Despedida

Trump não irá ao funeral e nem à homenagem a John McCain

Presidente era criticado pelo colega do Partido Republicano que morreu no fim de semana, vítima de câncer no cérebro

Atualizada em 11/10/2022 às 12h29
O senador republicano John McCain morreu no último sábado,25 vítima de câncer no cérebro
O senador republicano John McCain morreu no último sábado,25 vítima de câncer no cérebro (O senador republicano John McCain morreu no último sábado,25 vítima de câncer no cérebro)

WASHINGTON - O presidente americano Donald Trump não comparecerá ao funeral de John McCain, nem à homenagem póstuma que haverá para ele na capital Washington, disse um porta-voz da família do senador ontem. McCain morreu no último sábado, vítima de um câncer no cérebro.

Rick Davis, que também foi gerente de campanha de McCain e conselheiro de longa data, disse em entrevista coletiva em Phoenix, no Arizona, que o vice-presidente Mike Pence será o representante do governo Trump em uma cerimônia em homenagem a McCain no Capitólio.

“O presidente não estará, pelo que sabemos, no funeral. Isso é apenas um fato”, disse Davis, recusando-se a reiterar o que já foi noticiado sobre os desejos da família. Já antes da morte de McCain, a imprensa americana divulgava que ele não queria que Trump fosse ao seu funeral.

Davis também leu uma carta com as palavras finais de McCain para o país. Na mensagem há trechos que podem ser considerados críticos a Trump, como quando McCain afirma que a grandeza dos Estados Unidos fica enfraquecida "quando nos escondemos atrás de muros, em vez de derrubá-los". Um dos principais projetos de Trump é a construção de um muro na fronteira com o México.

A rivalidade entre Trump e McCain está ficando cada vez mais escancarada com a morte do senador. McCain, que perdeu as eleições à Presidência em 2008 pelo Partido Republicano, disse em 2016 que não votaria em Donald Trump. O senador pelo Arizona criticou regularmente as ações do presidente republicano, tendo, inclusive, votado contra a derrubada parcial do Obamacare, a lei sobre saúde aprovada por Barack Obama que Trump sonha em desmantelar.

Comunicado

"The Washington Post" revelou que o presidente rejeitou a publicação de um comunicado da Casa Branca, que prestava uma homenagem a McCain.

De acordo com o jornal, a Casa Branca redigiu um comunicado, no qual elogiava a figura de McCain, que foi prisioneiro durante a Guerra do Vietnã, destacando-o como "herói". O presidente disse a seus assessores, porém, que preferia publicar uma breve mensagem no Twitter, acrescentou o "Post", um gesto bastante representativo da inimizade entre ambos.

"Minhas condolências e meus respeitos mais sinceros à família do senador McCain. Nossos corações e nossas orações estão com vocês", tuitou Trump, pouco depois do anúncio do falecimento de McCain.

O presidente optou por uma mensagem neutra, sem agradecimentos e sem qualquer referência à trajetória dessa figura da política americana.

A mensagem contrasta com as de muitos outros funcionários americanos de alto escalão, que publicaram comunicados à imprensa, ou mensagens no Twitter para homenagear McCain.

O vice-presidente Mike Pence tuitou: "Prestamos homenagem à sua vida dedicada a esta nação em nosso Exército e na vida pública". "Deus abençoe John McCain", completou.

A primeira-dama, Melania Trump, também lhe dedicou uma mensagem no Twitter: "Obrigada, senador McCain, por seu serviço à nação". A mensagem do presidente após a morte de McCain e a revelação do "Post" ressaltaram a profunda inimizade entre ambos.

Mais

A bandeira americana da Casa Branca foi hasteada a meio pau no fim de semana, após a morte do senador, voltando à sua posição normal ontem. Muitos consideraram isso um tempo muito curto de luto.

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