aponta que a probabilidade de mudar o voto no candidato de sua preferência por outro, apenas para evitar vitória de um terceiro, é “alta” para apenas 28% do eleitorado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h28

Brasília - Três em cada 10 eleitores admitem mudar seus votos para evitar que um outro candidato ganhe nas eleições presidenciais de outubro. É o que mostra pesquisa Ibope, encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e divulgada nesta quarta-feira, 26.

O resultado acima tem como base um questionamento feito pelo instituto a 2000 eleitores em 126 municípios brasileiros. O Ibope perguntou a esses entrevistados o seguinte: "qual a probabilidade de você deixar de votar no candidato de sua preferência, para evitar que outro que você não gosta, vença?".

Segundo o instituto, 28% das pessoas ouvidas afirmam que têm probabilidade "alta" ou "muito alta" de alterarem seu voto a fim de evitar a vitória de um presidenciável indesejável. Outros 18% classificaram como "média" essa probabilidade. Já 48% citaram como "baixa" ou "muito baixa" as chances de uma mudança de voto por esse motivo. Além deles, 6% não sabem ou não responderam a pergunta.

Para o gerente de pesquisas da CNI, Renato da Fonseca, ainda é baixa a probabilidade do voto útil. "Vem se falando tanto nisso e, por isso, a curiosidade para saber como a população vem percebendo isso. É uma discussão que está aí, há vários candidatos que estão tentando se alavancar em cima disso, mas é preciso esperar as próximas pesquisas."

O porcentual de mudança pelo voto útil é mais propenso, principalmente, entre os eleitores de Geraldo Alckmin (PSDB) e Ciro Gomes (PDT). Aproximadamente 36% dos eleitores tucanos admitem probabilidade "alta" ou "muito alta" de mudança de voto para evitar a vitória de outro presidenciável. Entre os eleitores de Ciro Gomes, esse mesmo porcentual alcança 35%.

Já os eleitores de Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) são menos propensos a mudarem de voto. Segundo a pesquisa, 58% dos eleitores do candidato do PSL tratam como "baixa" ou "muito baixa" a possibilidade de mudança de voto. Entre os que apontam Haddad como candidato, essa probabilidade é "baixa" ou "muito baixa" para 46%.

A mesma pesquisa mostra que 60% dos eleitores tratam como "baixa" ou "muito baixa" as chances de trocarem candidatos de sua preferência por um outro presidenciável com mais chances de ganhar. Neste caso, apenas 16% classificam de "alta" ou "muito alta" a mesma probabilidade.

A pesquisa divulgada nesta quarta foi realizada pelo Ibope entre 22 e 24 de setembro com 2000 eleitores em 126 municípios brasileiros. A margem de erro é de 2 pontos porcentuais para mais ou para menos sobre os resultados encontrados no total da amostra.

O nível de confiança é de 95%. A pesquisa foi registrada junto ao Tribunal Superior Eleitoral sob o protocolo Nº BR-04669/2018

Mais

A pesquisa realizada pelo Ibope para a Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgada nesta quarta-feira, 26, mostra que Jair Bolsonaro (PSL) estagnou no patamar de 27% das intenções de voto. Ainda assim, ele continua na liderança pela corrida presidencial. O candidato do PT, Fernando Haddad oscilou um ponto e chegou a 21%. Ciro Gomes (PDT) continua em terceiro lugar, com 12%, e é seguido por Geraldo Alckmin (PSDB), que obteve 8%, e Marina Silva (Rede), teve 6%.
João Amoêdo, do Partido Novo, aparece com 3%, seguido por Alvaro Dias (Podemos) e Henrique Meirelles (MDB), ambos com 2%. Guilherme Boulos (PSOL) tem 1% das intenções de voto. Brancos e nulos são 11% e 7% não sabem ou não responderam.

Polarização entre petistas e antipetista

se consolida, revela pesquisa Ibope

Jair Bolsonaro agrega 59% dos votos contra o PT;

Haddad tem 57% de apoio entre simpatizantes

Jair Bolsonaro (PSL) cresce entre os antipetistas, enquanto Fernando Haddad (PT) avança entre os simpatizantes de seu partido. A cada pesquisa da série Ibope/Estado/TV Globo, esses dois polos aparecem mais coesos em torno dos dois candidatos, reduzindo os espaços para a ascensão de uma eventual terceira via.

A pesquisa Ibope divulgada na segunda-feira, 24, revelou que Bolsonaro parou de crescer e se estabilizou com 28% das intenções de voto. No universo dos antipetistas, porém, ele continua avançando. Entre os brasileiros que não votariam no PT de jeito nenhum - segmento formado por três em cada dez eleitores - Bolsonaro cresceu 18 pontos porcentuais desde que foi alvo de uma facada, em 6 de setembro, quando fazia campanha em Juiz de Fora (MG).

O candidato do PSL tem 59% das intenções de voto entre os antipetistas - a taxa era de 41% no dia 5 (véspera do atentado) e de 53% no dia 11. No mesmo período, a ascensão de Haddad entre os simpatizantes do PT foi ainda mais acentuada. Nesse segmento, que concentra 27% do eleitorado, ele tinha apenas 17% e 23% das intenções de voto, respectivamente, nas pesquisas do dia 5 e do dia 11, antes de ser oficializado candidato.

No primeiro levantamento do Ibope com Haddad como candidato, divulgado no dia 18, ele chegou a 50% entre os petistas. A linha de crescimento se manteve até a segunda-feira, quando ele avançou para 57% entre os simpatizantes de sua legenda.

A consolidação de Bolsonaro entre os antipetistas reduziu o espaço para a concorrência nesse grupo. Ao mesmo tempo em que Bolsonaro subia 18 pontos em cerca de três semanas, a soma das taxas dos adversários caía 11 pontos. A principal consequência desse movimento é o PSDB, que por mais de 25 anos polarizou a política nacional com o PT, perder na atual campanha o papel de protagonista no eleitorado avesso ao partido de Luiz Inácio Lula da Silva. Entre os antipetistas, o tucano Geraldo Alckmin tem apenas 10% dos votos, o equivalente a um sexto da taxa de Bolsonaro.

O instituto também perguntou qual é o partido da preferência dos entrevistados. O PT também fica em primeiro, com 27%. Na segunda colocação, com 5%, estão PSDB e PSL, que ganhou visibilidade com a ascensão de Bolsonaro.

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